A bondade Superior, desde os
primeiros passos da presente reencarnação, felicitou-nos com o conhecimento do
Espiritismo, abrindo-nos importantes perspectivas para uma nova visão mais
clara e melhor fundamentada da própria vida.
Sem dúvida, seus ensinos, de expressivas ressonâncias renovadoras, apontam com autoridade à mente sincera e determinada, respostas corretas às indagações milenares, equacionando, ainda, questões da maior complexidade nos territórios da alma. Apontando, com autenticidade e correção, o papel das experiências vivenciadas nas engrenagens do destino, sinaliza, nos fundamentos do Evangelho, o melhor caminho a ser trilhado na elaboração de uma existência mais segura, mais feliz, em foro de imortalidade.
Por sua característica dinâmica, derrama luzes inesgotáveis garantindo a contemporaneidade do ser com a marcha do progresso, canalizando, nos campos espirituais, valores suficientes, ajustados com sabedoria ao avanço científico e filosófico da Humanidade.
Inteiramo-nos dos primeiros
registros da Doutrina de Allan Kardec, nos limites de nossos diminutos
recursos, num momento em que cada livro de Chico Xavier, que vinha a lume,
adentrava o nosso espírito como um ente querido que chegava de “terras longínquas”
com inestimáveis preciosidades. Suprindo nossos mais autênticos anseios, eram
tais obras acolhidas como preciosas pérolas elaboradas na química do amor através
dos séculos.
Integrados a um grupo de
estudos na Capital mineira, recolhíamos não só o conteúdo de sua abençoada
literatura, mas, também, notícias de importantes fatos vivenciados em Pedro
Leopoldo, por muitos que, naquela época, julgávamos privilegiados. Tais relatos
nos chegavam não só dos que acompanhavam o trabalho de Chico Xavier, mas, principalmente,
de outros que dele participavam, com euforia, na moldura da responsabilidade.
Arnaldo Rocha, que usufruiu
da convivência com o querido médium em atividades espirituais e mesmo fora
delas, com quem, ao lado de Ênnio Santos, tivemos a feliz oportunidade de
estudar por algum tempo na sede da União Espírita Mineira, é o artífice desta
obra. Seus apontamentos chegam até nós com simplicidade, sem arroubos sensacionalistas,
suprindo-nos de parcelas dos júbilos por ele experimentados, já que quaisquer
fatos conduzidos, vivenciados e registrados no alicerce da verdade e da lealdade
não perdem suas ressonâncias educacionais e imortalistas, projetando-se como luzes
para o futuro.
O nosso querido Carlos
Alberto soube, com paciência e sensibilidade, reunir e dar forma segura e
agradável a todo esse acervo, depositado nos escaninhos profundos da alma do
ex-consorte de Meimei. Não deixou o redator, também, de anotar como vigoroso
atestado de autenticidade das narrativas, grafado com as vibrações do sentimento
saudoso e agradecido, as lágrimas e emoções que emergiam do coração desse
companheiro todas as vezes que sua memória requisitada, decorrido cerca de meio
século das experiências ao lado do querido Chico, resolvia abrir suas
comportas, para que viessem à tona novas revelações a premiarem nossas almas
empenhadas no aprendizado que prossegue no rumo do porvir.
Aos espíritas ou não,
especialmente aos que acompanharam ou vêm estudando os caminhos luminosos
trilhados pelo querido médium de Pedro Leopoldo e Uberaba e, principalmente,
num preito de reconhecimento e gratidão por seu carinho e dedicação à União
Espírita Mineira, entregamos estes relatos, na certeza de que poderão
auxiliá-los, não apenas em seus estudos e pesquisas, mas, também, em suas lutas
redentoras.
Sob a inspiração dele que em
cada episódio de sua vida, plena e abundante, deixou sempre a marca de um
coração consciente de seus deveres no seio da Doutrina dos Espíritos e de
fidelidade ao Evangelho, esperamos poder caminhar com coragem, ao influxo do
Plano Maior que tutela, em todos os momentos, os nossos corações, no serviço do
bem eterno, em permanente ascensão.
Belo Horizonte, 8 de junho
de 2006
Honório Onofre de Abreu.
COSTA, Carlos Alberto Braga. Chico, diálogos e recordações. BH. União Espírita Mineira, 2006.
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