1. Pilatos mandou então
flagelar Jesus.
O
juiz, ao invés de absolver o acusado sem culpa, tentou contemporizar,
determinando que fosse chicoteado, para (quem sabe!) acalmar a sanha agressiva
daqueles perversos.
Mais
uma lição aos que participaram ou presenciaram a cena de violência contra quem
sequer esboçou um gesto de defesa ou receio. Aqueles alunos também estavam
sendo chamados ao exame de consciência.
2. Os soldados teceram de
espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça e cobriram-no com um manto de
púrpura.
Novos
alunos, mais aprendizado! O ridículo, o vexame aparente! A ironia, que custaria
caro aos depravados que a idealizaram ou executaram!
Para
compreender o quadro completo da crucificação de Jesus, leia o relato sob a
perspectiva de João e dos outros três evangelistas (Mateus, 27; Marcos, 15;
Lucas, 23). Cada escritor adicionou detalhes significativos, mas cada um
ressaltou a mesma mensagem.
3. Aproximavam-se dele e
diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas.
Aula
magistral para seres bestializados se transformarem em apóstolos da não
violência! Somente os que muito erraram, futuramente estão preparados para os
maiores sacrifícios e sofrimentos pelo bem, exatamente na modalidade do mal que
praticaram. Assim aconteceria com aqueles alunos que depredavam a sala de aula,
danificavam o material escolar e cobriam o professor de impropérios e pancadas!
4. Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação.
O
juiz tinha entregue o acusado sem culpa à violência dos servidores da justiça,
sem ter proferido nenhuma sentença nem o condenando nem o absolvendo.
5. Apareceu então Jesus,
trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: Eis o homem!
O
juiz apresentou então aos acusadores o acusado já punido sem sentença.
6. Quando os pontífices e os
guardas o viram, gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Falou-lhes Pilatos:
Tomai-o vós e crucificai-o, pois eu não acho nele culpa alguma.
Os
acusadores queriam a condenação do acusado de qualquer forma.
7. Responderam-lhe os
judeus: Nós temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque se
declarou Filho de Deus.
O
juiz percebeu que não havia como contemporizar, pois os acusadores estavam
irredutíveis.
8. Estas palavras
impressionaram Pilatos.
Pilatos
ainda oscilava entre o chamado espiritual do acusado e a imposição dos acusadores.
9. Entrou novamente no
pretório e perguntou a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe respondeu.
Jesus
já o tinha chamado. Agora, o juiz desfibrado teria de decidir entre o bem e o
mal.
10. Pilatos então lhe disse:
Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e para te
crucificar?
Pilatos
não estava cumprindo corretamente a prova que tinha pedido para aquela
encarnação de ser juiz imparcial, honesto e humano. Tinha de enfrentar a ira de
quem não tinha razão e ser justo custasse o que custasse, mesmo que tivesse de
perder o cargo ou a vida.
Ao
longo de todo o julgamento, vemos que Jesus tinha o controle da situação, e não
Pilatos ou os líderes religiosos. Pilatos vacilou, os líderes reagiram com ódio
e ira, mas Jesus permaneceu sereno. Ele conhecia a verdade, sabia do plano de
Deus e a razão de seu julgamento. Apesar da pressão e da perseguição, Jesus
permaneceu inabalável. Na verdade, Pilatos e os líderes religiosos é que
estavam sendo julgados, não Jesus.
11. Respondeu Jesus: Não
terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado. Por isso, quem me
entregou a ti tem pecado maior.
Pecado
maior dos acusadores, mas pecado grande do juiz desfibrado!
12. Desde então Pilatos
procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam: Se o soltares, não és amigo do
imperador, porque todo o que se faz rei se declara contra o imperador.
O
juiz passou a sentir o peso dos prejuízos que sofreria se fosse justo.
13. Ouvindo estas palavras,
Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado
Lajeado, em hebraico Gabatá.
Queria
contemporizar. Conciliar é nobre, mas contemporizar com a injustiça é
imperdoável para quem traz para a encarnação a prova de julgar seus
semelhantes.
14. Era a Preparação para a
Páscoa, cerca da hora sexta. Pilatos disse aos judeus: Eis o vosso rei!
Pilatos
estava tentando salvaguardar seus próprios interesses.
15. Mas eles clamavam: Fora
com ele! Fora com ele! Crucifica-o! Pilatos perguntou-lhes: Hei de crucificar o
vosso rei? Os sumos sacerdotes responderam: Não temos outro rei senão César!
A
maldade inventa todos os argumentos possíveis e impossíveis. Até submeterem-se
a César seria melhor que conviver com a presença de Deus na pessoa do Messias.
Efetivamente, Deus, para aqueles religiosos de fachada, era somente um pretexto
para dominarem e explorarem a população indefesa. Eram ateus travestidos de
homens de fé!
16. Entregou-o então a eles
para que fosse crucificado.
O
juiz entregou o acusado aos acusadores, para o crucificarem, sem proferir a sentença
de condenação ou absolvição!
Jesus é levado para ser crucificado
17. Levaram então consigo
Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao
lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota.
O
acusado sem culpa teve de carregar a própria cruz em direção ao local do
suplício. Mais alunos, naquele percurso, assistindo à aula prática da moralidade
nos atos de acusar e de julgar.
Jesus é pregado à cruz
18. Ali o crucificaram, e
com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.
Dois
alunos a mais: um de cada lado, além da multidão presente.
19. Pilatos redigiu também
uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: Jesus de Nazaré,
rei dos judeus.
A
inscrição correta seria: Jesus de Nazaré, Governador da Terra, que trouxe
pessoalmente sua contribuição à evolução dos Espíritos que Deus lhe entregou
para educar!
20. Muitos dos judeus leram
essa inscrição, porque Jesus foi crucificado perto da cidade e a inscrição era
redigida em hebraico, em latim e em grego.
