Passes (Fluidoterapia)

O QUE É O PASSE:

“Transfusão de energias psicofísicas” = Magnetismo humano + fluidos espirituais"1

O PASSE SEGUNDO A FONTE DO FLUIDO

Vemos em “A Gênese”, A. Kardec, cap. 14, item curas, tópico 33, que o passe pode ser:

a. Magnético: Fluido emanado do próprio passista;

b. Espiritual: Doação fluídica direta dos Espíritos, sem interferência de médiuns;

c. Magnetismo misto (semi-espiritual, ou humano-espiritual).

Obs.: Predominante em nosso meio. Conta com a participação fluídica tanto dos Espíritos quanto dos médiuns.

QUEM PODE SER PASSISTA

- Encarnados: Qualquer pessoa com saúde, boa vontade e amor ao próximo;

- Desencarnados: Há necessidade de determinadas qualidades de ordem superior, e certos conhecimentos especializados.2

QUEM SÃO OS RECEPTORES (Pacientes)

- Encarnados: Pessoas com problemas físicos e/ou espirituais. (Jamais dispensar Medicina terrena, isto é, deverá ser muito bem analisado cada caso para que problemas orgânicos sejam mesmo encaminhados aos médicos).

- Desencarnados: Espíritos necessitados em geral; obsessores e perturbados, em particular.

QUAIS OS EFEITOS DO PASSE

O passe, tanto quanto a prece sincera, constituindo magnetização espiritual, provoca a desagregação dos fluidos perispirituais dos espíritos perturbados (encarnados ou desencarnados).3

QUANDO APLICÁ-LO

O paciente o aceita e mesmo o procura (merecimento: é determinante dos resultados)

ONDE

a. No Centro Espírita (C.E.): preferencialmente!

b. Se na residência: só a incapazes de locomoção (há necessidade de clima espiritual adequado);

c. Nos hospitais: com autorização oficial e sempre mediante solicitação do paciente ou familiares.

PASSES EM PASSISTAS

a. Antes das aplicações:

- Não há nenhuma necessidade do passista tomar passe antes de iniciar a aplicá-los, eis que ele só deverá agir no passe se estiver em perfeito equilíbrio. E nesse caso, a Espiritualidade provê o atendimento espiritual ao passista, antes do início das aplicações.4

b. Depois das aplicações:

- Também aqui não há necessidade, pois ou o passista é o primeiro a ser beneficiado (passe misto), ou porque as energias doadas (passe magnético) em poucos instantes se refazem.5

APLICAÇÃO DE PASSES EM ANIMAIS E PLANTAS

O passe é ato de amor e o amor é universal!

HERCULANO PIRES, numa colocação de vanguarda — mediunidade veterinária —, destaca6:


“Há Espíritos zoófilos, isto é, amigos dos animais — imaginamos que muitos desses Espíritos, provavelmente foram médicos veterinários quando encarnados — que quando desencarnados, dedicam-se com extremo carinho e proteção aos animais, muitas vezes auxiliando os médiuns veterinários”.

Quanto aos vegetais, sua sensibilidade, cientificamente comprovada, autoriza-nos a crer que o passe lhes possa ser benéfico.

PASSES EM ROUPAS E OBJETOS

Embora fiquem imantados, sim, não podemos nos esquecer que o passe é ato de transfusão fluídica: de perispírito a perispírito. E roupas e objetos não operam essa transferência magnético-espiritual. Eventuais resultados positivos, devem ser creditados muito mais à fé de quem haja buscado esse tipo de auxílio, do que propriamente aos efeitos fluídicos aplicados em roupas e/ou objetos.

PASSE NA ÁGUA

- A água, devido à sua composição estável e à sua função “vitalista”, é o mais indicado de todos os complementos fluidoterápicos possíveis.

- A água pode ser fluidificada, de modo geral, em benefício de todos, contudo, pode sê-lo em caráter particular para determinado enfermo. Nesse caso, só ele deverá usá-la. Para outros, nenhum efeito promoveria.

