ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Natureza
das penas e gozos futuros
975. Os Espíritos inferiores
compreendem a felicidade do justo?
“Sim,
e isso lhes é um suplício, porque compreendem que estão dela privados por sua
culpa. Daí resulta que o Espírito, liberto da matéria, aspira à nova vida
corporal, pois que cada existência, se for bem empregada, abrevia um tanto a
duração desse suplício. É então que procede à escolha das provas por meio das
quais possa expiar suas faltas. Porque, ficai sabendo, o Espírito sofre por
todo o mal que praticou, ou de que foi causa voluntária, por todo o bem que
houvera podido fazer e não fez e por todo o mal que decorra de não haver feito
o bem.
Para
o Espírito errante, já não há véus. Ele se acha como tendo saído de um nevoeiro
e vê o que o distancia da felicidade. Mais sofre então, porque compreende
quanto foi culpado. Não tem mais ilusões: vê as coisas na sua realidade.”
A.K.: Na erraticidade, o Espírito descortina, de um lado, todas as suas existências passadas; de outro, o futuro que lhe está prometido e percebe o que lhe falta para atingi-lo. É qual viajor que chega ao cume de uma montanha: vê o caminho que percorreu e o que lhe resta percorrer, a fim de chegar ao fim da sua jornada.
Felicidade do justo
Os Espíritos inferiores que
compreendem a felicidade do justo, certamente é porque conhecem, na sua
profundidade, as leis de Deus. Essa revelação vai se fazendo para eles
gradativamente. Não há violência no aprendizado e as teorias que chegam a eles
são gravadas de maneira suave nas suas consciências, no entanto, eles não se
lembram delas totalmente,que vêm à tona aos poucos, de acordo com as suas
capacidades de assimilação.
Alguns compreendem por que o
justo é feliz, e trabalham para. tal aquisição, pedindo novas voltas ã Terra,
no trabalho e na autoeducação espiritual. Onde quer que o Espírito esteja, na
erraticidade, somente a maturidade pode levá-los à educação das suas faculdades,
e essa maturidade requer a ação indispensável do tempo.
Felicidade não se compra e
não se vende; iluminação da alma depende do despertamento dos valores imortais
do Espírito, e o mais grandioso é que todos são possuidores destes valores.
Queiramos ou não, eles, algum dia, se fazem luz em nosso coração, tranquilizando
nossa consciência. é importante que tenhamos a certeza de que expiação, provações
e outros termos, qualificados como sofrimentos dos Espíritos, são processos
naturais de despertamento da luz na intimidade de cada um e depois de vencidos,
acendem a luz no coração e tranquilizam o mundo da consciência.
Fonte:
O livro dos Espíritos.
Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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