1. Disse-vos essas coisas
para vos preservar de alguma queda.
É
o alerta contra os “falsos profetas”, que pululam em todos os setores, porque,
ao invés de se humilharem, se exaltam, ao invés de fazerem como Jesus fez,
reconhecendo-se simples médium, querer se dizer autores das obras.
2. Expulsar-vos-ão das
sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar
culto a Deus.
-
Preparem-se para o testemunho!
3. Procederão deste modo
porque não conheceram o Pai, nem a mim.
Muitos
não querem conhecer nem o Pai nem quem venha a falar em nome dele.
4. Disse-vos, porém, essas
palavras para que, quando chegar a hora, vos lembreis de que vo-lo anunciei. E
não vo-las disse desde o princípio, porque estava convosco.
Eram
alertas para o futuro, para sempre.
5. Agora vou para aquele que
me enviou, e ninguém de vós me pergunta: Para onde vais?
Os
esclarecimentos tinham de ser o mais completos possíveis.
6. Mas porque vos falei assim, a tristeza encheu o vosso coração.
Não
deveria haver tristeza, mas alegria porque uma fase importante da evolução da
humanidade estava cumprida, com a realização da missão de Jesus como encarnado.
Outra fase se iniciaria, com o trabalho dos discípulos.
7. Entretanto, digo-vos a
verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a
vós, mas se eu for, vo-lo enviarei.
Cada
um dá sua contribuição. Jesus tinha dado a dele. Depois seriam os discípulos,
até chegar a época da Terceira Revelação e assim por diante.
8. E, quando ele vier,
convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo.
A
Doutrina Espírita ficou encarregada de abordar as três questões que Jesus
mencionou: o pecado, a justiça e o juízo.
9. Convencerá o mundo a
respeito do pecado, que consiste em não crer em mim.
Não
pode haver Doutrina Espírita sem Jesus.
10. Ele o convencerá a
respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me
vereis,
A
justiça se faz dentro da consciência de cada um, a qual atua através da Lei de
Causa e Efeito e não do julgamento exterior.
11. ele o convencerá a
respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e
condenado.
Os
Espíritos avessos ao bem estão condenados pela própria consciência.
12. Muitas coisas ainda
tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.
Não
havia como ultrapassar a capacidade de compreensão daqueles Espíritos
Superiores encarnados e limitados pela inexperiência, que só viria com o tempo
e a prática da mediunidade.
13. Quando vier o Paráclito,
o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si
mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.
Os
Espíritos Superiores encarregados da Terceira Revelação apenas repetiriam as lições
aprendidas no mundo espiritual e afirmariam a continuidade da revelação.
14. Ele me glorificará,
porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.
Esses
Espíritos seriam discípulos de Jesus e transmitiriam o que tinham aprendido com
Ele.
15. Tudo o que o Pai possui
é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará.
Deus
concedeu autoridade a Jesus para governar o planeta e a Terceira Revelação
mostraria essa realidade, ou seja, que Jesus é o Governador do planeta.
Jesus ensina a orar em seu nome
16. Ainda um pouco de tempo,
e já me não vereis, e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver,
porque vou para junto do Pai.
O
que se sucede com Jesus somente pode ser informado por Ele próprio, segundo
afirmou Emmanuel, pois nenhum Espírito que passou pela Terra, talvez sua mãe seja
a exceção, está à altura de arriscar qualquer assertiva.
17. Nisso alguns dos seus
discípulos perguntavam uns aos outros: Que é isso que ele nos diz: Ainda um
pouco de tempo, e não me vereis, e depois mais um pouco de tempo, e me
tornareis a ver? E que significa também: Eu vou para o Pai?
Não
havia como imaginarem o que iria se suceder daí a pouco tempo. Jesus quis lhes
dizer que tudo que acontecesse obedecia a um planejamento e não estaria ao
sabor do acaso nem da vontade dos encarnados.
18. Diziam então: Que
significa este pouco de tempo de que fala? Não sabemos o que ele quer dizer.
Eram
apenas alunos, sem a experiência de quem já atua: somente Jesus tinha atuado e
cumprido sua missão; faltava chegar a hora deles cumprirem a deles.
19. Jesus notou que lho
queriam perguntar e disse-lhes: Perguntais uns aos outros acerca do que eu
disse: Ainda um pouco de tempo, e não me vereis, e depois mais um pouco de
tempo, e me tornareis a ver.
Era
necessário esclarecer aqueles que conheciam, até então, apenas a teoria das grandes
verdades de Deus: nenhuma prática tinham.
20. Em verdade, em verdade
vos digo: haveis de lamentar e chorar, mas o mundo se há de alegrar. E haveis
de estar tristes, mas a vossa tristeza se há de transformar em alegria.
O
sacrifício deles redundaria no progresso da humanidade, comprovando, perante
todos, que o que Jesus ensinou representa as leis de Deus.
21. Quando a mulher está
para dar à luz, sofre porque veio a sua hora. Mas, depois que deu à luz a
criança, já não se lembra da aflição, por causa da alegria que sente de haver
nascido um homem no mundo.
A
comparação é ideal: teriam de dar à luz sentindo as dores do parto, mas,
depois, a felicidade reinaria para todos.
22. Assim também vós: sem
dúvida, agora estais tristes, mas hei de ver-vos outra vez, e o vosso coração
se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria.
A
alegria do dever cumprido!
23. Naquele dia não me
perguntareis mais coisa alguma.
Não
terão mais dúvidas quando cumprirem seu dever.
24. Até agora não pedistes
nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja perfeita.
Estavam
recebendo o diploma de conclusão do aprendizado teórico.
25. Disse-vos essas coisas
em termos figurados e obscuros. Vem a hora em que já não vos falarei por meio
de comparações e parábolas, mas vos falarei abertamente a respeito do Pai.
A
Terceira Revelação dispensaria as parábolas e as comparações, porque a
humanidade já estaria adulta para ouvir as assertivas no vocabulário dos
adultos.
26. Naquele dia pedireis em
meu nome, e já não digo que rogarei ao Pai por vós.
Quando
amadurecessem pediriam em nome de Jesus diretamente a Deus.
27. Pois o mesmo Pai vos
ama, porque vós me amastes e crestes que saí de Deus.
Todos
são filhos de Deus e evoluirão.
28. Saí do Pai e vim ao
mundo. Agora deixo o mundo e volto para junto do Pai.
Missão
cumprida!
29. Disseram-lhe os seus
discípulos: Eis que agora falas claramente e a tua linguagem já não é figurada
e obscura.
A
hora da despedida foi a hora do amadurecimento espiritual e tinham de começar a
agir, pois estava completa a formação puramente teórica.
30. Agora sabemos que
conheces todas as coisas e que não necessitas que alguém te pergunte. Por isso,
cremos que saíste de Deus.
Não
tiveram mais nenhuma dúvida de que Jesus era o médium de Deus.
31. Jesus replicou-lhes:
Credes agora?
Agora
estão preparados para enfrentar sua missão!
32. Eis que vem a hora, e
ela já veio, em que sereis espalhados, cada um para o seu lado, e me deixareis
sozinho. Mas não estou só, porque o Pai está comigo.
Temeriam
porque ainda não tinham a experiência, enquanto que Jesus não se intimidaria
porque já tinha terminado sua missão. Os discípulos mal tinham completado a
escolaridade, enquanto que o Mestre sabia toda a teoria e estava completada sua
prática. Por isso temeriam e se dispersariam, por um tempo. Jesus queria que
eles soubessem que seu temor era compreensível e não seria censurado.
33. Referi-vos essas coisas
para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu
venci o mundo.
Avante!
Fonte:
O Evangelho de João na visão espírita (e-book)
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