Resposta de Jesus à pergunta que lhe
fizeram os discípulos acerca do seu advento e do fim do mundo, bem como sobre
os sinais prenunciadores de uma e outra coisa. Guerras. Sedições. Pestes.
Fomes. Falsos profetas. Afrouxamento da caridade. Perseguições. Assistência do
Espírito Santo. Perseverança
(Mateus,
24:1-14; Lucas, 21:5-9)
1.
Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um de seus discípulos: Olha, Mestre, que
pedras e que edifícios! 2. Respondeu-lhe Jesus. Vês todos estes grandes
edifícios? Serão de tal modo destruídos que não ficará pedra sobre pedra. 3. E
como tivesse ido sentar-se no monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro,
Tiago, João e André o interpelaram em particular, desta forma: 4. Dize-nos
quando acontecerão estas coisas e qual será o sinal de que estão prestes a
cumprir-se? 5. Entrou então Jesus a lhes dizer: Vede que ninguém vos seduza. 6.
Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu o Cristo e enganarão a muitos. 7.
Quando ouvirdes falar de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis,
pois é necessário que isso aconteça; mas ainda não será o fim. 8. Levantar-se-á
nação contra nação, reino contra reino; haverá por diversos lugares terremotos e
fomes. Estas coisas serão apenas o começo das dores. 9. Estai atentos, pois vos
hão de entregar aos concílios e de açoitar nas sinagogas. Haveis de comparecer
perante os reis e governadores por minha causa, para lhes dardes testemunho de
mim. 10. Mas é preciso que primeiro o Evangelho seja pregado a todas as nações.
11. Quando vos conduzirem para vos entregarem, não premediteis o que haveis de
dizer; dizei o que vos for inspirado no momento mesmo; porquanto, não sois quem
fala e sim um Espírito Santo. 12. Então o irmão entregará seu Irmão à morte e o
pai entregará o filho, os filhos se levantarão contra os pais e lhes darão a
morte. 13. Sereis odiados de todos por causa de meu nome. Mas aquele que
perseverar até ao fim será salvo.
A resposta de Jesus a seus discípulos, quanto ao sinal da sua vinda e ao fim do mundo, teve por escopo manter alerta os povos, para pressentirem os acontecimentos que na marcha ordinária dos séculos teriam de ocorrer, assinalando as fases de progresso, de depuração e de transformação da Terra e da Humanidade, e preveni-los de sua vinda, em todo o fulgor espírita, ao planeta terreno, quando este se achar em condições de ser incluído na categoria dos orbes purificados.
Com a que deu, referente aos
falsos cristos, quis acautelar as criaturas humanas contra os que, fazendo de
suas palavras uma arma de dominação e assumindo o encargo de conduzir os povos,
por falsas veredas os encaminham, mediante leis falsas e abusivas.
Quanto aos “grandes
prodígios” que aparecerão no céu, em se atentando no espírito e no objetivo
dessas palavras, ressalta que Jesus não aludia a sinais materiais, conforme
supuseram os que, interpretando-as falsamente, consideraram as revoluções de
certos planetas, como anúncio do fim do mundo. Os prodígios a que Ele se
referia são as influências opostas sob que os homens se acharão, como se têm
achado muitas vezes, apropriadas a lhes desenvolver o raciocínio e o
livre-arbítrio e a pôr o espírito em condições de, no futuro, discernir melhor.
Aludia também às perseguições
religiosas que já se verificaram no passado e que talvez estejam na iminência
de recomeçar, mesmo no seio de povos que se dizem civilizados, tudo com a sua
razão de ser na marcha dos acontecimentos humanos, como meio de encaminhar o
planeta e a Humanidade, através de sucessivas transformações, ao ponto de
poderem receber o Mestre em toda a sua glória.
Abominação da desolação no lugar santo.
Males extremos. Cerco de Jerusalém
(Mateus,
23:15-22; Lucas, 21:20-24)
14.