- Outro grande benefício da água fluidificada é que ela beneficia aquele necessitado impedido de ir ao C.E., além de dispensar a presença do passista!

- Vasilhames: há C.E. onde são abertos e outros em que permanecem com a tampa. Qual o correto? Abertos ou fechados, claros ou escuros, pequenos ou grandes, de vidro, plástico ou alumínio, pouco importa. Com ou sem rolha/tampa, é indiferente mesmo: entendamos que os Espíritos Protetores e os fluidos espirituais não têm a menor dificuldade em transpor a matéria. Se alguém exigir vasilhame destampado, deverá também deixar a porta aberta para os Espíritos não ficarem do lado de fora... Os vasilhames devem, sim, estar limpos, sem quaisquer impurezas.


Obs: Essa mesma pergunta foi feita certa vez ao Chico Xavier e ele respondeu: “como tanto faz, como tanto fez, no nosso grupo deixamos as garrafas sem rolha, para ajudar os donos a terem mais fé...”

CÂMARA DE PASSES NO C.E.

- A existência é útil, mas não indispensável. O mais importante no passe é o “espaço mental” e não o “espaço físico”. Ali, nenhuma palavra, nenhum comentário: SILÊNCIO!

- Existindo, deve ser local preservado, de acesso apenas para a fluidoterapia. É muito provável que os Espíritos Socorristas ali instalem equipamentos espirituais adequados aos socorros que serão realizados durante as aplicações dos passes.

AUTOPASSE

O autopasse é um contrassenso: quem precisa, não está apto a doar e se alguém pode doar é porque não precisa. O passe nem sempre é uma oração; a oração, porém, é sempre um passe: eis aí o autopasse.

INCORPORAÇÃO DURANTE O PASSE

a. Do passista:

O passe não é momento de evocação, nem de doutrinação a desencarnados, que eventualmente ocorrem nas reuniões mediúnicas; e estas, são cercadas de muito estudo, disciplina e cuidados especiais quanto aos seus participantes (médiuns).

O passe é momento apenas de transfusão fluídica. Se incorporado, o médium já não tem controle consciente da sua doação magnética.

b. Do paciente:

Deve ser-lhe sugerida imediata desconcentração (abrir os olhos, por exemplo).

— A quem compete orientar a atividade dos passes?

— O Diretor de Doutrina, encarregando-se de organizar, supervisionar e administrar o atendimento aos frequentadores que procuram o Centro Espírita para receber o passe. Para tanto, compete-lhe zelar pela uniformidade de conduta dos passistas, quando da administração dos passes.

— Esse zelo compreende quais providências?

— Recomendação aos médiuns já em exercício que mantenham-se em harmonia e que estudem o Espiritismo.

— Quando você cita “médiuns em exercício” dá a entender que existe outra categoria. Qual seria?

— A dos voluntários a médiuns passistas.

- Há recomendações especiais aos passistas?

— Sim:

RECOMENDAÇÕES AOS PASSISTAS

a. Escolha de passistas pelos pacientes: o responsável pelo C.E. deverá desestimular, embora na prática seja difícil impedir;

b. Comentários com o paciente: evitar comentários: antes, durante ou depois do passe; se inevitável ou necessário, destacar o valor da prece, das Bênçãos de Deus e o amparo permanente de Jesus.

c. Higiene: o passista deverá sempre estar de mãos lavadas, sendo de todo conveniente que não esteja extenuado, demonstrando cansaço. Igualmente, será conveniente evitar perfumes fortes.

d. Tocar no paciente: ouçamos três estudiosos do Espiritismo:

- o Espírito André Luiz, tratando de uma equipe de passistas encarnados: (...) "não precisavam tocar o corpo dos pacientes, de modo direto. Os recursos magnéticos, aplicados a reduzida distância, penetravam assim mesmo o "halo vital" ou a aura dos doentes, provocando modificações subitâneas7"

- o Espírito Emmanuel: "o passe é a transmissão de uma força psíquica e espiritual, dispensando qualquer contato físico na sua aplicação8

