ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Penas
temporais
984. As vicissitudes da vida
são sempre a punição das faltas atuais?
“Não;
já dissemos: são provas impostas por Deus, ou que vós mesmos escolhestes como
Espíritos, antes de encarnardes, para expiação das faltas cometidas em outra
existência, porque jamais fica impune a infração das leis de Deus e, sobretudo,
da lei de justiça. Se não for punida nesta existência, sê-lo-á necessariamente
noutra. Eis porque um, que vos parece justo, muitas vezes sofre. É a punição do
seu passado.” (393)
As vicissitudes da vida
Devemos comensurar nossas
disposições sobre as leis de Deus, que não obedecem a uma linha reta, da
maneira que os homens possam deduzir. Poderemos analisá-las em vários ângulos
que a sabedoria nos mostra.
Os sofrimentos humanos nem sempre foram escolhidos pelos Espíritos no momento do retorno à carne. Em muitos casos, foram impostos por Deus, quer dizer, por processos espirituais de despertamento dos dons, com que o Senhor mesmo dotou o ser humano para a felicidade da própria criatura.
Em muitos casos, são provas
e expiações, no entanto não se pode generalizar esse assunto, na pauta da vida
humana e espiritual. É de bom senso que busquemos mais além, para uma
compreensão mais elevada da alma e sobre a alma. Nem todos os sofrimentos estão
ligados a faltas, como no caso dos animais, que muitas vezes, sofrem, nascendo
por vezes aleijados, ou enfrentando sofrimento de toda ordem. Assim as plantas,
e outros seres que sofrem, em comparação aos homens, muito mais, por não terem
leis apropriadas para defendê-los. Eis porque falamos que nem sempre os
sofrimentos são resgates do passado, e sim, também, meios que Deus criou para o
despertamento da alma, a ingressar nos valores imortais da vida.
É neste sentido que
encontramos dentro de nós, do homem mais primitivo do que espiritual, do
Espírito ainda necessitado de se elevar, as tendências para o ódio, a inveja, o
ciúme, a discórdia, a violência, as injurias etc. Estes são os nossos inimigos
que nos assediam constantemente, e é nesta luta que alcançaremos a verdadeira
paz de coração e estabilidade de consciência. Lembremo-nos da advertência do
Mestre:
Assim, os inimigos do homem
serão os da sua própria casa. (Mateus, 10:36)
É a casa interna de cada um.
Quando combatemos os inimigos externos, surgem esses que são muito mais difíceis
de serem vencidos, por já dominarem o campo de ação. Essas são as vicissitudes
da vida, mas que a alma deve enfrentar com coragem, usando as armas que Jesus
ensinou e lutar com o amor, o perdão, o trabalho honesto e a persistência no
bem, até o fim, vencendo a si mesmo, porque dessa maneira vencemos o mundo e
glorificamos ao Senhor dentro de nós, visto ser Ele o comando central dos
nossos destinos de vida.
Se ternos um passado para
ser limpo, armemo-nos de coragem, de modo que possamos vencer todos os infortúnios,
abrindo o coração para a luz de Deus, pelas mãos do Cristo. O passado passou, e
os nossos olhos devem estar fitando o porvir, com coragem e decisão.
A Doutrina dos Espíritos é
urna filosofia de vida, de modo a nos ajudar a viver melhor. Estuda-a com
atenção que serás agraciado pelos conhecimentos envolvidos na verdade, na
têmpera do amor mais puro. É Jesus, que nunca esquece Seu rebanho, de volta.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita.
Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10
volumes.
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