Mas, quando virdes implantada a abominação da desolação onde não deve estar
(entenda-o quem ler), então fujam para os montes os que estiverem na Judeia; 15.
O que estiver no eirado não desça para tirar de casa qualquer coisa; 16. e o
que estiver no campo não volte para tomar a sua capa. 17. E ai das mulheres
então grávidas e das que amamentarem nesses dias. 18. Pedi que a vossa fuga não
se dê no inverno; 19. Pois que a grande tribulação desses dias será tal como
nunca houve desde o princípio da criação do Universo até agora, nem haverá
jamais. 20. E se o Senhor não abreviasse esses dias, nenhum homem se salvaria;
mas, por causa dos eleitos, que escolheu, ele os abreviou.
Como nenhumas outras, também
estas palavras de Jesus não devem ser tomadas ao pé da letra, conforme foram.
Em espírito e verdade, elas são alusivas aos vícios de que cumpre a Humanidade
se depure e aos abalos físicos por que a Terra tem de passar, para sua
depuração e transformação, que se hão de efetuar em correspondência com a
depuração e a transformação moral e física da mesma Humanidade.
Aproximam-se os tempos, é
certo, pois a abominação da desolação (entenda o que lê aquele que ler) se acha
implantada onde não deverá estar e se estende por sobre os homens. Os vícios se
ocultam à sombra dos átrios dos templos. A luxúria, a avareza, a inveja, o
orgulho, o luxo se apoderaram dos corações, que só deveram abrigar o amor de
Deus e do próximo.
Ai
das mulheres então grávidas e das que amamentarem!
Sim, ai delas, pois que as criancinhas estarão confiadas a esses guias infiéis,
que lhes profanam as inteligências juvenis, semeando nelas frutos de
iniquidade. Aquela exclamação do divino Mestre, considerada do ponto de vista
das revoluções físicas, inevitáveis para a renovação planetária, objetivava,
acima de tudo, pôr em destaque a grandeza das calamidades que sobrevirão e não
pouparão nem a criancinha de peito, nem o nascituro, ferindo as mães nas suas
mais caras esperanças.
Pedi
que vossa fuga não se dê no inverno. O inverno é a estação de
ásperos rigores. Dizendo isso, tinha Jesus em mente concitar-nos a estar
vigilantes e a orar ao Senhor, a fim de não sermos improvisamente surpreendidos
na preguiça; a fim de nos acharmos preparados para comparecer perante Ele, de
modo a não termos que suportar o sofrimento, a expiação.
E a
grande tribulação desses dias será tal como nunca houve desde o princípio da
criação do Universo até agora, nem haverá jamais. Ë
que, desde que se formou o globo em que habitamos, suas transformações não têm
ido além de um aperfeiçoamento da matéria, ao passo que as que se hão de ainda
produzir transformarão progressivamente essa mesma matéria em substâncias
fluídicas apropriadas às necessidades dos novos corpos humanos. Maior,
portanto, do que as até então sofridas será a aflição desses dias vindouros,
quer do ponto de vista das subversões físicas parciais, quer do das
consequências que daí advirão para os que se conservarem obstinadamente
rebeldes ao progresso, ou retardatários, os quais, ao tempo daquela depuração e
transformação, se verão afastados do nosso e relegados para planetas
inferiores.
Estejamos certos, porém, de
que o Senhor jamais privará qualquer de seus filhos, por mais culpado que possa
ser, da faculdade e dos meios de se tornar melhor. Assim, os que forem exilados
deixarão de encarnar na Terra, mas as suas reencarnações sucessivas seguirão
seu curso, se bem que noutro meio, até que, tendo-se emendado, se façam
merecedores de volver à primitiva pátria.
Todos nos achamos no declive
e a caminho dessa finalidade; mas, ninguém nos diz que tais catástrofes,
inevitáveis em se tratando de uma renovação planetária, se hajam de produzir
simultaneamente, ou amanhã, nem que durarão de um sol a outro. Semelhantes
transformações não se operam de um momento para outro; demandam séculos e
séculos, que nada são para Aquele que os deixa sair do seu pensamento e cuja
infinita misericórdia de infinitos meios se serve para despertar todos os seus
filhos do letargo em que tenham caído e encaminhá-los para á conquista da
felicidade eterna.
Não nos acabrunhemos com a
perspectiva dessas revoluções catastróficas; antes, preparemo-nos para delas
sairmos vencedores, deixando o homem velho entre os destroços do velho mundo e
renascendo no planeta renovado.
Referindo-se à Jerusalém
hebraica, Jesus abarcava com o seu pensamento o mundo, figurado por aquela
cidade. Tal como esta, o mundo, a Humanidade hão de suportar muitas
vicissitudes, muitos assaltos, o terror se espalhará entre os homens, pois os
inimigos que mais devemos temer se reunirão em maior número, para os assaltar.
Esses inimigos são os nossos vícios. A Jerusalém atual será destruída; mas, outra
reconstruiremos, eterna, cujos felizes habitantes nada mais terão que recear. O
tempo, a reencarnação, o progresso, dentro da marcha dos acontecimentos
planetários e humanos, executarão a obra de renovação, assim de ordem física,
pelo que toca à Terra, como de ordem física e moral, pelo que concerne à
Humanidade.
O tempo das nações se terá
cumprido, quando estiver implantado no mundo terreno o reinado universal da lei
do amor e da caridade, que se hão de estender qual manto, para cobrir todos os
filhos da Terra e conduzi-los, pela reciprocidade e pela solidariedade, à
unidade fraternal.
Falsos Cristos. Falsos profetas
(Mateus,
24:23-28)
21.
Então se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis –
22. Porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e
prodígios para enganar se possível até os escolhidos. – 23. Ficai vós pois de
sobreaviso; eis que de antemão vos tenho dito tudo.
Estas palavras encerram um
aviso aos homens, para que estejam precatados contra os que, em nome do Cristo,
tentarem desviá-los da lei de amor e de caridade que Ele pregou.
Pronunciou-as Jesus,
antevendo as dissidências que as ambições humanas originariam em sua Igreja,
fundada no amor, e que arrastariam as criaturas ao egoísmo, ao orgulho e a
todos os sentimentos materiais que as levaram ao extremo de negar Deus.
Os
falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios para enganar se
possível até os escolhidos. Também estas palavras do Mestre se
referem aos esforços que foram e serão empregados para desviar os homens da
obediência pura e simples às leis de Deus e do seu enviado e para forçá-los a
se submeterem a um código religioso de origem humana, contrafação da mais
grandiosa e mais simples moral que se possa querer e esperar. Referem-se,
igualmente, aos esforços empregados pelos pastores infiéis e às ciladas urdidas
aos rebanhos, a fim de fazê-los enveredar por falsos caminhos.
Em suma, Jesus, nesta passagem,
aludiu a tudo quanto se fez, faz e fará para afastar da luz os homens e
encaminhá-los para as trevas, quaisquer que sejam os meios empregados.
A revelação e a ciência
espíritas nos ensinam que a simples produção de fenômenos espíritas, de
fenômenos mediúnicos, de modo algum constitui o critério pelo qual possamos e
devamos reconhecer a moralidade e a veracidade daquele por cujo intermédio eles
se operem, nem, portanto, se nos achamos em presença de um verdadeiro ou falso
Cristo, de um verdadeiro ou falso profeta. Por grandes, pois, que sejam os
prodígios ou portentos que observemos, se aquele que os produz tentar
divorciar-nos da prática do amor e da caridade, da prática dos ensinamentos e
exemplos do Mestre, da lei simples e pura que Ele nos legou, não lhe demos
crédito, não o sigamos.
Predição dos acontecimentos de ordem
física e de ordem moral que precederão o advento de Jesus em todo o seu
esplendor espiritual e predição desse advento
(Mateus,
24:29-31; Lucas, 21:25-28)
24.
