AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Conhecimento do futuro
868. Pode o futuro ser
revelado ao homem?
“Em princípio, o futuro lhe
é oculto e só em casos raros e excepcionais permite Deus que seja revelado.”
Futuro
O passado de todos os
Espíritos está mais ou menos escondido no subconsciente, de modo a permitir à
alma andar mais livremente em busca do melhor. Se ele viesse à tona da mente
presente, é certo que perturbaria a vida atual, em face dos deslizes do
Espírito nas leis espirituais.
O aprendizado das almas no mundo é cheio de altos e baixos, dando conotação e afirmando posições para um breve aprimoramento da vida. Nada se perde e Deus aproveita todos os nossos atos para nos ensinar a viver e compreender a lei do amor e da justiça.
Conhecer o futuro, se ele se
encontra escondido nas dobras do tempo, igualmente poderá nos interromper em
nossa marcha de ascensão para o amanhã. O homem não está preparado para
conhecer o seu próprio futuro; se por acaso fosse ele revelado antes do tempo,
o Espírito reencarnado iria fazer todos os esforços para modificá-lo, e poderia
atrapalhar sua caminhada, no que diz respeito ao aprendizado.
Em muitos casos, a alma
vestida de um corpo físico tem vaga lembrança do passado e uma embaciada
intuição do futuro, no entanto, esta é tão leve que não atrapalha a caminhada.
É qual sonho que não interrompe a vida que deve levar.
Jesus veio com uma doutrina
de modo a nos mostrar os nossos deveres ante a paternidade universal, que tem o
poder de aliviar o peso dos nossos ombros quando na carne, como também limpar o
miasma magnético de vidas que não soubemos aproveitar por empanamento da
ignorância. Mas, com a Doutrina Espírita, o mundo ganhou de novo outro
Consolador, aquele que Jesus havia prometido, ficando conosco para sempre, por
ter vindo em forma de uma doutrina, revelando leis e nos ajudando a vivê-las,
pondo-nos a par, eventualmente, tanto do passado quanto do futuro.
O ponto energético de todos
esses acontecimentos e que pode desfazer todos os empecilhos dos caminhos é a
caridade, na forma de amor, para que possa se dar a reforma interior das
criaturas. O futuro, tanto quanto o passado, Deus permite que em casos raros
seja revelado, quando Ele achar conveniente e que sirva para beneficiar a
humanidade, como no caso de Paulo de Tarso no caminho de Damasco. Ele, Paulo,
não somente recebeu a mensagem de Jesus para o que deveria fazer, como se
recordou dos erros do passado, vendo igualmente o futuro de luz, quando viesse
a cumprir os seus compromissos junto à Divindade. Vejamos essa passagem do
Evangelho, anotada por Mateus, no capítulo vinte e dois, versículo vinte e um:
Responderam: de César.
Então lhes disse:
Dai,
pois, a César o que é de César, E a Deus o que é de Deus.
Na sua fúria, e somente
olhando para a Terra, Paulo queria somente dar a César, esquecendo-se de Deus
na sua plenitude. Quando ele passou a dar a Deus o que era de Deus, entendendo
as leis do Senhor, respeitava as leis dos homens no ponto que elas merecem
respeito, limpando o passado e plantando as sementes do amor, para que o futuro
pudesse corresponder ao salário a que fez jus.
Quando se começa a amar, a
caridade é feita em todos os seus contornos, e o perdão passa a ser o clima de
vida, não interessando por conhecer mais o passado nem o futuro, porque se vive
no eterno com Jesus. Nascemos para a harmonia, e quando sentimos seus
princípios como sinfonia em nossos corações, isto é promessa do céu e de Deus,
como sol no coração.
Para que conhecer passado e
futuro, se vives somente o bem? Entrega a Deus essa busca, pois Ele sabe a hora
de revelar o que deve ser conhecido.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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