Vocês serão felizes se
honrarem seus pais e se tirarem deles somente o bem.
Certa vez adentramos um
gabinete, no mundo espiritual, para tomarmos informações, esperando
determinadas notícias que muito nos alegrariam. Ao penetrarmos na ampla sala, o
diretor em exercício estava em profunda meditação. Tomamos assento
silenciosamente e começamos a orar, certa de que com esse gesto estávamos
cooperando com o nosso irmão em meditação. Nessa hora, nos deparamos com uma
visão deslumbrante; o diretor meditava na parábola do filho pródigo e sua
poderosa mente criara uma linda vivenda, com pastagens que se perdiam de vista,
camelos que iam e vinham nas áreas verdejantes, cabras, carneiros, vacas,
trigais imensuráveis retratando a cor do sol, canaviais convidando ao corte
para a transmutação da cana em bebidas ou doces mais apurados. Duas quedas
d'água enfeitavam o ambiente como riqueza para o solo; currais margeavam a casa
grande e denotavam movimento intenso com as criações. Dentro do lar, uma
família composta de muita gente em plena harmonia, mas o pai, que se encontrava
estirado em ampla cadeira, deixava transparecer grande preocupação. Pensava o
chefe da família no filho que, tendo-se sido desentendido com alguns da
família, fazia o amor oprimir o seu coração, que chorava com saudades do filho.
Saindo daquela meditação,
sorriu para mim e comentou:
- Minha filha, eu estava
pensando na parábola do filho pródigo;
Ao que eu, alegremente, respondi:
- Tive enorme surpresa,
Cassiano, ao ver o que você criou pelo poder ilimitado da mente, e minha
admiração maior foi que esse quadro veio responder o que eu iria lhe perguntar.
Acabei vendo até o que sua mente não chegou a criar: o filho retomando ao lar,
com grandes festejos...
E nós sorrimos juntamente,
dando graças a Deus.
Essa carta aos filhos é um
convite no sentido de que os jovens revejam suas posições frente aos deveres
para com seus pais. Meus filhos, sabemos das grandes dificuldades que
enfrentam, no seio de um lar; sabemos igualmente da mensagem renovada de que
são portadores, assim como sabemos também do anseio que têm de ser felizes.
Isso é o que desejamos para todos vocês: Felicidade!
Mas meditemos um pouco e a
realidade aparecerá. A consciência amadurecida nos adverte de que a juventude
não poderá vencer sem as experiências dos mais velhos, a quem o respeito deve
ser absoluto. As energias poderosas que correm em suas veias lhes confere a
vida em toda a plenitude e o desassombro das coisas os coloca como trapezistas
espetaculares no circo da vida. Tudo isso é muito bonito; no entanto, meus
caros amiguinhos, ponderem, ponderem comigo! O entusiasmo em demasia pode nos
fazer esmorecer antes do tempo. Busquem junto aos seus pais conselhos,
temperando o que eles lhes possam oferecer com o sal da prudência.
A juventude é teoria; a
velhice é vivência. Ambas se completam no espírito de tirocínio cristão. A
velhice é o alicerce, os jovens, o edifício: nem o primeiro pode se expressar
sem o segundo, nem o segundo manter a estética sem o primeiro. Deem-se as mãos,
meus amados, para a realização!
Sejam obedientes para com os
pais, meus caros jovens. Aproveitem as oportunidades que eles lhes oferecem na
vida e que custam a própria vida. Sejam prestativos, harmoniosos, companheiros,
e trabalhem na compreensão da justiça, nunca ferindo os corações maternos, pois
eles pulsam para manter os seus. Sejam caridosos para com os velhos; essa
demonstração de afeto rejuvenesce os Espíritos? Mesmo aqueles que carregam uma
carcaça física deficiente, e com o tempo verão em todos os velhos que
encontrarem seus próprios pais, pois essa é a vontade dos Céus para com todos
os filhos e pais da Terra. Filhos pródigos somos todos nós, pois só o amor nos
faz voltar à casa paterna; quem não ama está sempre distante, mesmo morando
junto a alguém. O Evangelho de Jesus nos ensina, com eficiência, como deveremos
retomar à casa dos nossos pais, entrando pela porta do coração. Sejamos fieis a
esses ensinamentos, que a alegria surgirá em altos festejos junto àqueles com
os quais convivemos.
Todos, mas todos nós, no
dizer do instrutor Cassiano, somos filhos pródigos, porque ainda não sabemos
amar, sem desejar amor; ainda não sabemos dar, sem exigir dádiva para nós;
ainda não sabemos distribuir, sem pensar no que vamos receber...
Filhos respeitem seus pais,
para terem longos e proveitosos dias na Terra. Os filhos, para os pais, são
sempre Espíritos superiores; façam o mesmo, filhos, vendo naqueles que lhes
doaram a existência física, na oportunidade sagrada da reencarnação, anjos
tutelares. Amem, compreendam e sirvam seus pais, como se isso fosse um dever
maior e uma alegria do coração. Se porventura tiverem alguns aborrecimentos nos
seus lares, esqueçam isso e esforcem-se no perdão, porque vocês precisarão de
alguém que possa ajudá-los a viver, e para isso, ninguém melhor que os pais.
Leiam os livros que narram a
vida do Cristo e vejam como Ele tratava seus pais, como era prestativo para com
eles, e com a ajuda deles é que Cristo pôde desempenhar a grande missão de
Messias prometido por Deus aos homens, através dos profetas.
Vocês não devem exagerar nas
distrações. Tenham o cuidado no falar, pois palavras feias transfiguram feições
angélicas em máscaras monstruosas. Esforcem-se, a cada dia, para serem bons
filhos, que Deus os recompensará; esforcem-se, a cada momento, no seu
aprimoramento, que Jesus os ajudará, porque verá em vocês filhos honestos
retomando, não somente à casa dos genitores da Terra, mas querendo r além, com
os braços abertos à procura da casa do Pai Celestial.
O filho leal é sempre bom e
feliz.
Fonte: Cinquenta epístolas, João Nunes Maia, pelo Espírito Miramez.
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