ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
I – PENAS E GOZOS TERRESTRES
Desgosto
da vida. Suicídio
944. Tem o homem o direito
de dispor da sua vida?
“Não;
só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão
desta lei.”
a) - Não é sempre voluntário
o suicídio?
“O
louco que se mata não sabe o que faz.”
Dispor da vida
O homem não tem o direito de
dispor da sua vida física. Ele tenta destruí-la, no entanto, não consegue e
ilude a si mesmo, pensando, por momentos de inquietação, em entrar na paz que
supõe encontrar. Ninguém destrói o que o Criador planejou e fez. O melhor para
todas as criaturas é procurar obedecer aos ditames da lei que nos rege a todos.
Deves sair da ociosidade e
ajudar aos outros. Ela inspira aos seus servos esse desastre de mudança forçada
que é o suicídio, fazendo-os chegar à espiritualidade por portas
inconvenientes, tendo de retornar à carne em duras provas, capazes de conduzir
a alma a situações dolorosas. Quantas dessas não estão no mundo passando por
experiências terríveis, por causa de simples pensamentos do passado, que foram
se avolumando, chegando ao ato do suicídio?
Pensar é acumular ideias, e ideias acumuladas são como uma fala constante aos ouvidos, na acústica mental. Aos homens e mulheres que já cometeram essa loucura, não temos nada a falar. Serão as próprias provas que irão lhes dizer, mas, às criaturas que não chegaram a essa distorção dos poderes da alma, dizemos que devem meditar em Deus, procurarem amar ao Senhor, vendo no próximo a sua própria continuação, e mudarem de vida, procurando um trabalho honesto, que esse labor poderá lhes inspirar a alegria de viver.
Sabemos que o louco que se
mata não sabe o que faz; a vida ou despertamento espiritual tem dessas coisas
que só o futuro poderá explicar melhor, pelo preparo que cada um haverá de ter,
dos próprios sentimentos espirituais.
A culpa no suicídio é de
conformidade com os sentimentos e evolução das pessoas. Não existe suicídio que
se iguale aos outros; cada um tem a sua resposta da natureza, para o
aprendizado do infrator. Não podes dizer: "A vida é minha, faço o que
desejar com ela". A vida, como todas as coisas, pertence ao Criador. Ele
pode fazer o que desejar dos Seus filhos; para Ele não existe infração às leis,
pois Ele é o Criador de todas elas. Ele é o Legislador Divino.
Aos companheiros que já
pensaram em suicidar e aos que ainda pensam, aconselhamos que procurem ocupação
nobre. Se não precisam trabalhar para viver, procurem fazer o bem aos que
sofrem, que essa caridade os salvará de todas essas insinuações malfeitoras.
Não sejamos insistentes no mal; procuremos sempre o bem, que esse bem vem ao
nosso encontro.
A índole de matar se
encontra dominando os pensamentos humanos. As próprias divisões das nações e de
terras parecem um estímulo, principalmente quando invadidas, para as matanças.
A violência gera violência, e os resultados são nefastos, com consequências
geradoras de dores maiores. Quantos se encontram em todos os países, sofrendo
os efeitos de ações passadas em guerras fratricidas? São incontáveis. Jesus
veio à Terra para por um ponto final nessas agressões, mas, por enquanto, os
nossos irmãos não entenderam a mensagem do Mestre de paz a todas as criaturas.
É preciso que Ele volte? Verdadeiramente dizemos que Ele já voltou, e a mesma
humanidade não O reconheceu, como muitos que ainda O esperam.
Devemos procurar o reino de
Deus e a Sua justiça, que o mais virá a nós pelas vias da misericórdia. Tirar a
vida é ilusão, e aceitá-la Como Deus a fez é realidade que nos traz a paz ao
coração e a tranquilidade à consciência.
Então lhe perguntou Pilatos:
Não ouves quantas acusações
te fazem? (Mateus, 27:13)
Mesmo que ouças tantas
acusações quantas queiram te fazer, não mudes a tua ideia do bem e de viver,
pois, foi esse o exemplo que Jesus deu à humanidade, o de cumprir Seu dever no
mandato que o Pai Lhe entregou, para ser o Guia da humanidade na Terra e no céu
da própria Terra.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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