ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
I – PENAS E GOZOS TERRESTRES
Desgosto
da vida. Suicídio
948. É tão reprovável, como
o que tem por causa o desespero, o suicídio daquele que procura escapar à vergonha
de uma ação má?
“O
suicídio não apaga a falta. Ao contrário, em vez de uma, haverá duas. Quando se
teve a coragem de praticar o mal, é preciso ter-se a de lhe sofrer as consequências.
Deus, que julga, pode, conforme a causa, abrandar os rigores de Sua justiça.”
Fugindo da falta
O suicídio verdadeiramente
não apaga a falta cometida; ele abre novas fontes de sofrimento para a alma. é
preciso saber que não podemos, de modo algum, infringir a lei natural, pois a
vida tem regras e nos compete obedecê-las.
Deus é bondade e todos somos Seus filhos. O Senhor nos dá todos os meios de viver bem, mas, no que nos toca fazer, por nossa conta, quase sempre saímos das linhas traçadas pela harmonia. Daí, respondemos pelo plantio mal executado no solo que fecunda tudo que é jogado no seu seio.
Cada suicídio tem uma causa,
e cada uma é julgada pelas intenções, no entanto, todas são corrigidas para que
não venhamos mais a cair em outras tentações. A vida, já falamos em outras
vezes, tem aspectos que somente mais tarde viremos a conhecer com mais
profundidade. A verdade só pode ser dita com relatividade, o tanto quanto
possamos suportar. Somos corro crianças, que somente podem ouvir as coisas de
crianças; depois que se tornarem adultas, vão ouvir assuntos de adultos.
Quando se tem a coragem de
praticar o ato de tirar a vida, porque não se tem a mesma coragem de assumir as
consequências de atitudes errôneas? Falamos a todos que queiram ouvir, que se
apeguem à oração todos os dias e tenham fé, que essas duas forças, aliadas à
caridade com Jesus, os livrarão de todas essas distorções das leis da vida e da
conservação da vida. Outra falta não apaga a primeira; passando a haver duas
complicando mais a situação do viajor.
Todos, quando na carne,
sempre temos momentos de aflições, por ser esse o processo de despertamento
espiritual de todas as criaturas. Nesses momentos, devemos nos lembrar de
Jesus, que Ele, como força invisível de amor, nos auxiliará, erguendo-nos para
a fé e a resistência espiritual.
Aproximando-se deles,
tocou-lhes Jesus, dizendo:
Erguei-vos, e não temais!
(Mateus, 17:7)
Quando envolvidos nas forças
negativas, procurando o Mestre no silêncio da oração, podes igualmente ouvir o
Senhor a te falar, recebendo d'Ele energias para que possas resistir às
influências do mal. O Mestre está sempre presente onde haja sofrimentos.
A Doutrina dos Espíritos, com
a sua relevância de preceitos luminares, vem te dizer que não temas a vida, nem
os tropeços dos caminhos, em que te encontras a percorrer. Eles são necessários
no aprendizado. Os contrastes são lições para a realidade. Na altura evolutiva
da humanidade, ela somente procura o amor, pelos sofrimentos que o ódio traz;
anseia pela paz, diante do processo das guerras; enfim, busca o bem, quando
encontra o arrocho do mal.
Fomos todos criados para a
felicidade, e nisso deves pensar, no entanto, a Inteligência Divina, nos deu
uma parte para ser feita, a qual devemos aprender a viver, em todas as
circunstâncias, com amor. Quando vier à tua mente a vontade e o pensamento na
morte, pensa na vida, medita em Deus e em Cristo. Olha as belezas da criação,
começando pelas coisas simples, que têm o mesmo valor das outras. Observa o
mínimo, que é igual ao máximo, que sentirás a vontade de viver. A alegria pura
assomará no teu coração, fazendo-te romper para frente, pois Deus sempre se
encontra ao lado daqueles que queiram ser ajudados.
Esforça-te todos os dias
para a tua própria paz e avança nas diretrizes do amor, que a felicidade, se
ainda não existe na Terra, é uma realidade para o futuro. Todos os dias temos
notícias da sua existência, que deve desabrochar na intimidade do nosso coração
e da nossa consciência.
Não vale a pena se matar; vale, sim, viver. Respeitemos o que Deus nos deu por amor, o corpo físico e demais corpos, em várias dimensões. Quando agredimos um, danificamos os outros.
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