O Ministério de Jesus,
chamado também de vida pública de Jesus, começa, segundo os evangelhos
canônicos, com o seu batismo na região rural da Judeia romana, perto do rio
Jordão, e termina em Jerusalém depois de sua última ceia com seus discípulos. O
Evangelho de Lucas (Lucas 3:23) afirma que Jesus "tinha cerca de trinta
anos" na época que começou seu ministério. Uma cronologia de Jesus
tipicamente data este evento entre 27 e 29 e o final do ministério entre 30 e
36.
Mapa da Palestina no século I |
O "Primeiro ministério na Galileia" inicia quando, logo depois do batismo, Jesus volta para a Galileia depois de passar quarenta dias no deserto da Judeia. Neste período inicial, pregou e recrutou seus primeiros discípulos, que começaram a viajar com ele e futuramente formariam o núcleo da Igreja antiga, pois acredita-se que, depois de sua morte, os apóstolos se dispersaram para fundar as primeiras sés apostólicas. O "Grande ministério na Galileia", que começa em Mateus 8, inclui o convite aos "Doze Apóstolos" e cobre o maior período do ministério de Jesus na região. O "Último ministério da Galileia" começou depois da morte de João Batista, quando Jesus se prepara para ir a Jerusalém.
No período conhecido como "Ministério final na Judeia", Jesus inicia sua derradeira jornada a Jerusalém atravessando a Judeia. Conforme se aproxima da cidade, no "Ministério final na Pereia", depois de cerca de um terço do caminho a partir do Mar da Galileia (que era um lago de água doce) ao longo do Jordão, Jesus retorna ao local onde foi batizado.
O "Ministério final em
Jerusalém" é por vezes chamado de "Semana da Paixão" e começa
com a entrada triunfal em Jerusalém. Este é o período de seu ministério que
recebeu maior atenção nos evangelhos, ocupando quase um terço do texto todo.
Visão geral
Os relatos nos evangelhos
localizam o início do ministério de Jesus na zona rural da Judeia romana, perto
do rio Jordão. Eles também apresentam o ministério de João Batista como sendo
precursor do ministério de Jesus, que começa quando este foi batizado por
aquele. O ministério em si é um período de viagens, pregações e muitos
milagres. O fim do período é tradicionalmente marcado pela Última Ceia. Porém,
alguns autores também consideram o período entre a Ressurreição e a Ascensão
como parte do ministério.
Lucas 3:23 afirma que Jesus
"tinha cerca de trinta anos" quando começou seu ministério e existem
diferentes abordagens para tentar estimar a data correta do evento. A primeira
se baseia na combinação das informações do Evangelho de Lucas com dados
históricos sobre o imperador romano Tibério, o que fornece uma data por volta
de 28 ou 29. Uma segunda se baseia na combinação de informações do relato de
Evangelho de João com informações históricas de Flávio Josefo sobre o Templo de
Jerusalém e leva à uma data entre 27 e 29
No Novo Testamento, a data
da Última Ceia é bem próxima da data da crucificação de Jesus (daí seu nome).
Estimativas acadêmicas para a data da crucificação geralmente localizam o
evento no período entre 30 e 36.
Os três evangelhos sinóticos
fazem referência a apenas uma Páscoa judaica durante o Ministério, enquanto que
o Evangelho de João sugere que foram três, sugerindo um período de cerca de
três anos. Porém, os relatos sinóticos não exigem que a duração tenha sido de
apenas um ano e estudiosos como Köstenberger afirmam que o Evangelho de João
simplesmente provê um relato mais detalhado.
Durante o ministério, o
tetrarca que governava a Galileia e a Pereia era Herodes Antipas, que obteve a
posição depois da divisão dos territórios de seu pai, Herodes, o Grande, em 4
a.C..
Batismo e primeiros
anos de ministério
O batismo de Jesus por João
Batista é considerado o marco inicial de seu ministério.
Em seu sermão em Atos
10:37–38, proferido na casa de Cornélio, o centurião, Pedro dá uma visão geral
do ministério de Jesus e faz referência ao que aconteceu "por toda a
Judeia, começando desde a Galileia, depois do batismo que pregou João" e
afirma que "Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o
qual andou por toda a parte, fazendo o bem e sarando a todos os oprimidos do
diabo".
João 1:28 especifica a local
dos batismos de João como sendo "em Betânia além do Jordão". Este
local não é a vila de Betânia, a leste de Jerusalém, mas a cidade de Betânia,
chamada também Betabara, na Pereia, uma província na margem oriental do Jordão
através da porção sul da Samaria, e, embora o Novo Testamento não mencione a
Pereia pelo nome, João 3:23 implicitamente faz referência ao local novamente
quando afirma que João estava batizando em "Enom perto de Salim, porque
havia ali muitas águas". O historiador do século I Flávio Josefo escreveu
em sua "Antiguidades Judaicas" que João foi preso e assassinado em
Maquero, na fronteira da Pereia.
Lucas 3:23 e Lucas 4:1
indicam possíveis atividades de Jesus perto do rio Jordão na época de seu
batismo, o que é corroborado pelo relato de seu encontro com os discípulos de
João Batista em João 1:35–37, no qual "os dois discípulos, ouvindo dizer
isto, seguiram a Jesus". Assumindo que existiram dois incidentes no qual
Jesus purificou o Templo, uma possível referência às primeiras pregações na
Judeia pode ser João 2:13–25.
Ministério na
Galileia
Primeiro
ministério na Galileia
O "Primeiro ministério na Galileia" começa quando Jesus volta para a Galileia vindo do deserto da Judeia depois de resistir às tentações do diabo. Nestes primeiros anos, Jesus pregou na região e, em Mateus 4:18–20, seus primeiros discípulos o encontram e começam a viajar com ele.
O Evangelho de João inclui
ainda o evento das Bodas de Caná como o primeiro milagre neste período, mas não
se sabe ao certo qual das vilas da Galileia (como Kafr Kanna) corresponde à
bíblica Caná.
O retorno de Jesus à
Galileia acontece logo depois da prisão de João Batista. As primeiras pregações
de Jesus resultam na sua rejeição em sua cidade natal quando, em Lucas 4:23,
Jesus diz em uma sinagoga que "nenhum profeta é aceito na sua terra"
e a população local o expulsa.
Nesta época, a reputação de
Jesus começa a se espalhar pela Galileia. Em Marcos 1:21–28 e em Lucas 4:31–37,
Jesus segue para Cafarnaum, onde o povo "admirava-se do seu ensino, porque
ele os ensinava como quem tinha autoridade", Jesus exorciza numa sinagoga
e cura a sogra de Pedro.
Lucas 5:1–11 relata a
primeira pesca milagrosa, durante a qual Jesus diz a Pedro que "de ora em
diante serás pescador de homens". Pedro abandona sua rede e, junto com
Tiago e João, os filhos de Zebedeu, passa a segui-lo daí em diante.
Foi também nesta época que
Jesus proferiu um famoso "Sermão da Montanha", um dos grandes
discursos de Jesus em Mateus, e o "Sermão da Planície", em Lucas. O
primeiro, que cobre os capítulos 5, 6, 7 do Evangelho de Mateus é o primeiro
dos cinco discursos de Mateus e o mais longo trecho ininterrupto de uma doutrina
de Jesus no Novo Testamento, encapsulando muitos de seus ensinamentos morais,
além das famosas "Bem-aventuranças" e a mais famosa oração cristã, o
"Pai nosso (Oração dominical)".
As "Bem-aventuranças" são oito bênçãos e quatro delas aparecem também no Sermão da Planície no Evangelho de Lucas, no qual são seguidas por quatro lamentos que espelham as bênçãos. Elas representam os mais elevados ideais da doutrina de Jesus sobre a misericórdia, a espiritualidade e a compaixão.
Grande
ministério na Galileia
O "Grande ministério na
Galileia" começa em Mateus 8, depois do Sermão da Montanha, e abrange
todas as atividades de Jesus até a morte de João Batista.
No princípio deste período
está o episódio do servo do centurião (Mateus 8:5–13) e Jesus acalmando a
tempestade (Mateus 8:23–27), ambos tratando de fé e medo. Quando o centurião
demonstra sua fé ao pedir uma "cura à distância", Jesus o elogia por
sua fé excepcional. Por outro lado, quando seus próprios discípulos demonstram
medo durante uma tempestade no Mar da Galileia, Jesus os instrui a demonstrarem
mais fé e ordena que a tempestade se acalme.
Neste período, Jesus ainda
estava reunindo seus doze apóstolos e, em Mateus 9:9, ocorre o chamado de
Mateus. Os conflitos e críticas mútuas de Jesus e os fariseus vão se
exacerbando, por exemplo quando estes criticam Jesus por se associar com “publicanos
e pecadores” (Mateus 9:11), ao que ele responde: “Os sãos não precisam de
médico, mas sim os enfermos....não vim chamar os justos, mas os pecadores.”
(Mateus 9:13–14).
O convite aos doze relata a
seleção inicial dos doze apóstolos entre os discípulos de Jesus. Jesus segue
para o sopé de uma montanha para rezar e, depois de passar a noite em oração a
Deus, chama os discípulos pela manhã e escolhe doze dentre eles.
No discurso da Missão, Jesus
instrui os doze, listados em Mateus 10:2–3, a não levarem nenhum pertence
quando viajarem de cidade em cidade para pregar. Em outro evento, Lucas 10:1–24
relaciona os setenta discípulos, que foram enviados aos pares com o "mandato
missionário" à frente de Jesus para as vilas da região antecipando sua
chegada.
Em Mateus 11:2–6, dois
mensageiros de João Batista chegam para perguntar a Jesus se ele é o esperado
Messias ou, nas palavras deles, "é outro o que devemos esperar?" Jesus
responde: "Ide contar a João o que estais ouvindo e observando: os cegos veem,
os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos são
ressuscitados, aos pobres anuncia-se-lhes o Evangelho; e bem-aventurado aquele
que não achar em mim motivo de tropeço". Depois disto, Jesus começa a
falar para o povo sobre "o Batista" ("aquele que batiza").
Este período é também rico
em parábolas e ensinamentos, incluindo o "Discurso das Parábolas", no
qual estão diversas parábolas sobre o Reino de Deus, começando em Mateus 13:1.
Entre elas estão a Osemeador, O joio , O grão de mostarda e O fermento, endereçadas
aos discípulos e à multidão que o ouvia, e também O tesouro escondido, A pérola
e A rede, contadas somente aos discípulos.
Último
ministério na Galileia
O "Último ministério na
Galileia" começa depois da morte de João Batista e inclui a multiplicação
dos pães e peixes e Jesus andando sobre as águas, ambos em Mateus 14. Depois de
saber da morte de João, Jesus se retira de barco para um local isolado perto de
Betsaida, onde prega para a multidão que o seguiu a pé, vinda das cidades
próximas, e alimenta o povo todo multiplicando “cinco pães e dois peixes”
(Mateus 14:17)[73].
Depois disto, Jesus anda
sobre as águas e os evangelhos (Mateus 14:22–23, Marcos 6:45–52 e João 6:16–21)
apresentam o episódio como um passo importante no desenvolvimento da relação
entre Jesus e seus discípulos ao enfatizar a importância da fé: Pedro só
afundou em sua tentativa de alcançar Jesus pelas águas quando duvidou e teve
medo. No final do episódio, os discípulos demonstraram uma fé reforçada
dizendo: “Verdadeiramente és Filho de Deus.” (Mateus 14:33)[75].
Entre os grandes
ensinamentos deste período estão o discurso sobre a contaminação em Mateus
15:1–20 e Marcos 7:1–23, no qual, respondendo a uma reclamação dos fariseus,
Jesus afirma que "não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas
o que sai da boca, é isso o que o contamina.".
Depois disto, Jesus se recua
para “os lados de Tiro e de Sidom” (Mateus 15:21), perto do Mar Mediterrâneo,
onde cura a filha de uma canaanita (Mateus 15:21–28 e Marcos 7:24–30)[77]. Este
episódio é um exemplo de como Jesus enfatiza o valor da fé, dizendo à mulher: “Ó
mulher, grande é a tua fé! faça-se contigo como queres.” (Mateus 15:28). A
importância da fé é enfatizada novamente na cura dos dez leprosos em Lucas
17:11–19.
No Evangelho de Marcos,
depois de passar por Sidom, Jesus entra na região da Decápole, um grupo de dez
cidades no sudeste da Galileia, onde realiza o milagre da cura do surdo-mudo
(Marcos 7:31–37). Depois desta cura, os discípulos dizem “Ele tudo tem feito
bem, faz até os surdos ouvir e os mudos falar” (Marcos 31:37), confirmando a
promessa feita a João Batista. Este episódio é o último numa série de milagres
que culmina com a proclamação de Pedro de que Jesus é o Cristo em Marcos 8:29.