Não
havia como ignorar que tinham crucificado o Messias esperando há séculos. A
partir dali cada um assumiria os méritos ou deméritos de tê-lo seguido ou não.
De qualquer forma, o progresso da humanidade acelerou-se a partir daquele
momento. Nada seria como antes, para toda a humanidade!
21. Os sumos sacerdotes dos
judeus disseram a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, mas sim: Este homem
disse ser o rei dos judeus.
Os
acusadores não queriam reconhecer a luz, que eles quiseram impedir de brilhar.
Ninguém consegue fazer as trevas cobrirem a luz, porque um simples lume
dissolve muitos metros de negrume. Quanto mais o próprio astro Rei, que é Deus,
através do seu Médium Puro e sapiente!
22. Respondeu Pilatos: O que
escrevi, escrevi.
Pilatos
ironizava os acusadores, mas tinha permitido que executassem o acusado visando
preservar seu cargo e as mordomias que o mesmo lhe permitia. Pobre juiz!
23. Depois de os soldados
crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma
para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha
costura.
Outros
quatro alunos: guardariam pedaços das vestes da vítima vencedora, para
abrirem-lhes os olhos e os ouvidos para verem e ouvirem a consciência!
24. Disseram, pois, uns aos
outros: Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será.
Assim se cumpria a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram
sorte sobre a minha túnica (Salmos 21,19). Isso fizeram os soldados.
Mais
uma confirmação de que crucificaram o Governador da Terra, que veio resgatar os
degredados e encaminhar os principiantes da evolução!
25. Junto à cruz de Jesus
estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria
Madalena.
Quatro
mulheres e apenas um homem: os demais se omitiram, com receio de represálias.
Assim têm procedido sempre os que não realizaram a autorreforma moral, pois
quem é humilde, desapegado e simples nada teme.
26. Quando Jesus viu sua mãe
e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho.
Dois
Espíritos de altíssima graduação, pois nenhuma falha moral tinham para lhes
ensombrar o brilho interior: tinham mesmo que se associar para a continuação da
difusão da Boa Nova, e assim se fez!
Jesus expira na cruz
27. Depois disse ao
discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a
sua casa.
Mãe
e filho! Irmãos espirituais! Já o eram há muitos milênios e ninguém da Terra
tem condições de saber desde quando.
Jesus
pediu a seu amigo mais chegado, João, que cuidasse de sua mãe, cujo marido,
José, já era falecido naquela ocasião. Por que Jesus não designou esta tarefa a
seus irmãos? como o filho mais velho, Jesus confiou sua mãe a alguém eu estava
com ele durante a crucificação, João.
28. Em seguida, sabendo
Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse:
Tenho sede.
Não
poderia ninguém alegar que Ele não era o Messias, que aguardavam.
29. Havia ali um vaso cheio
de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara
de hissopo, chegaram-lhe à boca.
Mais
lições para aqueles alunos!
30. Havendo Jesus tomado do
vinagre, disse: Tudo está consumado. Inclinou a cabeça e rendeu o espírito.
Encerrada
estava a encarnação do Governador da Terra: agora, cabia a cada um seguir
estrada acima, na busca da própria evolução. A teoria já conheciam,
cumpria-lhes aplicá-la no seu dia a dia.
31. Os judeus temeram que os
corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a preparação e esse
sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as
pernas e fossem retirados.
Tinham
de esconder o resultado do crime e assim fizeram.
32. Vieram os soldados e
quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados.
Costumes
bárbaros!
33. Chegando, porém, a
Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas,
Jesus
já estava livre da couraça pesada da matéria e brilhava sem nenhum anteparo,
nas refulgências da sua pureza absoluta, conquistada pela obediência total ao
Pai.
34. mas um dos soldados
abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água.
Mais
uma aula para o despertamento dos presentes.
35. O que foi testemunha
desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a
verdade), a fim de que vós creiais.
O
evangelista afirma a veracidade do fenômeno, pois que o assistiu.
36. Assim se cumpriu a
Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado (Êxodo, 12,46).
Confirmação
em cima de confirmação!
Jesus
morreu como os cordeiros que eram sacrificados para a refeição da Páscoa. Nenhum
osso destes cordeiros sacrificiais poderia ser quebrado (Êxodo, 12:46; Números
12:46). Jesus, o cordeiro de Deus, foi um sacrifício perfeito pelos pecados do
mundo (1 Coríntios, 5:7)
37. E diz em outra parte a
Escritura: Olharão para aquele que transpassaram (Zacarias, 12,10).
Não
podiam duvidar, desde o começo da sua trajetória terrena.
Jesus é colocado no sepulcro
38. Depois disso, José de
Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus,
rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu.
Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus.
Um
discípulo timorato. Preservar-lhe o corpo depois de ter-se omitido em declarar-lhe
solidariedade!
39. Acompanhou-o Nicodemos
(aquele que anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem libras
de uma mistura de mirra e aloés.
Nicodemos
também quis homenageá-lo postumamente, após omitir-se em vida dele.
40. Tomaram o corpo de Jesus
e envolveram-no em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar.
Homenagens
póstumas! As quatro mulheres e o evangelista não necessitavam justificar-se
daquela forma, porque a consciência nunca lhes cobraria a ausência na hora de
sofrimento do amigo.
41. No lugar em que ele foi
crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda
fora depositado.
Preocuparam-se
em dar ao seu corpo um túmulo condigno, segundo os costumes da época, aliás,
mantido até hoje!
42. Foi ali que depositaram
Jesus por causa da preparação dos judeus e da proximidade do túmulo.
Homenagem
inútil de amigos sem lealdade!
Fonte:
O
Evangelho de João na visão espírita (e-book)
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2004
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