AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO XI – LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR E DE CARIDADE
Justiça e direitos naturais
879. Qual seria o caráter do
homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza?
“O
do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porquanto praticaria também o amor do
próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.”
Vivendo a justiça
O caráter do homem que
pratica a justiça em toda a sua pureza, é o do homem reto, ao qual nunca falta
a tranquilidade de consciência. Todavia, esse homem dificilmente aparece na
área terrena. Mesmo estudando os grandes personagens, notaremos uma tendência
para o interesse próprio, para a família a que pertence, ou mesmo para o país
em que nasceu.
A justiça universal, que acompanha os sentimentos puros em todas as forças da justiça com amor, só a conhecemos em Jesus. Certamente que muitos dos Seus acompanhantes passaram a viver Seu reflexo, mas sem nunca serem iguais a Ele, por ser o Mestre um verdadeiro Sol de Amor.
O verdadeiro justo tem todas
as qualidades afloradas no seu comportamento. É sempre caridoso porque ama em
toda a extensão da palavra amar. O mundo espiritual elevado que nos dirige, não
exige de nós certa pureza espiritual, por reconhecer que todo avanço da alma é
gradativo. Se, porventura, observamos Espíritos que estiveram na Terra e deram
um avanço descomunal, qual Paulo de Tarso e Santo Agostinho, não é porque se
prepararam de uma vez; eles passaram por muitos milênios se preparando para
esses avanços espirituais. Notemos os próprios astros: a sequencia das suas
marchas tem um ritmo, e até as escalas periódicas dos elementos nos mostram um
equilíbrio de comportamento, para refletir no todo a paz, a harmonia da vida.
A natureza vive a justiça, a
justiça vive a caridade, a caridade vive o amor, e o amor expressa Deus para
todos os Seus filhos do coração. Não devemos pensar que podemos conquistar a
justiça perfeita de momento para outro; essa conquista é gradativa, como o é
tudo. Não devemos esmorecer nesta busca, mas idealizar sempre o melhor, na
qualidade de filhos de Deus, sentindo a esperança de que somos todos herdeiros
da vida, cada vez mais em profusão.
Se queremos sentir paz no
coração, esforcemo-nos para viver a justiça. Comecemos com as simples coisas,
com nós mesmos, nas nossas próprias ideias, na nossa própria família, na nossa
vida diária, que veremos a suavidade penetrar nossos corações e estabilizar
nossa consciência.
Quem pensa na justiça,
trabalhando para mostrá-la aos outros pelos seus atos, passa da morte para a
vida. A vida domina, a luz interior espanca as trevas, e a alegria desponta, na
frente do sorriso, a iluminar os próprios gestos. No capítulo três, versículo
catorze, da primeira carta de João, ele nos afirma:
Nós sabemos que já passamos
da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na
morte.
Eis aí a fala do companheiro
em Jesus, nos mostrando o valor do amor e da justiça. Se já sabemos destes
valores imortais da alma, porque não os buscarmos, com todas as nossas forças?
A verdadeira justiça é imparcial, mas amorosa; é tranquila, mas enérgica nos
momentos precisos; é certa, mas paciente. É por isso que ela expressa a
caridade e o próprio amor, o direito do homem respeitado, mostrando a ele seus
deveres sem violência.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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