AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO XI – LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR E DE CARIDADE
Justiça e direitos naturais
875. Como se pode definir a
justiça?
“A
justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais.”
a) - Que é o que determina
esses direitos?
“Duas
coisas: a lei humana e a lei natural. Tendo os homens formulado leis
apropriadas a seus costumes e caracteres, elas estabeleceram direitos mutáveis
com o progresso das luzes. Vede se hoje as vossas leis, aliás imperfeitas,
consagram os mesmos direitos que as da Idade Média. Entretanto, esses direitos
antiquados, que agora se vos afiguram monstruosos, pareciam justos e naturais
naquela época. Nem sempre, pois, é acorde com a justiça o direito que os homens
prescrevem. Demais, este direito regula apenas algumas relações sociais, quando
é certo que, na vida particular, há uma imensidade de atos unicamente da alçada
do tribunal da consciência.”
Definição da justiça
Define-se a justiça em um
dos seus inumeráveis ângulos: o respeito aos direitos alheios. Podemos observar
até onde chegam nossos direitos e começam os nossos deveres. Olhando por este
prisma, encontraremos sempre a paz. Não fazer aos outros o que não desejamos
para nós, eis a justiça interna ditada pela consciência, força poderosa, em
ação para nos comandar.
A definição da justiça, na
sua amplitude é impossível no campo das ações humanas, porque a justiça é o
mesmo amor, agindo em dimensão diferente, com os mesmos objetivos, dando
alegria e fazendo homens mais humanos em busca da tranquilidade espiritual.
A verdadeira justiça está
escrita na natureza, e essa força divina inspira aos legisladores, de maneira
que eles transcrevem nas leis humanas alguns reflexos da justiça divina. No
entanto, essas leis humanas obedecem ao progresso, acompanham a marcha do
despertamento das almas, ao passo que a justiça de Deus é por excelência
imutável.
Como definição da justiça em
maior grau para todos nós, devemos dizer que a justiça é amor. A natureza nos
dá exemplos insubstituíveis, em toda a sua floração de vida. É Deus nos
mostrando o Seu caminho para todos e tudo criado por Ele. A lei humana é
necessária para mostrar a lei natural da Justiça, e ela passa a viver em nós e
por nós. Em tudo o que fizermos não nos esqueçamos da justiça, mesmo nas coisas
materiais.
Justiça é harmonia. Os
próprios átomos se agregam por lei de afinidade elementar; isso é harmonia e
justiça. Assim acontece com os astros, assim na vida, assim com os homens,
lares e nações. Os homens estabeleceram e estabelecem leis mutáveis, que
avançam com o progresso, e Deus estabeleceu leis que nunca mudam. O que muda é
o modo de ser do homem, de sorte a compreender melhor a vida.
Quem deseja meditar mais
sobre Deus e Suas leis, deve fazê-lo, que os conhecimentos irão chegando à
mente e se enraizando no coração. Se queremos modificar o homem velho,
necessário se faz que ele morra, para nascer novo homem, com novas perspectivas
para amar. Vamos lembrar João novamente, no capítulo onze, versículo catorze,
nesta referência: Então Jesus lhes disse
claramente: Lázaro morreu.
Morreu o Lázaro velho e
nasceu o novo Lázaro, para nova vida espiritual. Nasceu em Cristo, entendendo e
ensinando as coisas do Céu.
Não devemos temer a morte da
nossa personalidade cheia de paixões inferiores, desde quando nos encontramos
dispostos às devidas mudanças. Nasceremos renovados em Jesus, para a vida cheia
de valores imortais. Aí, as mesmas leis humanas deverão mudar, de acordo com a
nossa personalidade. Os raios de sol descem para todos, no entanto, cada um
tira deles segundo o que faz jus, pela evolução dos seus talentos.
As leis criadas pelos homens
no passado, hoje não têm mais razão de ser, no entanto, as leis de Deus no
passado eram as mesmas, são e sempre o serão eternidade afora.
As leis eternas de Deus
existem, como sendo um tribunal para regular nossas emoções e nos fazer seguros
de comportamento, dentro da consciência, centro de luz, ainda desconhecida dos
homens e de muitos Espíritos fora do corpo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário