Jesus aparece a sete discípulos
1. Depois disso, tornou
Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades.
Manifestou-se deste modo:
O
Mestre ainda continuaria orientando seus emissários.
2. Estavam juntos Simão
Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael (que era de Caná da Galileia), os filhos
de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos.
A
mediunidade não é um aparelho que se liga e desliga: ela é uma condição que uns
detêm em grau maior que os outros e que acompanha a criatura em todas as
circunstâncias da vida. Por isso, é necessária a autorreforma moral, a fim de o
médium servir à causa do bem. Em caso contrário, servirá ao mal.
3. Disse-lhes Simão Pedro:
Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram
na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam.
Queriam
pegar peixes, mas estavam em local desfavorável.
4. Chegada a manhã, Jesus
estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram.
Jesus
os encontrou na praia para continuarem o aprendizado prático.
5. Perguntou-lhes Jesus:
Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe.
Ainda
lhes faltavam mais informações sobre a mediunidade.
6. Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes.
Seria
aquela apenas uma oportunidade a mais para se certificarem de que deveriam
confiar na própria mediunidade, pois a realidade não se resume no que os cinco
sentidos detectam, mas ultrapassa, e muito, esse campo estreito de percepção.
7. Então aquele discípulo,
que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que
era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas.
Mais
apurada percepção tinha aquele que mais era sintonizado com o Mestre: o próprio
evangelista. Por isso, foi o primeiro a identificar-lhe a presença.
8. Os outros discípulos
vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois não estavam longe da terra,
senão cerca de duzentos côvados).
Mais
informações lhes estavam destinadas.
9. Ao saltarem em terra,
viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão.
Materialização,
tal qual naquela oportunidade em que peixes e pães surgiram das mãos de Jesus
em profusão.
10. Disse-lhes Jesus: Trazei
aqui alguns dos peixes que agora apanhastes.
Novas
lições.
11. Subiu Simão Pedro e
puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes.
Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
Mais
surpresas.
12. Disse-lhes Jesus: Vinde,
comei. Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe: Quem és tu?, pois bem sabiam
que era o Senhor.
Mais
se consolidava a certeza da imortalidade do Espírito e sua comunicabilidade com
os encarnados.
13. Jesus aproximou-se,
tomou o pão e lhos deu, e do mesmo modo o peixe.
Aprendizado
prático daquelas realidades.
14. Era esta já a terceira
vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado.
Sendo
médiuns desenvolvidos, em cumprimento de elevada missão, não precisaria Jesus
materializar-se para ser percebido por eles.
Pedro é interrogado
15. Tendo eles comido, Jesus
perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?
Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os
meus cordeiros.
O
Batista se referia a Jesus como o “Cordeiro de Deus”, ou seja, obediente a
Deus. O divino Mestre recomendou a Simão Pedro: “Apascenta os meus cordeiros.”
16. Perguntou-lhe outra vez:
Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros.
Repetiu-lhe
a pergunta e ouviram-se a mesma resposta e a mesma recomendação anteriores.
17. Perguntou-lhe pela
terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe
perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu
sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.
Na
terceira vez, tudo parecia igual, menos a consciência de Pedro de que poderia
falhar na hora do testemunho, sendo que Jesus o estava alertando para
desenvolver a própria firmeza de propósitos, o que ele cumpriu à risca. A
recomendação mudou para: “Apascenta minhas ovelhas”, pois Jesus afirmava que
era a “porta” e a humanidade eram suas “ovelhas”. Simão Pedro deveria cuidar
dos filhos e filhas de Deus, fielmente. Estava orientado o grande apóstolo,
que, não por acaso ou por mero favor, Jesus cognominou de Cefas (pedra), pois
seria o esteio de sustentação da Boa Nova.
18. Em verdade, em verdade
te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando
fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde
não queres.
Simão
Pedro tinha no seu caminho a experiência da violência, a qual ele teria de
suportar da parte dos agressivos, com os quais afinara em tempos passados.
Agora chegaria sua vez de dar seu testemunho em favor da paciência, da paz e da
submissão, para que aqueles todos aprendessem com seu exemplo.
19. Por estas palavras, ele
indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de
assim ter falado, acrescentou: Segue-me!
O
fato do seu gênero de morte ser violento não significaria mérito nem demérito,
mas sim uma nova lição, para “glorificar a Deus”, ou seja, conquistar maior
número de convertidos à vida conforme as leis de Deus. Até seu gênero de morte
contribuiria para edificar muitos. Portanto, que não desanimasse em face dessa
revelação, mas que se empenhasse no trabalho de autoaperfeiçoamento para melhor
servir.
20. Voltando-se Pedro, viu
que o seguia aquele discípulo que Jesus amava (aquele que estivera reclinado
sobre o seu peito, durante a ceia, e lhe perguntara: Senhor, quem é que te há
de trair?).
O
evangelista iria cumprir outro tipo de missão: estava-lhe destinada a produção
doutrinária, tanto que saíram das suas mãos idealistas e humildes, pela
mediunidade sublimada, o Evangelho que assinou e o Apocalipse, duas fontes de
informações e revelações inspiradas pelo próprio Governador da Terra.
21. Vendo-o, Pedro perguntou
a Jesus: Senhor, e este? Que será dele?
O
evangelista teria longa vida, para ensinar várias gerações, como mestre que
era, tendo, inclusive, tido como um de seus alunos o próprio Emmanuel, nas
vestes de Nestório.
22. Respondeu-lhe Jesus: Que
te importa se eu quero que ele fique até que eu venha? Segue-me tu.
Jesus
quis dizer a Simão Pedro: - Cumpra sua missão, que é grande!
23. Correu por isso o boato
entre os irmãos de que aquele discípulo não morreria. Mas Jesus não lhe disse:
Não morrerá, mas: Que te importa se quero que ele fique assim até que eu venha?
Sempre
os boatos sobre os outros! Cada um cumpra sua tarefa!
24. Este é o discípulo que
dá testemunho de todas essas coisas, e as escreveu. E sabemos que é digno de fé
o seu testemunho.
João
afirma a veracidade de tudo que consta do texto que redigiu, dizendo também que
o mesmo é digno de fé.
25. Jesus fez ainda muitas
outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro
poderia conter os livros que se deveriam escrever.
O
que o evangelista registrou é apenas uma pequena parte do que poderia relatar,
pois conviveu com Jesus durante seu messianato, mas o resumo de tudo que Jesus
quis gravar no íntimo de cada ovelha do seu aprisco é o “amor a Deus acima de
tudo e ao próximo como a si mesmo.” A continuidade da Boa Nova seria
concentrada, sobretudo a partir do século XIX, na Terceira Revelação, cuja
continuidade vai em direção ao futuro, indefinidamente, até que cada ovelha do
aprisco de Jesus esteja em segurança, através da própria sintonia com os
Espíritos Superiores, pelo merecimento individual, graças à obediência às leis
de Deus.
Esta
é uma das biografias de Jesus, uma das obras mais importantes que se escreveu,
inspirada pelo próprio divino Pastor da humanidade da Terra ao seu discípulo
mais fiel.
Louvado
seja nosso Senhor Jesus Cristo para sempre, como Médium fidelíssimo de Deus
para a nossa humanidade!
Fonte:
O
Evangelho de João na visão espírita (e-book)
Bíblia
de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2004
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