ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Natureza
das penas e gozos futuros
982. Será necessário que
professemos o Espiritismo e creiamos nas manifestações espíritas, para termos
assegurada a nossa sorte na vida futura?
“Se
assim fosse, seguir-se-ia que estariam deserdados todos os que não creem, ou
que não tiveram ensejo de esclarecer-se, o que seria absurdo. Só o bem assegura
a sorte futura. Ora, o bem é sempre o bem, qualquer que seja o caminho que a
ele conduza.” (165-799)
A.K.:
A
crença no Espiritismo ajuda o homem a se melhorar, firmando-lhe as ideias sobre
certos pontos do futuro. Apressa o adiantamento dos indivíduos e das massas,
porque faculta nos inteiremos do que seremos um dia. É um ponto de apoio, uma
luz que nos guia. O Espiritismo ensina o homem a suportar as provas com paciência
e resignação; afasta-o dos atos que possam retardar-lhe a felicidade, mas
ninguém diz que, sem ele, não possa ela ser conseguida.
Só o bem salva
Não se pode dizer que é
necessário ser espírita ou participar do Espiritismo para se salvar. Isso é
contra a caridade. No livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo", há
uma mensagem de Paulo, o apóstolo, que diz: Fora da caridade não há salvação.
Só com a prática da caridade é possível se salvar, em todos os mundos
habitados.
O que tranquiliza a
consciência é o amor, em todas as suas faixas de vida. Todos os verdadeiros
religiosos se salvam; todos somos ovelhas de Jesus e vivemos sob a Sua tutela
divina. As religiões encaminham as almas para o bem, e quem vive nele é que
está livre de todos os sofrimentos passageiros, na Terra e fora dela.
A crença na Doutrina
Espírita ajuda a avisar os conhecimentos da alma, dando aos seus profitentes
força para praticar as virtudes espirituais e se libertarem, mas não é somente
sendo espírita que se salva. Os espíritas são, por vezes, mais necessitados de
pão espiritual. Eles devem se esforçar cada vez mais no trabalho interno das
mudanças espirituais, evoluindo no perdão, no amor e na fraternidade, para que
possam sentir o Cristo interno a lhes comandar também por fora. De outra
maneira, como acreditar em Deus bom e justo?
Devemos fazer a nossa
escolha, de onde devemos beber a água da vida. Se no mundo existe o mal e o
bem, o que se deve escolher? A resposta nos vem da epístola de Tiago:
Acaso pode a fonte jorrar do
mesmo lugar o que é doce e o que é amargo? (Tiago, 3:11)
Certamente que não. As
fontes são diferentes para atender as necessidades espirituais. Quem está
avançando para a luz é certo que escolhe a água doce do entendimento
espiritual, e quem se encontra nas trevas, por lei da natureza escolhe a
amarga.
Somos dotados de livre
arbítrio para a semeadura, mas obrigados à colheita. Para nos salvarmos,
devemos conhecer a verdade, e ela nos tornará libertos. Para conhecer a
verdade, devemos vivenciar as virtudes expostas por Jesus no seu Evangelho.
Aquele que passa a viver o amor, sente todas as irradiações dele; quem passa a
viver o perdão, vem a sentir todos os seus benefícios, e assim sucessivamente,
cada vez mais ganhando o que dá, recebendo o que oferta.
O homem maduro,
espiritualmente falando, pode estar ligado a qualquer religião ou filosofia, ou
até a nenhuma delas, que ele tem seu porte espiritual que lhe garante sua
estabilidade na vida futura. No entanto, a Doutrina dos Espíritos fornece aos
espíritas meios mais fáceis de acelerar sua marcha evolutiva, por mostrar o
Cristo de maneira mais real e simples, abrindo os braços em oferta universal
para todas as criaturas de Deus.
Entretanto, aqueles que não
tiveram a oportunidade de encontrar a Doutrina Espírita, terão a oportunidade
da prática da caridade, que todos a conhecem, e todos podem e têm condições de
exercitá-la. Que seja, porém, como a viúva pobre diante do gazofilácio, em que
Jesus se apoiou, dizendo: "Essa faz a verdadeira caridade, por ter doado o
que tinha com o coração". Esse é, pois, o roteiro de se salvar: pela
caridade, sinônimo divino do amor.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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