Mas, nesses dias, após toda essa tribulação, o Sol se escurecerá, a Lua não
dará sua claridade. 25, as estrelas cairão do céu e as virtudes que nos céus
estão se abalarão. 26. Ver-se-á então o Filho do homem vindo nas nuvens com
grande poder e glória. 27. E ele enviará seus anjos a reunir seus eleitos, dos
quatro ventos, do extremo da Terra ao extremo do céu.
As referências aqui feitas
ao escurecimento do Sol e da Lua, à queda das estrelas, etc., foram um novo
aviso que, veladamente, Jesus deu dos acontecimentos de ordem física e de ordem
moral que hão de suceder, até ao momento em que o reino de Deus se estabeleça
em todos os corações. No tocante à ordem física, aludia Ele às revoluções
parciais e sucessivas, que ocasionarão a transformação do nosso planeta, porém,
não bruscamente e sim por obra dos séculos.
O nosso globo que, como
todos, saiu dos fluídos Incandescentes e impuros, isto é, carregado de
substâncias próprias à constituição da matéria, tem que, despojado de todos os
princípios materiais, imergir nos fluídos puros. Para lá chegar, tem que
seguir, quanto à decomposição da matéria, a mesma progressão que seguiu para a
sua composição. Antes, porém, já nós teremos passado por imensa modificação, as
raças se terão renovado pela encarnação de Espíritos mais bem preparados e tudo
terá progredido.
A alusão, veladamente feita,
ao escurecimento do Sol e à desaparição da luz da Lua entende com o fato, que
se há de verificar, de a Terra se ir afastando desses dois astros. Quando
depurada, ela se terá afastado do centro onde ora gravita e então esplenderá de
luz própria. As estrelas que cairiam do céu, as virtudes celestes que se
abalariam são os luzeiros do Senhor, os Espíritos protetores dos homens, que
trazem as claridades do céu e as fazem chegar aos nossos olhos. Cada vez em maior
número, essas estrelas se abalarão e descerão até nós, para fazerem luzir às
nossas vistas claridades desconhecidas, que neste momento nos ofuscariam.
O sinal do Filho do Homem,
que, segundo a predição de Jesus, há de aparecer no céu, é o advento do reinado
do amor e da caridade. O joio será então completamente separado do trigo, isto
é, os obstinados no mal serão afastados do nosso planeta e a Humanidade,
regenerada, estará pronta para receber em seu coração o reino do Senhor. Nessa
época é que um só será o Pastor, a cujos pés todas as ovelhas se prostrarão e,
diante das grandes graças que terão recebido, chorarão tanto de reconhecimento
e alegria, como de pesar por haverem desconhecido a mão paternal que as
dirigiu.
Aí,
verão o Filho do homem vir sobre as nuvens do céu,
com grande poder, grande majestade e grande glória, isto é, ve-lo-ão vir em
todo o fulgor espírita, ao seu reino, preparado para tornar-se um dos reinos do
Pai, como habitação de puros Espíritos.
Parábola da figueira. Predição da era
nova do Cristianismo do Cristo, da era espírita. Espíritos haverá que,
encarnados ao tempo em que Jesus falava, verão, reencarnados na Terra, as
coisas por ele preditas para a depuração e a transformação do planeta e da
Humanidade terrenos. A Terra passará, mas as palavras de Jesus não passarão
(Mateus,
24:32-35; Lucas, 21:29-33)
28.
Aprendei uma parábola tomada à figueira: Quando seus ramos já estão tenros e as
folhas brotam, sabeis que vem próximo o estio. 29. Assim, também, quando virdes
que essas coisas acontecem, sabei que o filho do homem está próximo, está à
porta. 30. Em verdade vos digo que esta geração não passará sem que todas essas
coisas se tenham cumprido. 31. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras
não passarão.
