O livro dos espíritos. Q. 916

AS LEIS MORAIS

CAPÍTULO XII – PERFEIÇÃO MORAL

O egoísmo

916. Longe de diminuir, o egoísmo cresce com a civilização, que, até, parece, o excita e mantém. Como poderá a causa destruir o efeito?

“Quanto maior é o mal, mais hediondo se torna. Era preciso que o egoísmo produzisse muito mal, para que compreensível se fizesse a necessidade de extirpá-lo. Os homens, quando se houverem despojado do egoísmo que os domina, viverão como irmãos, sem se fazerem mal algum, auxiliando-se reciprocamente, impelidos pelo sentimento mútuo da solidariedade. Então, o forte será o amparo e não o opressor do fraco e não mais serão vistos homens a quem falte o indispensável, porque todos praticarão a lei de justiça. Esse o reinado do bem, que os Espíritos estão incumbidos de preparar.” (784)

Eliminando a causa

Para que o efeito desapareça, é necessário eliminar a causa. Convém a todos os Espíritos buscarem a causa do egoísmo, para que possam arrancá-lo pela raiz. Ele é de difícil eliminação porque tem uma afinidade profunda com a matéria.

A matéria, quanto mais velha, nela mais se congregam seus elementos. Em estudo profundo, passamos a compreender que o egoísmo é a mesma coisa e ali tenta dominar o Espírito, de maneira que esse ajunte o que deseja para si, em torno dele. No sentido espiritual, esse procedimento é negativo mas, como nada se perde, de todos esses acontecimentos tiram-se muitas lições.

Em todos os aspectos que observamos, quanto maior o mal, mais depressa o bem surge, com muita força, para extirpá-lo. Quando a Terra se encontrava chorando, sob o peso demasiado das opressões de homens sobre homens, de almas sobre almas, os pensamentos dos sofredores buscavam com mais intensidade o Criador, que enviou, com urgência Seu Filho, trazendo em Suas mãos de luz a Boa Nova, fonte divina da divina esperança. Assim é com todas as coisas: para todos os males, ao chegarem ao ápice, o socorro aparece imediatamente. é o que vai se processar neste fechamento de ciclo evolutivo da humanidade.

Se te parece que a humanidade não tem mais jeito, que não é possível o conserto moral, não te aflijas. Está chegando o momento de descer das alturas espirituais o socorro de Deus, a luz para espancar as trevas. Em se falando do plantio e colheita, podemos deduzir o que falamos: é necessário que o trigo, por exemplo, fique maduro para ser colhido e ele, desta forma, fica mais visível. Assim é todo tipo de mal: quando se encontra em maior evidência, maior pressa os benfeitores espirituais têm de extirpá-lo. Não podemos desconfiar de Deus, pois Ele sabe o que fazer no momento exato.

Tudo é amor, mesmo que se apresente em formas variadas que nos induzam a pensar de outra forma. Para a nossa segurança, o Cristo se encontra no leme dos nossos destinos, na Terra. Quando a humanidade se interessar mais pelos seus semelhantes, pelos que sofrem, pelos estropiados, pelos famintos, pelos nus, pela educação e instrução de todos os povos, é porque o egoísmo que cresceu nos corações, se encontra no seu declínio, começando a morrer. Para nós, no mundo espiritual, é motivo de alegria, por estar próxima a libertação das almas. Para os homens cansados do mal, é prenúncio de morte. E pensando como tal, começa a morrer, no entanto, morrer neste sentido é viver para outra dimensão, onde se encontra Jesus com os braços abertos, mostrando Deus em nós, nos comandando a própria vida.

E as almas em preparo falam o mesmo, conforme Mateus anotou dos lábios dos famintos do passado, nestes termos, registrado no capítulo vinte, versículo trinta e três. Vejamos:

Responderam: Senhor:

Que se nos abram os olhos.

Pediremos conscientes ao Senhor que nos abra os olhos, para enxergarmos a luz. Jesus, curando a visão dos cegos, simbolizou para a humanidade que a verdadeira cura são os olhos espirituais ligados ao entendimento da verdade.

E quando o egoísmo morrer nos corações humanos, a Terra tomará outra feição, passando de humana a divina, e não faltará nada para ninguém; todos terão tudo com abundância, sabendo usar sem abusar. A causa sendo eliminada, os efeitos desaparecerão, dando lugar à fé na sua plenitude e ao amor dominando em toda a eternidade da alma.

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes. 

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