Da Judeia e Pereia
até Jerusalém
Ministério
final na Judeia
Neste período, Jesus começa
sua jornada final até Jerusalém contornando a Samaria, passando pela Pereia e
atravessando a Judeia até chegar em Jerusalém. Logo no começo, Jesus profetiza
sua morte pela primeira vez e esta profecia se repetirá mais duas vezes, a
última pouco antes de sua chegada derradeira à capital, na semana de sua
crucificação. Em Marcos 8:31–33, Jesus ensina aos discípulos que "era
necessário que o Filho do homem padecesse muitas coisas, que fosse rejeitado
pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto e
que depois de três dias ressuscitasse".
Mais adiante, mais ou menos
na metade de cada um dos três evangelhos sinóticos, dois episódios inter-relacionados
sinalizam um ponto de inflexão no ministério de Jesus: a confissão de Pedro e a
Transfiguração. Estes episódios ocorrem em Cesareia de Filipe, ao norte do Mar
da Galileia, no começo da viagem para Jerusalém e marcam o início da gradual
revelação da real identidade de Jesus como Cristo (Messias) aos seus discípulos
e a preparação deles para seu sofrimento e morte na Paixão.
A confissão de Pedro começa
como um diálogo entre Jesus e seus discípulos. Jesus pergunta: “Quem dizem os
homens que sou eu?” (Marcos 8:27). Depois de variadas respostas, Simão Pedro
afirma categoricamente: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mateus 16:16).
Jesus então abençoa Pedro por sua resposta e diz: “não foi carne e sangue quem
to revelou, mas meu Pai que está nos céus” (Mateus 16:17). Ao abençoar Pedro,
Jesus não apenas aceita os títulos de "Cristo" e "Filho de
Deus", que ele lhe atribuiu, mas declara a proclamação como revelação
divina ao afirmar que seu Pai no Céu revelou-lhe a verdade.
No Evangelho de Mateus, logo
depois deste episódio, Jesus também seleciona Pedro como líder dos apóstolos e
afirma que “sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mateus 16:18)[33]. O
termo "igreja" (em grego: ekklesia)
aparece apenas uma vez mais nos evangelhos, em Mateus 18:17, numa referência à
comunidade dos fieis da época.
Último
ministério da Pereia
Depois da proclamação de
Pedro, o relato da Transfiguração de Jesus é o próximo grande evento e aparece
em Mateus 17:1–9, Marcos 9:2–8 e Lucas 9:28–36. Jesus leva Pedro e os dois
irmãos Zebedeu, Tiago e João, ao cume de uma montanha de nome não revelado. Uma
vez lá, Mateus afirma que Jesus foi “transfigurado diante deles; o seu rosto
resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz”
(Mateus 17:2). Neste ponto, os profetas Elias e Moisés apareceram e Jesus
começou a conversar com eles. Lucas afirma que os apóstolos “viram a sua glória”
(Lucas 9:32)[92]. Uma nuvem brilhante então os envolveu e dela saiu uma voz
dizendo: “Este é o meu Filho, o meu escolhido, ouvi-o” (Lucas 9:35).
A Transfiguração não apenas
suporta a revelação de Jesus como Filho de Deus (como aconteceu no seu
Batismo), mas o pedido para que ele seja ouvido o identifica como mensageiro e
a voz de Deus. A importância do evento foi reforçada pela presença de Elias e
Moisés, pois indica aos apóstolos que Jesus é a voz de Deus e, ao invés dos
dois antigos profetas, Ele é que deve ser ouvido por conta de sua relação
filial com Deus. II Pedro 1:16–18 ecoa a mesma mensagem: na Transfiguração,
Deus atribui a Jesus uma "honra e glória" especial e este é o ponto
de virada a partir do qual Deus exalta Jesus acima de todos os demais poderes
na criação.
