ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Duração
das penas futuras
1003. É arbitrária ou
sujeita a uma lei qualquer a duração dos sofrimentos do culpado, na vida
futura?
“Deus
nunca obra caprichosamente e tudo, no Universo, se rege por leis, em que a Sua
sabedoria e a Sua bondade se revelam.”
Duração das penas
A duração das penas que a
alma passa pelas suas faltas é de acordo com estas faltas. A variação das
lições de que à dor se faz mestra é inumerável. Não existe um Espírito que
tenha os mesmos sofrimentos que outro. As corrigendas obedecem a uma lei de
justiça em todos os campos de lutas e é bom que se notem essas diferenças, para
que a ignorância não venha a procurar justificativa ante seus infortúnios.
Não existe arbitrariedade com os filhos de Deus; tudo obedece a leis justas, de modo a educar os companheiros que precisam de disciplina, acordando para maiores entendimentos. O faltoso não precisa morrer para resgatar seus débitos. Por vezes, ele começa a repará-lo ainda na carne, prosseguindo após o túmulo. Às vezes, torna a voltar nas lides humanas com o mesmo estigma da dor que solidifica sua missão de paz para o sofredor.
Se te encontras com a
obstinação do mal, procura mudar. Vê que ele não nos leva a nada de útil. Por
que sofrer ou fazer sofrer a outrem? A pertinácia no mal é caminho para
agressões que irão retornar a quem agrediu. Já falamos muitas vezes e tornamos
a dizer que os infortúnios não erram o endereço. É qual carta de cobrança que
vem ao devedor pelas mãos de um portador que sabe onde mora quem deve.
Somos todos tentados a fazer
o mal em muitas circunstâncias, no entanto, devemos resistir, fazendo o bem,
buscando em Jesus os exemplos elevados.
Pois naquilo que ele mesmo
sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.
(Hebreus, 2:18)
Jesus é o socorro do céu que
veio para nos fortalecer diante das tentações. Conhecendo Sua vida e nos
inspirando nos Seus exemplos, fortalecemos nossa conduta, para não cairmos em
novas tentações. É o que devemos fazer todos os dias: buscar o Mestre para nos
inspirar. Agindo assim, a duração das nossas penas mudará; o fardo passará a se
aliviar e o jugo das nossas faltas ficará leve. Eis aí os princípios da
felicidade.
Não deves jogar tudo para o
futuro, porque vivemos dentro do eterno. Haverás de começar hoje mesmo o
trabalho de recuperação, que esse esforço te dará luz nos caminhos e força para
viver na felicidade de Deus. A duração nas nossas penas, no mundo físico ou no
espiritual, é de conformidade com a nossa persistência no mal. Cedendo essa
obstinação, a luz se faz e a vida surge como agente de Deus nas nossas
consciências.
Jesus é o nosso caminho, a
verdade e a vida que vertem de Deus na Sua pureza, como mil mãos iluminadas a
nos abençoar, na regência do amor que nunca morre no coração da vida.
Somente o bem é eterno; todo
mal é passageiro, distanciando-se sempre do sofredor pela força do tempo. O
Espiritismo, bem compreendido na luz do Cristo, te mostra grandes esperanças;
mas começa arrependendo e, em seguida, trabalha para sair da faixa do que
contraria a lei de amor e de justiça. O amanhã irá te mostrar a realidade,
destampando na frente da humanidade a maior esperança de todos os tempos: a
verdade, pela ciência, de que ninguém morre.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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