A ressurreição de Jesus. Visita de Maria
Madalena e das outras mulheres ao sepulcro. A pedra que lhe fechava a entrada é
encontrada com os selos partidos e derribada. Aparição dos anjos às mulheres.
Aparição de Jesus a Maria e às outras mulheres. Narrativa que estas fazem aos
discípulos. o sepulcro
(Mateus,
28:1-15; Lucas, 24:1-12; João, 20:1-18)
1.
Passado o dia de sábado, Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago, e Salomé,
compraram aromas para embalsamarem a Jesus. 2. E no primeiro dia da semana,
tendo partido muito cedo, chegaram ao sepulcro ao nascer do Sol. 3. Diziam
entre si: Quem nos há de remover a pedra da entrada do sepulcro? 4. Mas,
olhando, deram com a pedra, que era muito grande, já removida. 5. Entrando no
sepulcro viram, sentado do lado direito, um mancebo envolto num alvo manto e
ficaram muito espantadas. 6. Ele, porém, lhes disse: Não vos assusteis. Buscais
a Jesus de Nazaré, que foi crucificado; ele ressuscitou; não está aqui; vede o
lugar onde o puseram. 7. Mas, ide dizer a seus discípulos e a Pedro que ele vos
precederá na Galileia. Lá o vereis, conforme ele o disse. 8. Elas logo saíram
do sepulcro e dali fugiram, pois que as haviam assaltado o espanto e o medo.
Nada a ninguém disseram, tal o pavor de que se achavam possuídas. 9. Jesus, que
ressuscitara de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a
Maria Madalena, da qual expulsara sete demônios. 10. E ela foi levar a notícia
aos que haviam andado com ele, os quais estavam aflitos e chorosos. 11. Eles,
porém, ouvindo-a dizer que Jesus estava vivo e que fora visto por ela, não o
acreditaram.
As narrativas de Mateus, Marcos e Lucas, confrontadas com a de João (capítulo 20, versículos 1 ao 18), da qual não devem ser separadas, reciprocamente se completam, pois que a cada Evangelista coube, segundo as vistas do Alto, uma parte especial da narração completa, que todos fizeram.
Daí resulta que, coordenando-se
as quatro narrativas, os fatos vêm a ficar estabelecidos de modo integral,
assim no conjunto, como nos detalhes.
Ao que todos então
acreditavam, como cumpria acontecesse, pelos motivos já expendidos, Jesus se
achava revestido de um invólucro material humano, tal qual os nossos, de sorte
que, também na opinião de todos, sofrera morte real, como a sofremos.
A presença das mulheres no
sepulcro era esperada e o embalsamento do corpo, sobre o qual iam derramar
perfumes, tinha que se efetuar, logo que despontasse o Sol no primeiro dia da
semana por vir. (MARCOS, capítulo 16, versículo 1; LUCAS, capítulo 23,
versículos 55 e 56.)
Passando o dia de sábado.
Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e de Salomé, Joana e as outras que a elas
andavam juntas partiram alta madrugada e chegaram ao sepulcro ao nascer do Sol,
levando os aromas que haviam comprado e preparado para o embalsamento do corpo
de Jesus.
Diziam entre si: “Quem nos
tirará a pedra da entrada do sepulcro?“ (MARCOS, capítulo 16, versículo 3.)
De repente um grande
terremoto se fez sentir e no mesmo instante a pedra que fechava a entrada do
sepulcro foi atirada para o lado, enchendo-se os guardas de tal pavor, que
ficaram como mortos. Então, as mulheres viram (elas e não os guardas, pois só
elas eram médiuns videntes e, além disso, audientes) um anjo do Senhor (um
Espírito superior), cujo semblante resplandecia qual relâmpago e cujas vestes
eram alvas como a neve, que, tendo descido do céu, se assentara sobre a pedra
por ele removida do lugar. É o que as narrações de Marcos, Lucas e João,
incompletas pela omissão dos pormenores, referem dizendo: “que Maria Madalena e
Maria, mãe de Tiago e de Salomé, olhando, deram com a pedra, que era muito
grande, já removida”. (MARCOS, capítulo 16, versículo 4); “que as mulheres
encontraram removida a pedra que fora colocada à entrada do sepulcro” (LUCAS,
capítulo 24, versículo 2); “que Maria Madalena viu que a pedra fora tirada do
sepulcro”. (JOÃO, capítulo 20, versículo 1.)
O anjo, dirigindo-se às
mulheres, disse: Vós outras nada temais, porquanto sei que procurais a Jesus,
que foi crucificado. Ele aqui não está, pois que ressuscitou como o dissera.
Vinde e vede o Lugar onde o Senhor fora colocado. Dai-vos pressa de ir dizer a
seus discípulos que o Mestre ressuscitou. Ele vos precederá na Galileia; lá o
vereis, eu vo-lo predigo. (Versículos 5, 6 e 7.) Entrando no sepulcro (com o
anjo que lhes acabara de falar), viram elas outro anjo (um Espírito), que
tomaram por um mancebo, sentado do lado direito do sepulcro, envolto em alvo
manto, e ficaram muito espantadas. (MARCOS, capítulo 16, versículo 5.)
Foram esses dois anjos ou
Espíritos que, perturbadas, elas tomaram por dois homens. (LUCAS, capítulo 24,
versículos 3 e 4.)
Tendo penetrado no sepulcro,
não acharam lá o corpo do Senhor Jesus, o que lhes causou grande consternação.
E como, por efeito do medo que de todas se apoderou, ficaram imóveis a olhar
para o chão, os dois anjos (ou Espíritos) lhes disseram: “Por que procurais
entre os mortos àquele que está vivo? Ele não está aqui; ressuscitou.
Lembrai-vos do que vos declarou quando ainda se achava na Galileia, dizendo:
Cumpre que o filho do homem seja entregue às mãos dos pecadores, seja
crucificado e ressuscite ao terceiro dia”. Elas então se lembraram das palavras
de Jesus. (LUCAS, capítulo 24, versículos 3 ao 8.) O anjo que estava sentado à
direita do sepulcro lhes disse: “Não vos assusteis. Buscais a Jesus de Nazaré,
que foi crucificado; Ele ressuscitou; não está aqui; vede o lugar onde o
puseram. Mas, ide dizer a seus discípulos e a Pedro que Ele vos precederá na Galileia.
Lá o vereis, conforme o disse. (MARCOS, capítulo 16, versículos 6 e 7.)
Elas saíram imediatamente do
sepulcro, amedrontadas, mas, ao mesmo tempo, cheias de contentamento, e
fugiram. Nada a ninguém disseram, tal o pavor de que se achavam possuídas.
Correram a noticiar, a contar tudo aquilo aos discípulos, aos onze apóstolos e
a todas as demais pessoas.
Maria Madalena, Joana, Maria
mãe de Tiago e as outras que com estas andavam é que referiram todos aqueles
fatos aos apóstolos. (LUCAS, capítulo 24, versículo 10.) Para fazerem a
narrativa, separaram-se, tomando diversas direções. Maria Madalena saiu a
correr e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo a quem Jesus amava e
lhes disse: (pois que ela ainda duvidava): Roubaram do sepulcro o Senhor e não
sabemos onde o puseram. Imediatamente, Pedro e o outro discípulo (João) saíram
e foram ao sepulcro, ambos a correr, O outro discípulo, porém, correndo mais do
que Pedro, chegou primeiro. Abaixou-se e viu no chão o lençol, mas não entrou.
Chegou daí a pouco Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro. Viu o
lençol que lá estava, bem como o sudário, que, entretanto, não se achava junto
com o lençol e sim dobrado a um canto. Então, o outro discípulo, que primeiro
chegara, entrou também, viu e acreditou. Em seguida, ambos voltaram para casa.
(JOÃO, capítulo 20, versículos 2 ao 10.)
Jesus, que ressuscitara de
manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena,
da qual expulsara sete demônios. (MARCOS, capítulo 16, versículo 9.)
Tendo ido levar a notícia
dessa aparição de Jesus aos que com ele haviam andado, então aflitos e chorosos
(MARCOS, capítulo 16, versículo 10), Maria Madalena, que se separara das outras
mulheres para correr em busca de Pedro e de João, as encontrara de novo. E eis
que Jesus lhes surgiu pela frente e disse: Salve!
Elas se aproximaram dele, abraçaram-se-lhe aos pés e o adoraram.
Disse-lhes então Jesus:
“Nada tentais; ide dizer a meus irmãos que vão para a Galileia, que lá me
verão”.
A esse tempo, alguns dos
guardas foram à cidade e referiram aos príncipes dos sacerdotes o que sucedera.
