AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO XI – LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR E DE CARIDADE
Direito de propriedade. Roubo
884. Qual o caráter da
legítima propriedade?
“Propriedade
legítima só é a que foi adquirida sem prejuízo de outrem.” (808)
A.K.:
Proibindo-nos
que façamos aos outros o que não desejáramos que nos fizessem, a lei de amor e
de justiça nos proíbe, ipso facto, a aquisição de bens por quaisquer meios que
lhe sejam contrários.
Legítima propriedade
Em se falando das coisas da
Terra, a legítima propriedade é aquela que é adquirida pelo trabalho honesto em
todos os seus pormenores. Não existe meio termo para a honestidade; ela é reta
em todas as suas circunstâncias de justiça.
Quando a aquisição das propriedades passa a prejudicar aos outros, ela já não é legítima. Se não seguimos na linha da justiça, aparece o roubo, torce-se a lei que nos manda respeitar os direitos alheios. Quem esquece esta diretriz da harmonia divina sofre as suas consequências.
A legítima propriedade é
justa, é sincera, é honesta. Digno é o trabalhador do seu salário, mas ele não
pode receber o salário sem o esforço no trabalho proveitoso. Comecemos a
trabalhar pelo pensamento, na formação das ideias, no arranjo das palavras e no
nosso modo de viver todos os dias. São propriedades morais que devemos
acumular, circulando igualmente esses valores pela vida. Esses dons, quanto
mais são doados, mais crescem no coração, com as bênçãos da consciência.
Desde quando se dê prejuízo
a alguém em qualquer situação, o que lhe for devido chega às suas mãos
alterado, e não lhe pode ser de todo útil. Não se deve esquecer de todos os
seus sentimentos, pois, pelas bênçãos de Deus, pela prece sincera, pode-se
marcar seus caminhos com a vigilância, fazendo tudo com bom senso, na ordem do
amor.
O que desejamos de melhor
para nós, ofertamos ao nosso irmão em caminho. Toda oferta é semente do
coração, para os corações que pulsam no mesmo ritmo de vida. Em todos os nossos
esforços de paz, sempre aparecem Espíritos de luz para nos confortarem nos
caminhos do aperfeiçoamento. Lucas, no capítulo vinte e dois, versículo
quarenta e três, nos descreve o seguinte:
Então lhe apareceu um anjo
do céu que o confortava.
Os anjos do céu estão a
postos ao lado dos que trabalham por amor às criaturas, inspirando-as nos
serviços da caridade. Mas, se esquecerem do bem comum por onde percorrerem, ficarão
sem essa ajuda, porque eles não desejam perder tempo com quem não deseja
crescer. Neste caso, aparece o anjo da dor, dos problemas e dos infortúnios,
para forçar o candidato a entender o objetivo da vida na Terra.
Enfim, a verdadeira
propriedade nasce do amor; ela se divide em variadas virtudes, para
permanecerem na nossa vida como agentes de Deus e mestres do coração,
estabelecendo na nossa intimidade o verdadeiro celeiro dos bens imperecíveis,
luzes que nunca se apagarão da nossa consciência. Quem vive ao nosso lado é
nosso próximo, e recordemos o que Jesus nos pede para fazer com ele.
A aquisição dos bens
materiais é, e deve ser, em lições. Se abusarmos destas oportunidades, elas se
transformam em espinhos em nosso caminho, de modo a aprendermos a viver nas
trevas, buscando mostrar a luz da caridade.
A Doutrina dos Espíritos vem
para os homens, a mostrar-lhes que todas as propriedades são nobres, desde
quando sejam bem usadas pela lei de justiça. Lembremo-nos que tudo pertence a
Deus, único dono de todas as coisas, até mesmo de nós.
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