ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Natureza
das penas e gozos futuros
972. Como procedem os maus
Espíritos para tentar os outros Espíritos, não podendo jogar com as paixões?
“As
paixões não existem materialmente, mas existem no pensamento dos Espíritos
atrasados. Os maus dão pasto a esses pensamentos, conduzindo suas vítimas aos
lugares onde se lhes ofereça o espetáculo daquelas paixões e de tudo o que as
possa excitar.”
a) - Mas, de que servem
essas paixões, se já não têm objeto real?
“Nisso
precisamente é que lhes está o suplício: o avarento vê ouro que lhe não é dado
possuir; o devasso, orgias em que não pode tomar parte; o orgulhoso, honras que
lhe causam inveja e de que não pode gozar.”
Influências
Espíritos convergem para
Espíritos pela força de atração que uns exercem sobre outros. Certamente que
aqui prevalece a assertiva de que "semelhantes atraem semelhantes".
Notamos a ação desta lei mesmo nas coisas materiais: os animais da mesma
espécie se juntam, os pássaros e os peixes... E na ordem dos homens, não deixa
de ser do mesmo modo. São influências recíprocas; é o "buscai e achareis,
batei e abrir-se-vos-á."
Verdadeiramente, as paixões não existem materialmente, elas são forjadas na mente, e certamente que as suas vibrações negativas interferem no mundo corpóreo, predispondo-o a tais condições.
Os Espíritos maus dão campo
aos pensamentos inferiores, alimentando-os nos seus tutelados, por vezes, sem
que eles percebam essa influência. Esses Espíritos, quando de certa categoria
intelectual, agem nos intervalos dos pensamentos dos homens ou mesmo de
Espíritos, seus companheiros mais atrasados, para os comandarem, no sentido das
suas más aspirações, ao passo que os Espíritos superiores usam o mesmo método
para induzi-los ao bem comum.
Vivemos sob influências de
todas as ordens; basta saber escolher a que devemos aceitar; a escolha é nossa.
O mundo é cheio de insinuações boas e más. Convém estudarmos todas elas, para
que possamos ser nós mesmos, lutando para nos despertarmos para a verdade que
nos livra de todos os males.
Os Espíritos malfazejos influenciam
os Espíritos menos experientes, por vezes, se servindo de médiuns para
influenciar os encarnados. Há um processo de influências desconhecido pelos
homens, a não ser para os espíritas bem orientados, que procuram imediatamente
recursos na prece e no trabalho, na meditação e na reforma íntima, sendo esta
última a mais acertada para os livrarem das más influências.
Existe intercâmbio de
Espírito para Espírito que foge à nossa análise, todavia, se procurarmos viver
o amor, nos conduzirmos à caridade, revestirmo-nos de benevolência,
condicionarmo-nos no perdão aos que nos ofendem, esquecer a violência, sentir
as leis de Deus e passar a vivê-las, as influências que a nós chegarem serão
selecionadas pela própria conduta que levamos, sem percebermos esse trabalho
que a luz nos dedica. A reforma moral é o melhor remédio para iodos os males da
humanidade.
Eis um alerta para quem se
encontra próximo dos laços inferiores das trevas:
Pois vejo que estás em fel
de amargura e faço de iniquidade. (Atos, 8:23)
Pelas influências que deves
sentir, podes notar esses laços e procurar te isolares deles, pelos processos
que os grandes Espíritos nos ensinaram: acompanhar o Cristo é o melhor caminho.
Os Espíritos inferiores que
são influenciados por outros nas paixões, sentem o suplício por não poderem
realizar o que desejam, a não ser em parte, como as suas intenções buscam. No
entanto, os seus influenciados espirituais igualmente sofrem, porque quem
inspira nos outros o mal, é portador dele no coração. Só isso basta para gerar
mal-estar na mente e intranquilidade na consciência. O mal não compensa.
Procura investir tuas forças
na conquista da harmonia, e para tanto somente Jesus é o Doador na Terra para
todos nós. Procura, que Ele está a te esperar, pelos fios dos teus pensamentos.
Estuda a caridade, procura seu reino, que ela está à tua espera, e vive o amor,
que ele já participa da tua vida.
Os maus Espíritos precisam
de nós, e somente encaminhando-os para o bem, pela força do exemplo, é que
poderemos gerar em nossos corações, para os corações deles. O resto pertence a
Deus, que sabe lidar com os Seus filhos.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita.
Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10
volumes.
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