Muitos dos episódios deste
período são baseados no relato de Lucas, mas, de forma geral, esta sequência de
episódios como relatada por ele não contém informações geográficas suficientes
para determinar a Pereia, embora os acadêmicos geralmente assumam que a rota
seguida por Jesus para chegar a Jerusalém vindo da Galileia tenha atravessado a
região. Porém, o Evangelho de João afirma que ele retornou para a região na
qual foi batizado e João 10:40–42 afirma que "retirou-se outra vez para
além do Jordão" e que "tudo quanto ele disse deste homem, era
verdade". O local do batismo de Jesus pode ser inferido como sendo a
vizinhança da Pereia.
Este período inclui o discurso
sobre a Igreja, no qual Jesus antecipa a futura comunidade de seguidores e
explica o papel dos apóstolos em sua liderança. É nele que estão as parábolas
da Ovelha perdida e
do Credor incompassivo (Mateus 18), que também fazem referência ao Reino do
Céu. Endereçando seus apóstolos, Jesus afirma que “tudo o que ligardes sobre a
terra, será ligado no céu; e tudo o que desligardes sobre a terra, será
desligado no céu” (Mateus 18:18). Finalmente, o discurso enfatiza a importância
da humildade e do autossacrifício como as mais elevadas virtudes desta futura
comunidade.
No final do período, o
Evangelho de João inclui a Ressurreição
de Lázaro, no qual Jesus traz Lázaro da Betânia de volta à vida depois
de quatro dias morto e enterrado. Este episódio é o clímax dos "sete
sinais" que gradualmente vão confirmando a identidade de Jesus como Filho
de Deus e o esperado Messias. É ainda o episódio que inicia a sequência de
eventos que leva as multidões a buscarem Jesus e a o exaltarem em sua entrada
triunfal em Jerusalém. Porém, o sucesso de Jesus também convence Caifás e o
Sinédrio que Jesus precisava ser morto.
Ministério final em
Jerusalém
O "Ministério final em
Jerusalém" é tradicionalmente chamado de Paixão e começa com a entrada
triunfal em Jerusalém no início da semana e inclui a Última Ceia, um período
que é liturgicamente demarcado pela Semana Santa. Os evangelhos dedicam
especial atenção ao relato da última semana de vida de Jesus em Jerusalém e
esta narrativa abrange cerca de um terço de todo o texto dos quatro evangelhos,
demonstrando sua importância teológica para o pensamento do cristianismo primitivo.
Antes de chegar em Jerusalém
(João 12:9–11), depois de ressuscitar Lázaro dos mortos, multidões se juntam à
volta de Jesus e acreditam nele. No dia seguinte, esta multidão, que se reunira
para uma festa em Jerusalém, recebe Jesus festivamente quando ele desce do
Monte das Oliveiras seguindo para a capital. Em Lucas 19:41–44, conforme Jesus
se aproxima de Jerusalém, ele olha para a cidade e chora por ela, profetizando
o sofrimento que a aguarda.
Nos evangelhos sinóticos, à entrada
triunfal se segue ao episódio da purificação do Templo, na qual Jesus expulsa
os cambistas do Templo, acusando-os de tornar o santuário num covil de ladrões
por suas atividades comerciais. Este é o único relato de Jesus utilizando a
força física em todos os evangelhos. Os evangelhos sinóticos incluem ainda
diversas parábolas e sermões muito famosos, como O tostão da viúva e a profecia da Segunda
Vinda.
Neste período, os evangelhos
sinóticos também narram os conflitos entre Jesus e os anciãos dos judeus em
episódios como a autoridade de Jesus questionada e os lamentos dos fariseus, no
qual Jesus critica sua hipocrisia. Judas Iscariotes, um dos doze, se aproxima
dos anciãos e negocia a rendição de Jesus, aceitando traí-lo por trinta moedas
de prata segundo Mateus.
Em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21, Jesus profere o "discurso sobre o fim dos tempos", conhecido também como "Discurso Olivet", pois se deu no Monte das Oliveiras, uma lição principalmente sobre julgamentos e a conduta esperada dos seguidores de Jesus, além da necessidade de vigilância por estes seguidores na expectativa do julgamento que virá. Um episódio chave na parte final do Ministério de Jesus é a Última Ceia, que inclui a instituição da Eucaristia. Em I Coríntios 11:23–26, Paulo faz uma referência ao evento. Nos capítulos 14, 15, 16 e 17 do Evangelho de João, Jesus encerra a ceia com um longo sermão conhecido como Discurso de Adeus, que prepara os discípulos para a partida de Jesus.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ver também
Nenhum comentário:
Postar um comentário