- o saudoso Prof. José Herculano Pires (1914-1979): "Nas reuniões de passes proíbe-se o toque dos médiuns nos pacientes, a não ser para ajudá-los em casos extremos, para evitar mal-entendidos e suspeitas maliciosas que atentam contra o médium, a instituição e a doutrina. Não é necessário de maneira alguma o toque do médium, nem mesmo a pretexto de transfusão fluídica, como se faz em algumas modalidades do sincretismo religioso afro-brasileiro. As mãos do médium funcionam nos passes como antenas captadoras e emissoras de vibrações dos Espíritos, o que pode ser feito a grandes distâncias. A Moral Mediúnica não é nem pode ser preconceituosa, mas não dispensa medidas de segurança e defesa em meio à malícia do mundo"9

Assim, deve ser considerado que o toque provoca mal-entendidos e suspeitas maliciosas que atentam contra o médium, a instituição e a doutrina.

Em suma: o toque deve ser evitado!

e. O sopro (Insuflações:quente/frio): André Luiz informa que, na Espiritualidade, “os passistas técnicos do sopro exercitaram-se longamente, adquirindo experiências a preço alto”. Adverte, ainda, que “os passistas de sopro precisam conservar a pureza da boca e a santidade das intenções.”10

— De nossa parte, recomendamos que cada passista faça rigoroso autoexame, antes de se decidir a aplicar passes de sopro.

DAI DE GRAÇA...

"Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido".

Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no cap. 26, item 2, Allan Kardec estuda a recomendação de Jesus, feita a Pedro, para que ninguém se faça pagar daquilo que nada pagou. Isso porque os Apóstolos haviam recebido gratuitamente a faculdade de curar os doentes e de expulsar os demônios (desobsessão). Diz mais, Kardec, na mesma obra e capítulo, agora no item 9: "A mediunidade não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos: faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula".

PODEM SER PASSISTAS:

a. Crianças?

Responde Allan Kardec: “Sustento que desenvolver-se a mediunidade nas crianças é muito perigoso; (...) Assim, os pais prudentes devem afastá-las dessas ideias; (...) da mediunidade, em geral: a de efeitos físicos é mais fatigante para o corpo”11. Como no passe há a atividade mediúnica de efeitos físicos, a criança não deve dedicar-se a essa tarefa.

b. Mulheres?

Quando na menstruação ou na menopausa: sim. Nenhum inconveniente: Não se trata de doença.

Quando gestante: sim, até o terceiro mês da gestação, sem se esforçar demasiado. Após, abster-se da ação mediúnica, recomenda o Benfeitor Espiritual Dr. Bezerra de Menezes.12

Quando a gravidez apresentar problemas, por uma questão de prudência, a mulher não deverá aplicar passes, até porque essa atividade (ser passista), além do desgaste físico, envolve compromissos com horários, deslocamentos, etc.; além disso, na hipótese (remota) de algum paciente apresentar necessidade de socorro físico, tal ajuda talvez não seja recomendável à gestante.

c. Idosos?

Tendo amor para doar e saúde; sendo passista há longo tempo: sim. Não há limite de idade.

SAÚDE DO PASSISTA - (Necessidade de abstenção)

Dos inconvenientes e perigos da mediunidade.

Há casos em que é prudente, necessária mesmo, a abstenção, ou pelo menos, o exercício moderado, tudo dependendo do estado físico e moral do médium. Aliás, em geral, o médium o sente e, desde que experimente fadiga, deve abster-se. (O Livro dos Médiuns, 2a Parte, cap. 18, item 221).

1) LUIZ CARLOS DE M. GURGEL - Autor do livro: “O PASSE ESPÍRITA” , editado pela Federação Espírita Brasileira:

“O passe é uma doação, e só se pode dar o que se possui: portanto, é fundamental que o passista goze de boa saúde, tanto do corpo físico quanto da mente. Verificado qualquer desequilíbrio orgânico ou psíquico, o serviço do passe deve ser interrompido de imediato. (...) Ocorrendo situações como as enumeradas a seguir, aconselha-se ao passista interromper, de imediato, suas atividades: - gripes, bronquites, estados febris e doenças infecciosas em geral;

