Evangelho segundo João - cap. 16

1. Disse-vos essas coisas para vos preservar de alguma queda.

É o alerta contra os “falsos profetas”, que pululam em todos os setores, porque, ao invés de se humilharem, se exaltam, ao invés de fazerem como Jesus fez, reconhecendo-se simples médium, querer se dizer autores das obras.

2. Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus.

- Preparem-se para o testemunho!

3. Procederão deste modo porque não conheceram o Pai, nem a mim.

Muitos não querem conhecer nem o Pai nem quem venha a falar em nome dele.

4. Disse-vos, porém, essas palavras para que, quando chegar a hora, vos lembreis de que vo-lo anunciei. E não vo-las disse desde o princípio, porque estava convosco.

Eram alertas para o futuro, para sempre.

5. Agora vou para aquele que me enviou, e ninguém de vós me pergunta: Para onde vais?

Os esclarecimentos tinham de ser o mais completos possíveis.

6. Mas porque vos falei assim, a tristeza encheu o vosso coração.

Não deveria haver tristeza, mas alegria porque uma fase importante da evolução da humanidade estava cumprida, com a realização da missão de Jesus como encarnado. Outra fase se iniciaria, com o trabalho dos discípulos.

7. Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós, mas se eu for, vo-lo enviarei.

Cada um dá sua contribuição. Jesus tinha dado a dele. Depois seriam os discípulos, até chegar a época da Terceira Revelação e assim por diante.

8. E, quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo.

A Doutrina Espírita ficou encarregada de abordar as três questões que Jesus mencionou: o pecado, a justiça e o juízo.

9. Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim.

Não pode haver Doutrina Espírita sem Jesus.

10. Ele o convencerá a respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis,

A justiça se faz dentro da consciência de cada um, a qual atua através da Lei de Causa e Efeito e não do julgamento exterior.

11. ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado.

Os Espíritos avessos ao bem estão condenados pela própria consciência.

12. Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.

Não havia como ultrapassar a capacidade de compreensão daqueles Espíritos Superiores encarnados e limitados pela inexperiência, que só viria com o tempo e a prática da mediunidade.

13. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.

Os Espíritos Superiores encarregados da Terceira Revelação apenas repetiriam as lições aprendidas no mundo espiritual e afirmariam a continuidade da revelação.

14. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.

Esses Espíritos seriam discípulos de Jesus e transmitiriam o que tinham aprendido com Ele.

15. Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará.

Deus concedeu autoridade a Jesus para governar o planeta e a Terceira Revelação mostraria essa realidade, ou seja, que Jesus é o Governador do planeta.

Jesus ensina a orar em seu nome

16. Ainda um pouco de tempo, e já me não vereis, e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver, porque vou para junto do Pai.

O que se sucede com Jesus somente pode ser informado por Ele próprio, segundo afirmou Emmanuel, pois nenhum Espírito que passou pela Terra, talvez sua mãe seja a exceção, está à altura de arriscar qualquer assertiva.

17. Nisso alguns dos seus discípulos perguntavam uns aos outros: Que é isso que ele nos diz: Ainda um pouco de tempo, e não me vereis, e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver? E que significa também: Eu vou para o Pai?

Não havia como imaginarem o que iria se suceder daí a pouco tempo. Jesus quis lhes dizer que tudo que acontecesse obedecia a um planejamento e não estaria ao sabor do acaso nem da vontade dos encarnados.

18. Diziam então: Que significa este pouco de tempo de que fala? Não sabemos o que ele quer dizer.

Eram apenas alunos, sem a experiência de quem já atua: somente Jesus tinha atuado e cumprido sua missão; faltava chegar a hora deles cumprirem a deles.

19. Jesus notou que lho queriam perguntar e disse-lhes: Perguntais uns aos outros acerca do que eu disse: Ainda um pouco de tempo, e não me vereis, e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver.

Era necessário esclarecer aqueles que conheciam, até então, apenas a teoria das grandes verdades de Deus: nenhuma prática tinham.

20. Em verdade, em verdade vos digo: haveis de lamentar e chorar, mas o mundo se há de alegrar. E haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza se há de transformar em alegria.

O sacrifício deles redundaria no progresso da humanidade, comprovando, perante todos, que o que Jesus ensinou representa as leis de Deus.

21. Quando a mulher está para dar à luz, sofre porque veio a sua hora. Mas, depois que deu à luz a criança, já não se lembra da aflição, por causa da alegria que sente de haver nascido um homem no mundo.

A comparação é ideal: teriam de dar à luz sentindo as dores do parto, mas, depois, a felicidade reinaria para todos.

22. Assim também vós: sem dúvida, agora estais tristes, mas hei de ver-vos outra vez, e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria.

A alegria do dever cumprido!

23. Naquele dia não me perguntareis mais coisa alguma.

Não terão mais dúvidas quando cumprirem seu dever.

24. Até agora não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja perfeita.

Estavam recebendo o diploma de conclusão do aprendizado teórico.

25. Disse-vos essas coisas em termos figurados e obscuros. Vem a hora em que já não vos falarei por meio de comparações e parábolas, mas vos falarei abertamente a respeito do Pai.

A Terceira Revelação dispensaria as parábolas e as comparações, porque a humanidade já estaria adulta para ouvir as assertivas no vocabulário dos adultos.

26. Naquele dia pedireis em meu nome, e já não digo que rogarei ao Pai por vós.

Quando amadurecessem pediriam em nome de Jesus diretamente a Deus.

27. Pois o mesmo Pai vos ama, porque vós me amastes e crestes que saí de Deus.

Todos são filhos de Deus e evoluirão.

28. Saí do Pai e vim ao mundo. Agora deixo o mundo e volto para junto do Pai.

Missão cumprida!

29. Disseram-lhe os seus discípulos: Eis que agora falas claramente e a tua linguagem já não é figurada e obscura.

A hora da despedida foi a hora do amadurecimento espiritual e tinham de começar a agir, pois estava completa a formação puramente teórica.

30. Agora sabemos que conheces todas as coisas e que não necessitas que alguém te pergunte. Por isso, cremos que saíste de Deus.

Não tiveram mais nenhuma dúvida de que Jesus era o médium de Deus.

31. Jesus replicou-lhes: Credes agora?

Agora estão preparados para enfrentar sua missão!

32. Eis que vem a hora, e ela já veio, em que sereis espalhados, cada um para o seu lado, e me deixareis sozinho. Mas não estou só, porque o Pai está comigo.

Temeriam porque ainda não tinham a experiência, enquanto que Jesus não se intimidaria porque já tinha terminado sua missão. Os discípulos mal tinham completado a escolaridade, enquanto que o Mestre sabia toda a teoria e estava completada sua prática. Por isso temeriam e se dispersariam, por um tempo. Jesus queria que eles soubessem que seu temor era compreensível e não seria censurado.

33. Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo.

Avante!

Fonte:

O Evangelho de João na visão espírita (e-book) 

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