AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO XII – PERFEIÇÃO MORAL
Paixões
909. Poderia sempre o homem,
pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?
“Sim,
e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a
vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!”
Más inclinações
As más inclinações
certamente nascem da ignorância das leis naturais. Na profundidade do termo,
somente com a maturidade da alma, ela se livra de todas as más tendências. O
próprio nome, paixão, já nos traz um ambiente negativo.
Jesus, ao vir à Terra para
iluminar os corações dos homens, foi rejeitado, perseguido, crucificado e morto
entre dois malfeitores, por querer mudar o comportamento espiritual de todos os
povos. Vejamos o que narra Mateus, no capítulo vinte e sete, versículo vinte e
dois:
Replicou-lhes Pilatos:
- Que farei então de Jesus,
chamado Cristo?
- Seja crucificado!
responderam todos.
O povo não aceitou o pão que
desceu do Céu; rejeitou a luz e ficou nas trevas. Assim ocorre com os
ensinamentos do Mestre, quando vamos aplicá-los a nós mesmos. A nossa
organização interna rejeita as modificações de vida que deveremos aplicar a nós
mesmos e expulsarmos todos os conceitos de vida espiritual, acabando por
crucificarmos a nós mesmos no madeiro da ignorância.
Crescem em nós as más
inclinações, de sorte a escurecer o sol da verdade que deseja sair e viver na
nossa intimidade.
Os homens não desejam fazer
força para a autoiluminação. Esquecem a luz, por estarem dependentes das
trevas. Mas, Jesus não morreu, como pensam os ignorantes; Ele vive, e renasceu
como uma doutrina, o consolador que haveria de vir, fazendo lembrar a todos os
povos de boa vontade da mesma presença do Senhor, a nos dizer: "Eu sou a
luz do mundo"; "Eu sou o Pastor de todo o rebanho, e vim salvar todas
as criaturas"; "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; quem não passar
por mim, não entrará no reino do céu."
As más inclinações estão
afloradas em todos os corações que esqueceram o amor; as más inclinações estão
em evidência nos homens que rejeitam a disciplina; as más inclinações crescem
nas almas que não perdoam... Chegou a hora de colocar a verdade em cima da
mesa, para que todos vejam e aprendam a sentir a fraternidade, respeitando os
seus irmãos na luz da fé. Chegamos ao momento de nos educarmos em todas as
direções dos sentimentos e nos instruirmos em todas as frentes do saber, que
nesta luz aparece a libertação para os nossos corações presos às
inferioridades. Devemos fazer esforços em todos os sentidos, eliminando as
paixões que tomaram o lugar das virtudes, e deixando que o Cristo se manifeste
em nós, criando ambiente para Deus na nossa consciência, de modo que Ele e o
Pai fiquem mais visíveis na nossa vida.
Não estamos julgando os
Espíritos presos pelas paixões, mas querendo ajudá-los a se libertarem, pelo
conhecimento da verdade. Se queres ser ajudado, abre os braços e o
entendimento, para compreenderes os preceitos do Mestre e vivê-los.
Podemos transformar todas as
paixões em força de paz, eliminando os detritos das inferioridades em todos os
campos de ação, para que o amor acenda em nós um sol de Deus com estrelas do
Cristo.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário