ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Natureza
das penas e gozos futuros
967. Em que consiste a
felicidade dos bons Espíritos?
“Em
conhecerem todas as coisas; em não sentirem ódio, nem ciúme, nem inveja, nem
ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. O amor
que os une lhes é fonte de suprema felicidade. Não experimentam as
necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. São felizes
pelo bem que fazem. Contudo, a felicidade dos Espíritos é proporcional à
elevação de cada um. Somente os puros Espíritos gozam, é exato, da felicidade
suprema, mas nem todos os outros são infelizes. Entre os maus e os perfeitos há
uma infinidade de graus em que os gozos são relativos ao estado moral. Os que
já estão bastante adiantados compreendem a ventura dos que os precederam e
aspiram a alcançá-la. Mas, esta aspiração lhes constitui uma causa de emulação,
não de ciúme. Sabem que deles depende o consegui-la e para a conseguirem
trabalham, porém com a calma da consciência tranquila e ditosos se consideram
por não terem que sofrer o que sofrem os maus.”
A felicidade dos bons
espíritos
A felicidade dos bons Espíritos consiste em ter uma tranquilidade de consciência imperturbável. Eles se desvincularam do ódio, por amarem a todos sem distinção; não têm ciúmes, por confiarem em todas as criaturas; não têm inveja, por serem partidários do desprendimento; não surge em seus pensamentos a ambição, por terem ingressado em todos os movimentos da caridade. Desconhecem todas as paixões inferiores, por amarem constantemente a Deus em todas as coisas; vivem bem com seus semelhantes em quaisquer faixas de vida; compreendem as necessidades dos animais e sabem, pela vida que levam, abençoar a todas as dimensões da natureza, respeitando-a como mãe.
A felicidade, do justo é
essa. No entanto, tudo isso lhe custou um preço: o do trabalho interno nas
câmaras sensíveis da consciência, lutando todos os dias, minutos, horas sem
tréguas, sem que os outros percebessem e passando, por vezes, como tolo aos
olhos dos intrigantes.
A felicidade dos bons
Espíritos se encontra dentro do coração. O seu maior prazer é, pois, fazer o
bem, sem escolher quem deve receber sua ajuda. é o que disse Jesus: "- O
céu se encontra dentro de vós". Os Espíritos felizes já encontram o céu na
sua intimidade. Amar é tudo na sua vida, o seu verdadeiro alimento. Eles não
experimentam necessidades quais as dos que ignoram a verdade; nem têm angústias
e encontram nos sofrimentos estímulos para viverem mais felizes ainda.
No entanto, a felicidade dos
Espíritos é proporcional a cada plano que eles alcançaram. Somente os Espíritos
puros encontram e gozam a felicidade suprema sem mácula. Mesmo que eles estejam
em lugares cheios de paixões humanas, eles não se contaminam. São quais os
diamantes em meio da lama, brilhando sempre.
Há, como já falamos, uma infinidade
de graus, onde se veem Espíritos de todas as categorias, gozando de felicidade
relativa, mas avançando por saber que ela existe, despendendo esforço e
trabalho para a sua conquista. Os Espíritos puros trabalham sempre em favor dos
ignorantes, em favor de todas as faixas espirituais, por ordem de Deus. Eles
são conscientes de que todos alcançarão a luz do coração, despertando o Cristo
no centro da vida, deixando assim nascer o sol de Deus na sua intimidade.
Os benfeitores da eternidade
conhecem que a evolução, o despertamento das almas tem uma sequencia, como nos
mostra a natureza.
A Terra por si mesma
frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o grão cheio na
espiga. (Marcos, 4:28)
Espírito algum saiu das mãos do Criador na condição de anjo desperto para todas as suas qualidades espirituais; ele surge com a engrenagem das faculdades todas em seu mundo interno, porém, para serem despertadas no decorrer dos tempos. Todos os Espíritos nascem perfeitos, por saírem do ambiente divino, que é todo perfeição, porém, nascem sem evolução, e vão acordando, como disse Jesus, na sequencia que a natureza nos mostra. A lei é a mesma para todos.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita.
Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10
volumes.
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