Estes se reuniram em conselho com os anciães e deram grande soma de dinheiro
aos soldados, recomendando-lhes que dissessem: “Seus discípulos vieram durante
a noite e o roubaram, enquanto dormíamos”. Os soldados receberam o dinheiro e
fizeram o que lhes tinha sido recomendado. E, até hoje, essa versão, que então
se espalhou, tem curso entre os Judeus.
Tal é, coordenados os
diversos fatos que cada Evangelista relatou isoladamente, a narração completa
do que então ocorreu.
Quanto à explicação
particularizada de todas as ocorrências que se verificaram, ela se apresenta
completa, uma vez que se admita a natureza extra-humana, fluídica, do corpo com
que Jesus desempenhou a sua missão, corpo celeste e não terrestre, e uma vez
que também se admita a mediunidade sob todas as modalidades que comporta.
Admitidas uma e outra coisa, vê-se que todos os fatos, cuja narrativa integral
se acaba de ler, se produziram em absoluta conformidade com as leis naturais,
imutáveis e eternas porque divinas, estabelecidas desde toda a eternidade. Se
assim não foram, impossível seria que o cadáver houvesse desaparecido do
sepulcro, a não ser por meio de um roubo, hipótese que a atitude assumida pelos
Judeus e as circunstâncias que cercaram o sepultamento do Mestre demonstram
inadmissível, desde que essa atitude e essas circunstâncias sejam devidamente
apreciadas. E basta isso para tornar absurda a corporeidade humana de Jesus.
Aparição de Jesus a dois de seus
(Lucas,
24:13-35)
12.
Depois disso, apareceu sob outra forma, a dois deles que iam para o campo. 13.
Os dois foram comunicá-lo aos outros discípulos Que também lhes não deram
crédito.
A aparição de Jesus aos dois
discípulos, que eram, inconscientemente, médiuns videntes e audientes, foi
visível, tangível e audível. A ciência espírita nos faculta elementos para tudo
compreendermos e explicarmos a esse respeito.
Tudo o mais se explica pela
natureza fluídica do corpo do Senhor e pelo seu poder magnético.
Aparição de Jesus aos apóstolos
(Lucas,
24:36-49; João, 20:19-30)
14.
Ele apareceu, finalmente, aos onze quando estavam à mesa e lhes exprobrou a
incredulidade e a dureza dos corações, por não terem crido no que tinham visto
que ele ressuscitara.
Jesus, conforme se vê, para
deixar nos homens a impressão de que Ele era um homem como os demais, forneceu
a seus discípulos todas as provas necessárias, inclusive a de tomar alimentos.
Se se houvera mostrado tal qual era, que de explicações não fora preciso dar e
quais não teriam sido as consequências! Que arma perigosa não viera a ser nas
mãos dos homens de então a ciência espírita, da qual nós mesmos ainda tão
triste uso fazemos? Preciso era fosse cega a fé, até que os olhos da alma se
tornassem bastante fortes a poderem abrir-se para a luz.
Aqui, como em todos os casos
idênticos, as narrações evangélicas se explicam e completam reciprocamente.
A exprobração que, segundo
este versículo, Jesus dirigiu, de modo geral, aos onze apóstolos, foi em razão
de não terem dado crédito ao que lhes referiram Maria Madalena e as outras
mulheres. Dirigiu-a de modo especial a Tomé, por não ter acreditado no que lhe
relataram os outros apóstolos.
Uma circunstância devemos
notar: que Jesus se apresentou no meio dos discípulos, estando eles reunidos a
portas fechadas, de medo dos Judeus (João, 20:19). Quer dizer que ali penetrou
com o seu corpo fluídico, tal qual sucede nos casos de aparição de um Espírito
qualquer, dando a esse corpo a tangibilidade, no momento mesmo em que o tornou
visível. Paz seja convosco, disse, não temais. Ignorando, porém, a existência
da tangibilidade e suas causas, os discípulos se espantaram e amedrontaram,
supondo tratar-se de uma aparição, coisa de que tinham conhecimento. Tão
alheios se achavam à verdadeira natureza de Jesus, que Tomé só se convenceu de
que o Mestre reaparecera, quando pôde verificá-lo com seus próprios olhos.
