AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO XII – PERFEIÇÃO MORAL
Paixões
911. Não haverá paixões tão
vivas e irresistíveis, que a vontade seja impotente para dominá-las?
“Há
muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só lhes está nos lábios. Querem,
porém muito satisfeitas ficam que não seja como “querem”. Quando o homem crê
que não pode vencer as suas paixões, é que seu Espírito se compraz nelas, em consequência
da sua inferioridade. Compreende a sua natureza espiritual aquele que as
procura reprimir. Vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a
matéria.”
Paixões irresistíveis
Não existem paixões
irresistíveis nos caminhos humanos. Somente o Espírito domina todas as coisas.
Somente a luz espanca as trevas.
O que seriam paixões irresistíveis? Seriam as ilusões no percurso das almas. São como que fantasmas. A psicologia profunda do Espírito nos ensina como nos desapegar das ilusões. Muitas das situações que se vive são psicológicas, que a verdade, chegando à alma, expulsa.
Devemos entender, e entender
bem, a ciência do Espírito, libertando das paixões que tanto fazem sofrer as
criaturas. Se te apegares a essas paixões, crescerão os sofrimentos. Deus não
criou o mal, porque este não existe. Tudo que o Espírito passa nos liames da
carne são lições e a alma, precisando passar por elas, tem o dever de extrair
todos os ensinamentos de todas as dores, transmutando em fatores de vida para
que a vida lhes mostre Deus em si.
"Querer é poder",
já foi dito, no entanto, depende esse querer de muitas coisas. A vontade
realiza muito, porém, sem a maturidade da alma, não pode realizar quase nada na
sua evolução espiritual.
Deves querer e te esforçar
para tal empreendimento. Assegura a tua boa vontade e coloca-a a serviço da
caridade e da disciplina, do amor e da fraternidade, da paz e do perdão, sem te
esqueceres de convidar Jesus para esse ministério, já que Ele é o
nosso.condutor.
Quando o homem diz que não
pode vencer, suas próprias paixões, esse homem está morto de vontade e frio nas
suas convicções espirituais. Deus é bondade e ajuda a quem se esforça para se
livrar dos seus inimigos internos. Aquele que gosta de alimentar paixões
inferiores, esse não -se esforça para combatê-las, portanto, passa a chamá-las
de forças irresistíveis. Procura amar aos que te ofendem, vencendo os
sentimentos inferiores, e os inimigos passarão a ser amigos do coração. Mateus
nos lembra uma bela passagem, no capítulo cinco, versículo quarenta e seis.
Ei-la:
Por que se amardes os que
vos amam, que recompensas tendes?
Não fazem os publicanos
também o mesmo?
Devemos amar aos que nos
ofendem e caluniam, de modo a remir as próprias ofensas. Eis o modo de
esquecer, ou começar a esquecer, as paixões inferiores. Elas nos perseguem, se
passarem dos limites que possam atingir.
O pensamento fixo no mal, na
vingança e no ódio transforma-se em paixões imprudentes, que nos fazem sofrer.
Quem se encontra preso às paixões, mostra a sua inferioridade, mostra que não
alcançou ainda a sua paz, que advém da liberdade pelo conhecimento da verdade.
Façamos o bem de todas as
formas, amemos nossos companheiros em todas as gamas da vida, que a vida nos
recompensará com a tranquilidade de consciência. Não percamos as oportunidades
de servir por amor e com amor. Mostremos que a caridade praticada é fruto das
nossas conquistas, em se misturando com o verdadeiro comportamento cristão, mas
não nos esqueçamos de convidar a Jesus para andar conosco por onde quer que seja.
Ele sabe nos conduzir e nos amar também.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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