Desde quando não pode o
homem evitar as guerras, elas são transformadas em instrumentos de liberdade e
progresso, porque a lei nos fala muito claramente que nada se perde, tudo se
transforma no melhor.
Os homens deixam passar
despercebidos os caminhos do amor, de maneira que passam a surgir os roteiros
da dor que, pelo sofrimento, os faz entender a mensagem de regeneração
espiritual. Como podemos notar, o flagelo da escravidão é um dos movimentos que
liberta a alma, fazendo-a esquecer o orgulho e o egoísmo. Rolam existências e
mais existências como servidores comuns de senhores perversos, para que nasça
no coração a humildade e a obediência.
Quando os seres humanos não
obedecem às advertências espirituais para a educação pelo amor, a disciplina
vem por processos rudes. As guerras, nesses casos, são instrumentos violentos
para acordar as almas endurecidas. O Espírito não deve dormir no que se refere
à reforma interna, para não cair nas armadilhas das trevas.
Vamos anotar o que disse Lucas, no capítulo; vinte, versículo quarenta e seis:
E
disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai, para que não entrei
sem tentação.
Devemos orar sempre, e não
dormirmos no esquecimento, porque as tentações estão soltas, procurando
sintonia espiritual para se apoderarem das almas, mas, Jesus veio nos ensinar
como nos defendermos de todas as investidas das trevas e nos capacitarmos para
os caminhos da luz.
Com determinadas leis,
desapareceu a escravidão, no entanto, ela continua a existir pelos pensamentos
e provações. Somente a lei do amor é capaz de libertar as criaturas. Continua
no mundo a escravidão de todos os povos da Terra. Quando não são escravos dos
próprios homens, o são dos bens materiais, do ouro, que os torna dependentes da
realidade.
As guerras sagradas são
aquelas que travamos no nosso interior; elas são motivo de libertação
espiritual das criaturas, porque não dependemos de destruir o nosso próximo
para sermos vitoriosos. Somente alcançamos a vitória quando vencemos a nós
mesmos.
Quem ainda faz guerras
exteriormente, permanece sob o jugo da ignorância. As nações que se encontram
esfaceladas em guerras exteriores, não se lembram de Deus, nem reconhecem Jesus
como Guia da humanidade. Muitas delas se entregam ao culto exterior das formas
ilusórias e, por vezes, são capazes de dar a vida física em troca de simples
forma material, como sendo heróis das ilusões passageiras. O que se deve matar
é o orgulho e o egoísmo, monstros que dominam os corações dos povos e arruínam
os sentimentos de todas as gerações.
Entreguemo-nos um pouco à
oração, pedindo a Deus para a nossa transformação espiritual. Os tempos estão
chegados; a espiritualidade toca os sinos de alerta para que todos acordem das
ilusões. A Doutrina dos Espíritos é um porta-voz da espiritualidade superior,
convidando os homens para a salvação, pelos seus próprios recursos.
Que Deus nos abençoe a todos, para conhecermos mais depressa a verdade, porque somente ela tem o poder de libertar as criaturas.
Fonte:
Filosofia espírita, psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Editora Espírita Fonte Viva. BH, volume 15 e 16, pág. 86.
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