- Período de gestação;

- Diabete descompensada;

- Período menstrual quando se apresentar com dores e/ou sangramento exagerado;

- Desequilíbrio emocional; esgotamento nervoso;

- Esgotamento ou mesmo cansaço físico acentuado;

- Deficiências graves do aparelho circulatório;

- Dor de cabeça ou cólica intensas;

- Mal-estar físico de qualquer origem; e

- Uso de medicação tóxica. ”

2) EDGARD ARMOND - Autor do livro: “PASSES E RADIAÇÕES” - Editora Aliança:

“O medicamento é também massa de energia condensada e sua introdução no organismo, em doses maciças, naturalmente produzirá perturbações vibratórias das mais variadas naturezas. Neste particular, os Espíritas já estão mais evoluídos porque, em geral, adotam a homeopatia, terapêutica puramente dinâmica, que dosa e regula de forma hábil o agente vibratório a introduzir no organismo e, assim, provoca reações controladas, compatíveis com as resistências orgânicas e não capazes de produzir desequilíbrios funcionais.”

3) WENEFLEDO DE TOLEDO - Autor do livro “PASSES E CURAS ESPIRITUAIS” - Editora PENSAMENTO:

“Se o médium não tem saúde como pode dá-la a outrem?

Quem é que tem o poder de dar o que não possui?

Se os fluidos saem do corpo e do Espírito do médium é lógico que vão impregnados do que eles contêm. (...) Cada um transmite, através dos fluidos que projeta no paciente, aquilo que contém no corpo ou no espírito. A mais leve alteração na saúde do médium o impossibilita de dar passes. (Grifamos).

4) JACOB MELO - Autor do livro “O PASSE - Seu estudo, suas técnicas, sua prática” - Editado pela Federação Espírita Brasileira: (nas p. 323-324/4.ed. - item 7.4 - Remédios -, há citação de ocorrência com um ex-presidente da Federação Espírita do Rio Grande do Norte, segundo a qual, não podendo ele, por estar bastante enfermo, tomar um remédio pelos componentes indevidos, recebeu-o, através de uma médium, por transfusão pelo passe: a médium tomou o remédio, intuitivamente, e retransmitiu os efeitos ao paciente, pelo passe!).

— Citamos esse caso para enfatizar como o passista transfere para o paciente sua própria condição orgânica.

— Ao apresentarmos as reflexões acima, não estamos induzindo nenhum passista a deixar de aplicar passes. Essa é uma decisão individual. Estamos, isto sim, trazendo-lhes a opinião daqueles que se debruçaram sobre o assunto, emitindo pareceres que nos legaram para nossa informação. Assim, cada médium, após reflexões e preces, certamente terá sempre indicação segura do que decidir, e depois, de como proceder.

Fonte:

Centro espírita: pronto socorro espiritual, cap.4 (e-book).

  1. EMMANUEL, O Consolador, FEB, cap. 5, q. 98
  2. LUIZ, André, Missionários da Luz, FEB, cap. 19
  3. KARDEC, Allan, A Gênese, FEB, cap. XIV, Curas
  4. MIRANDA, Manoel P., em Painéis da Obsessão, psicografia de FRANCO, Divaldo P., cap. 26, p. 213 e 214, Ed. LEAL
  5. FRANCO, Divaldo P., em Viagens e Entrevistas, Ed. Alvorada, - pergunta 165
  6. PIRES, J. Herculano, em Mediunidade - Vida e Comunicação, EDICEL, - p. 101
  7. LUIZ, André (Espírito), em Nos Domínios da Mediunidade, FEB, - cap. 17, p.164
  8. EMMANUEL, em O Consolador, FEB, questão 99
  9. PIRES, J. Herculano, em Mediunidade - Vida e Comunicação, EDICEL, cap. 9, p. 79
  10. LUIZ, André (Espírito), em Os Mensageiros, FEB, cap. 19
  11. KARDEC, Allan, em O Livro dos Médiuns, cap. 18 - item 221, questões 6 e 8
  12. MELO, Jacob, em O Passe, FEB, p. 304

 

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