ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Natureza
das penas e gozos futuros
981. Com relação ao estado
futuro do Espírito, haverá diferença entre um que, em vida, teme a morte e
outro que a encara com indiferença e mesmo com alegria?
“Muito
grande pode ser a diferença. Entretanto, apaga-se com frequência em face das
causas determinantes desse temor ou desse desejo. Quer a tema, quer a deseje,
pode o homem ser propelido por sentimentos muito diversos e são estes
sentimentos que influem no estado do Espírito. É evidente, por exemplo, que
naquele que deseja a morte, unicamente porque vê nela o termo de suas
tribulações, há uma espécie de queixa contra a Providência e contra as provas
que lhe cumpre suportar.”
Futuro do espírito
Há modos diferentes de
encarar a morte: uns a temem, outros a encaram com coragem, e mesmo com
indiferença.
Para saber qual dos dois chega ao mundo espiritual com paz na consciência, basta compreender a situação interna de cada um, daquele que teme a morte, mas que, na sua intimidade, começa a trabalhar honestamente na sua educação espiritual, e o outro que a enfrenta com coragem, mas para fugir da vida na Terra, com uma coragem que nada tem a ver com o equilíbrio emocional. Ambos apresentam muitas diferenças, no entanto, eles ainda têm muito que aprender sobre a espiritualidade, motivando a luz no coração.
Chegará em paz ao mundo
espiritual somente aquele que construiu essa paz no coração, o homem justo,
capaz de amar sem distinção a todos e a tudo, que tem a coragem cristã
crescendo cada vez mais na sua intimidade espiritual.
Humilhai-vos na presença do
Senhor, e Ele vos exaltará. (Tiago, 4:10)
Haveremos de nos sentir
humildes na presença de Deus, porque somente assim a vida nos exaltará. Se nós
mesmos nos exaltamos, destruímos ou empanamos a luz no coração. É indispensável
que aumentemos o nosso celeiro de conhecimentos, de virtudes aplicadas e de paz
conquistadas dentro do coração, para que, na hora da viagem, deixando o fardo
físico, a coragem nos revista de ânimo, por sabermos que cumprimos os nossos
deveres sem temer a passagem e sem desdenhar essa mudança, que não deve
perturbar os nossos sentimentos.
Desejar a morte não é
sinônimo de estado espiritual superior, nem nunca seria. Não devemos desejá-la;
devemos nos entregar à vida, esperar em Deus o que deseja fazer de nós, sem,
tão pouco, temê-la.
O dever do cristão
consciente é passar por iodos os reveses, por todas as provações, com muita
serenidade, que nesses momentos as luzes dos Céus o cercam de mais suavidade e
amor.
Ma verdade, nenhum momento
há de desencarnação que seja igual a outro ante a espiritualidade superior,
cada qual na sua posição conquistada. Tudo tem relação com a posição que já
atingimos no nosso despertar espiritual.
A espiritualidade superior
não se perturba com os diferentes modos de encarar a morte; ela sabe, e disso é
consciente, que não poderia ser de outro modo. Todos os Espíritos, para
chegarem à serenidade, passam por diversas fases de elevação, mas, sabem os
Espíritos Superiores que todos, sem exceção, vão chegar ao ponto desejado, com
o despertamento dos valores internos.
Somos todos semelhantes e
todos feitos pelas mãos perfeitas. Daí se podem entender os destinos de todas
as almas, mesmo os das que estão esperando no mundo espiritual os que ainda
passam pelas provações, pois já passaram por elas, e por isso não se alteram
com a mudança da matéria humana, quando chega a sua hora da despedida da Terra.
Temer enfrentar a morte nada
modifica na estrutura das leis espirituais. Tudo passa, e o que teme hoje, no
amanhã enfrentará tudo com dignidade. O que zomba hoje, no amanhã terá o maior
respeito pela vontade de Deus. Morrer no dizer humano, é viver mais para o
dizer espiritual.
Compete a todos estudar cada
vez mais, meditar sobre as leis da reencarnação e da comunicação dos Espíritos
com os homens; enfim, saber mais sobre o amor que cobre a multidão dos pecados.
Cada vida, ao passar para a outra vida, encontra situações diferentes que se
ajustam muito bem com as suas necessidades espirituais.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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