ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Intuição
de penas e gozos futuros
960. Donde se origina a
crença, com que deparamos entre todos os povos, na existência de penas e recompensas
porvindouras?
“É
sempre a mesma coisa: pressentimento da realidade, trazido ao homem pelo
Espírito nele encarnado. Porque, sabei-o bem, não é debalde que uma voz
interior vos fala. O vosso erro consiste em não lhe prestardes bastante
atenção. Melhores vos tornaríeis, se nisso pensásseis muito, e muitas vezes.”
Penas e recompensas
A noção das penas e
recompensas vêm da mesma fonte, com o Espírito sempre se recordando do que
ouviu no mundo espiritual. A consciência é um livro aberto e escrito por Deus.
E se é escrita divina, é mais perfeita que todas as escritas humanas. Ela é
vida e tem o poder de orientar a mente.
A voz interior parte da consciência, de maneira que o homem ouça por muitos meios possíveis e passe a aplicar os conselhos. Quando os esquece, ela torna a dizer, até que o ser encarnado comece a viver, compreender e respeitar as leis espirituais. Tudo da lei se encontra gravado na consciência.
Como descrever para os
homens o que é consciência? A linguagem terrena não dá condições para tal. Por
ser engenhosa sua operação divina, ela dispõe vivamente de que o homem, e mesmo
o Espírito, deve fazer. No entanto, ele é sempre teimoso, e fazendo o contrário
responde pelas consequências. Essa é a lei de justiça.
Se o ser humano tem vaga ideia
das penas que haverá de sofrer em fazendo o mal, igualmente tem a mesma ideia
das recompensas em fazendo o bem, e é nessa luta que ele acorda, com o
perpassar dos tempos, para o amor e a caridade. A alma não presta bastante
atenção às advertências; é por isso que ela sofre, no entanto, esse é o
aprendizado de quem não tem ouvidos para ouvir, pela ignorância, situação essa,
pela qual todos passam. Somente o tempo pode prepará-los para o advento da luz.
A dor é uma mestra que age
na profundidade do ser. Sem ela, não alcançaremos a tranquilidade espiritual;
sem ela não acordamos, sem ela não conhecemos o amor. As sementes que caem em
boa Terra são semeadas pelos Espíritos já maduros, que já despertaram para a
vida sublimada, pelo processo de passarem por todas as agressões do mundo. A
lei confere todas as almas de vez em quando, como testemunhos para ingressarem,
quando preparadas, em planos mais elevados.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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