ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
I – PENAS E GOZOS TERRESTRES
Perdas
dos entes queridos
934. A perda dos entes que
nos são caros não constitui para nós legítima causa de dor, tanto mais legítima
quanto é irreparável e independente da nossa vontade?
“Essa
causa de dor atinge assim o rico, como o pobre: representa uma prova, ou
expiação, e comum é a lei. Tendes, porém, uma consolação em poderdes comunicar-vos
com os vossos amigos pelos meios que vos estão ao alcance, enquanto não
dispondes de outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos.”
Perda dos entes queridos
A perda dos entes queridos,
para os que ficam na carne, de certa forma transforma-se em dor, mais adiante,
porém, pela compreensão que o Espiritismo dá, ela passa a ser alegria, por
saber-se que a vida continua.
Ninguém morre; somente se deixa de ver a forma, no entanto, a essência permanece viva, mais viva do que se pensa. O que se chama morte é apenas uma força transformadora de mais vida. Já pensaste nas consequências, se ninguém desaparecesse por esse processo? O que seria do mundo? Não se troca de roupa sempre? Por que a alma não pode trocar suas vestes de tempos em tempos?
Para viver melhor, devemos
nos acostumar com essas mudanças, que esse costume nos levará à verdadeira paz
e poderás ajudar a todos aqueles que se encontram a passar por esse transe, da
Terra para os planos mais elevados da vida. Todos nós já passamos várias vezes
pelo transe de vestir a carne e de desvesti-la como velho trapo e devemos
sempre agradecer a Deus pelas oportunidades oferecidas a nós.
O corpo é uma esponja que
transforma o magnetismo inferior da mente que ainda não atingiu a harmonia
desejada e canaliza para a Terra esse drástico corrosivo, que por vezes faz
crescer as plantas e dar vida a outras vidas, que ainda inconscientes transitam
no escuro do solo. Nada se perde, na extensão infinita da vida. Essa
consciência nos dá coragem e nos faz sentir Deus trabalhando por toda a
natureza humana e divina, para que a alma cresça cada vez mais, reconhecendo a
sua paternidade, e libertando-se dos caminhos tortuosos por que haveria de
passar em todas as existências, pela lei da reencarnação que vigora em todos os
mundos.
Se pensas que, quando um
ente querido morre, o estejas perdendo, saibas que se dá o contrário: estás
ganhando um amigo no plano do Espírito, e nós te pedimos de coração que faças
por ele o que puderes nas suas provações, segundo o que o amor te pode
inspirar, pois também deverás passar pelos mesmos caminhos do que parece morte,
para ganhar mais vida e mais consciência da criação de Deus e ter Ele próprio a
nascer ou se fazer mais presente dentro da tua alma.
A dor que se sofre com a
perda dos entes queridos, todos passam, pobres e ricos. No entanto, os que
sofrem mais são os mais ignorantes acerca da espiritualidade. Mais uma vez
devemos repetir o que o Cristo disse: Conhecereis a verdade e ela vos tornará
livres. Aquele que conhece o destino da alma não vai sofrer com isso e, sim,
alegrar-se, por ter ela voltado para a pátria de onde veio, levando
experiências e tornando a entrar em novos cursos, para voltar depois para as
lutas que a Terra oferece.
Somente crescemos começando
de baixo e a carne é a primeira escola, onde aprendemos o abecedário da
espiritualidade maior. No mundo espiritual, nos enriquecemos de teoria, e na
Terra passamos à prática do que aprendemos pelo coração.
Aos que ficaram sem os seus
entes queridos, existe uma consolação que a Doutrina dos Espíritos lhes dá: a
de comunicarem-se com eles, ou com outros de formas diferentes. São milhares e
milhares de mensagens que descem do céu à Terra todos os dias, afirmando que
não existe a morte, talando da reencarnação e da comunicação com os seus entes
queridos e dos benfeitores da espiritualidade maior que, além de consolar,
aparecem instruindo os encarnados acerca de tudo que precisam para viver bem. A
literatura espírita vem trazer a Verdade ao mundo, por ter Jesus à sua frente,
inspirando Seus novos discípulos para dizerem e viverem essa verdade.
Saíram, pois, da cidade e
vieram ter com Ele. (João, 4:30)
Precisamos sair da cidade
poluída das nossas preocupações e vir ter com Jesus neste encontro de maior
entendimento, para aprendermos a amar, porque somente esse amor com Ele nos
leva à paz de consciência. A própria sabedoria, para ser divina,deve nascer do
amor. Se amarmos a Deus em todas as coisas, esqueceremos as perdas temporárias,
por ser a vida eterna e sermos todos irmãos.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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