ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Paraíso,
inferno e purgatório
1018. Em que sentido se
devem entender estas palavras do Cristo: Meu reino não é deste mundo?
“Respondendo
assim, o Cristo falava em sentido figurado. Queria dizer que o seu reinado se
exerce unicamente sobre os corações puros e desinteressados. Ele está onde quer
que domine o amor do bem. Ávidos, porém, das coisas deste mundo e apegados aos
bens da Terra, os homens com ele não estão.”
Meu reino não é deste mundo
"O meu reino não é
deste mundo", dizia Jesus, Certamente que o reino do Mestre não era deste
planeta; ele está acima das cogitações humanas, por não existirem
inferioridades nos planos em que Jesus habita.
A esfera resplandecente, onde Jesus vibra, é de puro amor, e foi esse amor que o Divino Mestre veio nos mostrar para a nossa felicidade. Mesmo vivendo na Terra por algum tempo, Ele respirava em plano diferente, onde a harmonia e a paz existem com abundância. Bem assim, o Cordeiro de Deus manifestava outro entendimento espiritual e desejava despertar o reino do Seu amor nos corações das criaturas, como a semente de Deus, para germinar eternamente no ambiente da consciência.
O Cristo era e é a fonte
inesgotável de vida para toda a humanidade, como podemos ver nos registros do
evangelista:
No último dia, o grande dia
da festa, levantou-se Jesus e explanou:
Se alguém tem sede, venha a
mim e beba. (João, 7:37)
O Divino Senhor é, pois, um
manancial de luzes com cambiantes de vida na diferenciação das nossas
necessidades. Se temos sede, vamos ao Senhor, onde há fartura de água e de
alimento espiritual para todas as nossas carências. "O meu reino não é
deste mundo", dizia Jesus com propriedade, ajustando assim os pensamentos
de todas as criaturas em busca de outras esperanças para fugir das paixões
inferiores, alcançando a fé que eleva, a amor que alegra os corações e a
caridade que salva a alma de todas as investidas do erro.
O reino da Terra, por assim
dizer, é ainda um ambiente onde as trevas dominam a maior parte, no entanto, a
luz tem o dever de dominar essas trevas e de fazer nascer nos corações o reino
de Jesus, pelos princípios da leis de amor, justiça e da paz. E para seguir
nosso Senhor Jesus Cristo, meu irmão, haverás de sofrer as consequências de
onde haja a maior parte do mal, no entanto, deves sofrer com paciência, que a
vida e a própria lei, te compensarão, de acordo com o que já conquistaste em
favor dos que sofrem.
Não te entregues às
investidas das trevas; elas sabem por onde começar a te dominar, e em muitos
casos é pela lisonja, para que desperte em teu coração a vaidade, depois o
egoísmo e o orgulho. Daí, vão investindo em teus sentimentos, até o domínio do
teu coração, de modo que ficarás cego e surdo para as coisas reais do amor
verdadeiro.
Não deves alimentar as
trevas que rondam a tua mente com falsas promessas. Se queres combater o mal,
anda no bem, que esse bem te garante a vida, te garantindo a paz. Sê dócil ao
convite do Cristo, que Ele tem livre acesso aos mínimos departamentos da tua
consciência, e sabe aliviá-la para a harmonia celestial.
Convém observar as leis
naturais que te cercam, passando a obedecê-las. O mundo de Jesus é o mundo do
amor, da caridade e da pura fraternidade espiritual, capazes de nos levar à
verdadeira felicidade. Tudo tem o traço da nossa conquista, por isso devemos
lutar, mas com as armas que Jesus nos ensinou, primeiramente no trabalho
honesto, e nesta linha o Evangelho nos fornece todas as diretrizes da vida,
para conhecermos a nós mesmos e ganhar mais vida dentro da vida de Deus.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita.
Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10
volumes.
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