Novas e sucessivas aparições aos
discípulos. Volta de Jesus à natureza espiritual que lhe era própria, nas
regiões etéreas, volta essa chamada: ascensão. Concordância estabelecida a esse
respeito entre as narrações evangélicas, que se explicam e completam umas pelas
outras
(Mateus,
28:16-20; Lucas, 24:50-53; João, 19:38-42)
15. E disse-lhes: Ide por
todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. 16. O que crer e for
batizado será salvo; mas o que não crer será condenado. 17. Aos que crerem
acompanharão estes milagres: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas
línguas; 15. pegarão nas serpentes e, se beberem qualquer bebida mortal, esta
nenhum mal lhes fará; imporão as mãos nos enfermos e estes sararão. 19. Depois
de lhes ter assim falado, o Senhor Jesus ascendeu ao céu onde está assentado à
direita de Deus. 20. Os discípulos partiram e pregaram por toda parte,
cooperando com eles o Senhor e confirmando-lhes a palavra pelos atos que se lhe
seguiam.
Ainda aqui, as narrações
evangélicas de Mateus, Marcos e Lucas, reunidas à de João, se completam e
explicam umas às outras, pelo que não devem ser consideradas separadamente.
Após a sua segunda aparição
aos discípulos, presente Tomé (JOÃO capítulo 20, versículos 24 ao 29), Jesus os
conduziu a Betânia, onde, erguendo as mãos, os abençoou (LUCAS, capítulo 24,
versículo 50.) Aí é que lhes determinou fossem para o monte da Galileia
(MATEUS, capítulo 28, versículo 16.) Lá na Galileia, foi que, abençoando-os,
deles se separou, que os discípulos o adoraram e que Ele se elevou para o céu.
De lá, voltaram cheios de alegria, para Jerusalém.
Quando os discípulos,
partindo de diversos pontos, iam a caminho da Galileia, a fim de aí se
reunirem, foi que, à margem do lago Tiberíades, se deu a aparição de Jesus a
Simão Pedro, a Tomé apelidado Dídimo, a Natanael nascido em Canã na Galileia,
aos filhos de Zebedeu e a dois outros discípulos, os quais todos tinham ido
pescar juntos.
A palavra de Jesus, que
MATEUS (capítulo 28, versículos 18, 19, 20) e MARCOS (v. capítulo 16,
versículos 15 ao 19) registraram, Ele as pronunciou no monte. Depois de havê-las
proferido, foi que ergueu as mãos e os abençoou e que, abençoando-os, se elevou
para o céu. (MARCOS, capítulo 16, versículo 19; LUCAS, capítulo 24, versículos
50 e 51.)
O que ocorreu depois da
Ascensão se encontra relatado nos Atos dos Apóstolos.
Nem todas as aparições de
Jesus, assim como nem tudo o que ele fez os evangelistas relataram
minuciosamente. Somaram o que era preciso, para que a missão terrena do Mestre
desse os resultados que devia dar, produzisse os frutos que devia produzir, então
e no futuro.
Foi julgado bastante que os
homens soubessem, além do que consta nas narrações evangélicas, que Jesus,
durante quarenta dias após a ressurreição, apareceu aos apóstolos e lhes falou
do reino de Deus (Atos dos Apóstolos.)
Além dos onze apóstolos, no
monte, de onde Jesus se elevou, se encontrava reunida uma multidão de pessoas,
muitas das quais ainda duvidavam da “ressurreição” do Senhor e de suas
aparições. A essas pessoas é que se refere Mateus quando diz: “se bem alguns ainda se achassem duvidosos”.
Ide,
pois, e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo (MATEUS, capítulo 24, versículo 19.)
Feito em nome do Pai, o batismo invocava o ser
supremo que, no infinito e na eternidade, preside a todos os Universos. Em nome do Filho, chamava a atenção sobre
aquele que vela pela sorte do nosso planeta, filho de Deus pela sua pureza
perfeita, nosso Senhor pelo seu poder. Em nome
do Espírito-Santo, constituía um apelo dirigido à inteligência secreta que
procede do Criador e se nos manifesta, por intermédio dor bons Espíritos, nos
efeitos espíritas, ensinando-nos, em espírito e em verdade, a justiça, o amor e
a caridade, trazendo-nos a luz e a verdade, por inspiração e comunicação
mediúnicas.
O batismo era o símbolo
material da aliança entre os cristãos.
O batismo que Jesus
prescrevia a seus discípulos que administrassem era, ao mesmo tempo, o da água
e o do Espírito Santo, O primeiro só se administrava como símbolo, ao adulto
consciente de seus atos. O segundo se seguia ao outro, de acordo com o mérito
do neófito. A assistência dos bons Espíritos era sempre invocada, em tal caso,
sob a designação de Espírito Santo, pelos que batizavam.
Ide
por todo o mundo pregar o Evangelho a toda criatura,
disse Jesus a seus discípulos. o que nos cumpre fazer, mas possuídos de uma fé
viva, forte, inabalável e apoiando-nos no exemplo, para que a nossa pregação
produza frutos.
O Cristianismo do Cristo é
um só e único para a Humanidade que habita o nosso planeta e consiste na
prática da caridade sob todas as formas. Aquele que atinge esse ponto difícil é
cristão, cristão segundo o Cristo, e do número dos que verdadeiramente caminham
nas sendas por Ele traçadas.
O
que crer e for batizado será salvo, mas o que não crer será condenado.
Preciso se faz saber em que consiste essa crença. Consiste em ter fé, a fé irmã
da esperança e, como esta, filha da caridade e do amor; a fé que conduz às
obras, a fé aliada às obras e consumada nelas.
Aquele que crê desse modo é
salvo. Quer dizer: não tendo mais que sofrer a expiação reservada ao Espírito
culposo, a reencarnação expiatória, vê abrir-se para si, pela reencarnação em
um mundo mais elevado do que o planeta onde até então encarnara, novas veredas
de purificação e progresso.
O que não crê desse modo, o
que não pratica a moral simples e sublime que Jesus personifica, é “condenado”.
Quer isto dizer que, depois de haver sofrido, na erraticidade, a expiação
proporcionada e apropriada às faltas ou aos crimes cometidos, sofre a
reencarnação expiatória, com o fim de reparar aqueles crimes e faltas e
progredir, recomeçando o que deixou por fazer.
Aos que crerem acompanharão
estes milagres: expulsarão os demônios em meu nome. Quer dizer que terá a
assistência, o auxílio, o concurso dos Espíritos superiores, que têm o poder de
afastar instantaneamente dos obsidiados e subjugados os maus Espíritos.
Falarão
novas línguas: Tornar-se-ão médiuns falantes, pela
influência e ação fluídica dos bons Espíritos.
Imporão
as mãos nos enfermos e estes sararão: Pela assistência e pelo
concurso invisível dos bons Espíritos: pelo magnetismo humano, exercido sob a
influência e a ação do magnetismo espiritual, imporão as mãos nos enfermos e os
curarão.
Eram de atualidade essas
palavras de Jesus (MARCOS, capítulo 16, versículos 17 e 18) ou, pelo menos,
alcançavam um futuro então próximo e se cumpriram. Dão disso testemunho os Atos
dos Apóstolos.
Jesus
se chegou para o céu, entrou numa nuvem que o ocultou às vistas deles e lá está
sentado à direita da majestade de Deus. Jesus se elevou nos ares,
fazendo cessar a tangibilidade do seu corpo fluídico e desapareceu na nuvem que
se formara de fluídos opacos, sob uma ação espírita.
À direita, aqui, indica o
lugar de honra, de acordo com as ideias humanas. Encarregado do nosso
desenvolvimento e do nosso progresso, Jesus continua, como um dos primeiros
ministros de Deus, a desempenhar na imensidade a sua missão de protetor e
governador do nosso planeta, tendo por objetivo a depuração e transformação
deste e da Humanidade que o habita.
Depois de haver levado o
globo terráqueo do estado fluídico incandescente ao período material que ainda
está atravessando, Ele baixou à Terra com um corpo fluídico, apto a longa
tangibilidade, de harmonia com a sua natureza espiritual, mas também
relativamente harmônico com o nosso planeta.
Conforme prometeu e predisse
e o disseram aos discípulos “os dois homens vestidos de branco que
repentinamente se apresentaram diante deles”, isto é: os dois Espíritos
superiores que lhes foram enviados, Jesus virá de novo à Terra, descendo do céu
da mesma forma que os discípulos o viram para lá subir: no estado espírita;
“descendo do céu sobre nuvens”, mas, dessa vez, “com grande majestade”: em todo
o seu fulgor espírita. Isso se dará quando houver levado o planeta e a
Humanidade terrenos do período material ao extremo limite do período fluídico
puro, quando a Humanidade estiver perto de atingir a perfeição. Tendo-se
tornado verdadeiramente “o seu reino”, o planeta em que habitamos será então
levado por Ele para as regiões dos fluídos puros, onde ficará constituindo “um
dos reinos do pai”, aos quais só têm acesso os puros Espíritos, que só eles os
podem habitar.
SAYÃO, Antonio Luiz. Elucidações evangélicas. FEB (e-book).
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