AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Fatalidade
864. Assim como há pessoas a
quem a sorte em tudo é contrária, outras parecem favorecidas por ela, pois que
tudo lhes sai bem. A que atribuir isso?
“De
ordinário, é que essas pessoas sabem conduzir-se melhor nas suas empresas. Mas,
também pode ser um gênero de prova. O bom êxito as embriaga; fiam-se no seu
destino e muitas vezes pagam mais tarde esse bom êxito, mediante revezes
cruéis, que a prudência as teria feito evitar.”
Pessoas favorecidas
As pessoas favorecidas no
mundo pelos bens materiais, e mesmo pela família em ordem, não são beneficiadas
por Deus enquanto outras são esquecidas. Somente a reencarnação pode explicar
essas "anomalias" do destino. Em muitos casos, elas estão sendo
testadas, com o fim de aprender sobre as leis de Deus.
Alguns dos favorecidos acham que, os que não o são, parecem preguiçosos, ou então não são dotados de inteligência para ganhar a vida com mais facilidade. Os próprios fatos desmentem isto, por existirem criaturas de pouca inteligência bem aquinhoadas de bens materiais e outras que não usaram a inteligência para adquirir os bens materiais, como, por exemplo, fortunas entregues a eles pelos processos de jogos, que bem conheces. A riqueza não constitui felicidade; às vezes é o contrário, no entanto, quando sabemos usá-la, ela é uma porta que poderá levar seu dono para as estâncias de luz.
A lei da reencarnação pode
mudar as pessoas de posições, quantas vezes for permitido por Deus. O rico de
hoje pode. vir a ser pobre amanhã, e vice-versa. O melhor é tirar o proveito
educativo nas mudanças que Deus faz com os Seus filhos; a vida é um educandário
cuja finalidade é despertar e instruir as criaturas, e isso será feito sem
erro.
O homem que sabe se conduzir
melhor nas suas empresas, é aquele que já tem experiência de outras vidas. O
que não as tem, deverá adquiri-las, por vezes com sofrimentos e dificuldades
sem conta. Ninguém evolui por simples passe de mágica, nem com uma simples
bênção. Toda companhia boa é útil, como todas as fontes de educação são
notáveis, no entanto, somente a própria pessoa pode andar em busca da sua
felicidade.
A afirmação de que
"ninguém evolui ninguém" é certíssima, porém, todos precisamos uns
dos outros, como o cireneu que ajudou o Cristo a levar a Sua cruz, e o Mestre
aceitou a ajuda para nos dar o exemplo de humildade e de interesse pela
fraternidade e companheirismo. Mas, sem a decisão que parte da própria pessoa,
nada pode ser feito. Deus nos dá tudo, mas depende de cada um a vontade de
aceitar ou não a oferta divina. Depois de voltarmos para Deus, devemos
conquistar a nossa paz de consciência.
Nós, no estágio em que nos
encontramos, temos inimigos em todas as dimensões, inimigos internos e
externos, e eles, cada vez mais, se aproximam de nós, com a finalidade, embora
não o saibam, de nos acordar para a luz do amor e da sabedoria. Vejamos no
Evangelho de Lucas, o que Jesus fala sobre esse assunto, anotado no capítulo
dezenove, versículo quarenta e três: Pois sobre ti virão dias em que os teus
inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e por todos os lados te
apertarão o cerco.
Estamos nessa época por
necessidade evolutiva. Os inimigos internos estão aflorados, juntamente com os
externos de todas as espécies, para nos fazerem compreender a verdade. Esse é o
processo final. Somos alunos rebeldes, que devemos encontrar professores
enérgicos. Tudo isso é um gênero de prova e precisamos passar por elas, para
termos o merecimento do diploma que a verdade pode nos conferir.
"Conhecereis a verdade
e a verdade vos libertará", palavra luminosa de Jesus para a nossa
libertação definitiva da ignorância. Mas, com o tempo, a ignorância e a
simplicidade vão cedendo lugar à sabedoria e ao amor. E depois disso passaremos
a ter prudência em todos os nossos atos, orando em todos os momentos de
dificuldades, de modo a sentirmos Deus palpitando na consciência e o Cristo
iluminando o nosso coração para a eternidade.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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