ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Duração
das penas futuras
1006. Poderão durar
eternamente os sofrimentos do Espírito?
“Poderiam,
se ele pudesse ser eternamente mau, isto é, se jamais se arrependesse e
melhorasse, sofreria eternamente. Mas, Deus não criou seres tendo por destino
permanecerem votados perpetuamente ao mal. Apenas os criou a todos simples e
ignorantes, tendo todos, no entanto, que progredir em tempo mais ou menos
longo, conforme decorrer da vontade de cada um. Mais ou menos tardia pode ser a
vontade, do mesmo modo que há crianças mais ou menos precoces, porém, cedo ou
tarde, ela aparece, por efeito da irresistível necessidade que o Espírito sente
de sair da inferioridade e de se tornar feliz. Eminentemente sábia e magnânima
é, pois, a lei que rege a duração das penas, porquanto subordina essa duração
aos esforços do Espírito. Jamais o priva do seu livre-arbítrio: se deste faz
ele mau uso, sofre as consequências.”
SÃO
LUÍS.
Sofrimento eterno
Não existe pena eterna para
o Espírito. Certas religiões costumam amedrontar seus fiéis com penas eternas,
porém, isto não existe, porquanto Deus é onisciente. Quando Ele nos criou, já
sabia dos nossos destinos. Quando surgimos, foi na condição de simples e
ignorantes, mas, com o passar do tempo, fomos despertando para a luz dos
conhecimentos com certa liberdade de escolha. Se escolhemos mal as
oportunidades, sofremos as consequências do mal que fizemos.
Podemos até dizer que o sofrimento é eterno, no entanto, a mesma alma não fica nele eternamente. Cada um sente o que precisa para o seu devido despertamento espiritual. O Espírito não tem condições de ser eternamente mau, por isso que não pode sofrer eternamente.
Seria um absurdo a alma
ficar em zonas inferiores para sempre. Então as mãos que nos criaram, nos
fizeram desiguais, algumas com predisposição para o mal e outras para o bem? O
bem somente surge no coração das criaturas pela presença da maturidade
espiritual, diante de múltiplas reencarnações, forja essa que leva o Espírito a
saber discernir o bem do mal, a compreender a bondade de Deus e a respeitar as
Suas leis.
Não acreditamos que certos
indivíduos sejam materialistas; eles não o são porque as leis naturais da vida
estão gravadas em todos, por determinação do Criador, e elas vibram nos
corações como luz de Deus para lembrança da verdade.
Ao leitor, convidamos a
meditar na natureza, nos fenômenos que a vida apresenta, desde o que envolve a
menor partícula, até os acúmulos de estrelas. Deves olhar demoradamente, do
grão de areia a toda a Terra, onde em tudo circula a vida com o esplendor
daquele que tudo fez, e notarás entendimento em todas as coisas e a
Inteligência Divina movendo tudo. Já meditaste sobre como se formam os teus
pensamentos? De onde eles vieram? No teu organismo de carne, nas próprias
células que trabalham corno motores divinos que recebem o toque de alguém e dão
cumprimento às ordens?
Podes mudar de ideias; ao
invés de sofrimento eterno, deves falar que temos trabalhos eternos. Quanto
mais crescemos em Espírito, mais trabalhamos para a nossa harmonia e a de todas
as criaturas. Harmonia com Jesus é amor com Deus. Isso é muito bom para a paz
de todos nós.
Isto é bom e aceitável
diante de Deus, nosso Salvador, (l Timóteo, 2:3)
Tudo o que o Evangelho de
Jesus nos apresenta é muito bom diante da consciência, por nos levar à paz
interna. Quantos já experimentaram e estão vivendo felizes; conquistaram a si
mesmos, amando e servindo sem distinção, criando condições elevadas para manter,a
dignidade no coração! Deus nos criou adormecidos diante das leis naturais para
progredir, e o tempo nos vai acordando.
Modificar a lei que nos
garante a vida, não é nossa pretensão. Somente quem pode mudar a lei é o
Criador, mesmo assim Ele não o faz, porque já as fez com toda a perfeição para
a eternidade afora.
Não deves fazer mau uso
destas leis, que as consequências serão terríveis, e a alma, mesmo por
ignorância, passará a sofrê-las a fim de despertar. As faltas nos trazem
tristeza, e a pureza d'alma converte-se em alegrias duradouras.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita.
Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10
volumes.
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