Jesus se serviu da parábola,
da comparação com a figueira e outras árvores apenas para exprimir e
desenvolver os pensamentos que acabara de externar sobre o aparecimento do
sinal do filho do homem, no céu, sobre a proximidade da nossa redenção. Teve
por fim, com esta parábola, chamar mais vivamente a atenção dos que o ouviam,
impressioná-los mais fortemente pelo que ia acrescentar e prender a atenção das
gerações que haviam de suceder-se, sobretudo das que, como a nossa, veriam
despontar no horizonte, com a nova revelação, o predito advento do Espírito da
Verdade e estavam destinadas a compreender, em espírito, as suas palavras.
Esta
geração não passará, sem que todas essas coisas se tenham cumprido.
Compreendidas segundo o espírito que vivifica, por estas palavras, Jesus se
referia à geração de Espíritos que, vivendo então na Terra, encarnados, nela
viveram mais tarde e tornarão a viver, reencarnados, quando o nosso planeta
atravessar as últimas fases da sua transformação física e a Humanidade as
últimas da sua transformação física e moral: quando, pois, se 398 estiver
cumprindo tudo o que Ele predisse.
Passará
o céu e a Terra, mas as minhas palavras não passarão.
Tudo o que é de ordem física, no espaço, na imensidade, com relação ao nosso,
como a todos os mundos, passa pelo cadinho da transformação. Quer isto dizer
que, de acordo com as leis de destruição, de reprodução e de progresso, tudo se
renova, depura e modifica, percorrendo a escala que vai do infinitamente
pequeno ao infinitamente grande, na vida e na harmonia universais. Mas, as
palavras de Jesus, órgão do Senhor onipotente, não passarão, porque são
imutáveis e eternas, como eternos e imutáveis são, na ordem física, na ordem
intelectual e na ordem moral, a lei do progresso, para o Espírito, e as leis
naturais, na ordem material e na ordem fluídica. Elas não passarão, porque são
ao mesmo tempo princípio fundamental, condição e meio de progresso nos mundos
inferiores, de provações e expiações, como são o caminho único que pode levar o
homem aos mundos superiores, preparando-lhe o acesso a esses mundos e fazendo-o
penetrar neles.
Desconhecida é a hora em que se darão os
acontecimentos preditos para depuração e transformação da Terra e da Humanidade
terrena. O homem não pode nem deve procurar devassar os segredos do futuro, mas
deve estar sempre pronto a comparecer diante do Senhor e a se tornar digno de
evitar tudo quanto há de suceder, trabalhando desde já, ativa e continuamente,
pela sua purificação e seu progresso
(Mateus,
24:36-39; Lucas, 21:34-38)
32.
Mas, do dia ou da hora, ninguém o sabe, nem os anjos do céu, nem mesmo o Filho,
senão só o Pai. 33. Vede bem; vigiai e orai, pois não sabeis quando chegará
esse tempo. 34. Como se um homem, partindo em viagem para longe, deixasse a
casa entregue a seus servos, designando a cada um o que tinha a fazer, e
determinando ao porteiro que vigiasse. 35. Vigiai, pois, visto que não sabeis
quando virá o dono da casa, se de tarde, se à meia noite, se ao cantar do galo,
se pela manhã, 36, a fim de que, chegando de repente, não vos encontre a
dormir. 37. O que vos digo a vós, a todos digo: Vigiai.
“Do dia ou da hora, ninguém
o sabe, nem os anjos do céu, nem mesmo o Filho, senão só o Pai”.
Dizendo isso, quis Jesus que
os homens compreendessem quão orgulhoso e inútil é o pretenderem sondar o futuro,
que só Deus conhece. Ao mesmo tempo, quis infirmar desde logo a ideia da
divindade que, pela sua presciência, sabia lhe havia de ser atribuída, ideia
cuja duração só seria permitida pelo tempo que necessário fosse à transformação
do culto material em culto espiritual.
Deus releva sempre os erros
que, em matéria de crenças, são cometidos de boa-fé. Unicamente o orgulho e a
hipocrisia, a felonia e a mentira são punidos, porquanto só as faltas tornam
culpada a criatura.
SAYÃO, Antonio Luiz. Elucidações evangélicas. FEB (e-book).
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