ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Expiação
e arrependimento
994. O homem perverso, que
não reconheceu suas faltas durante a vida, sempre as reconhece depois da morte?
“Sempre as reconhece e,
então, mais sofre, porque sente em si todo o mal que praticou, ou de que foi
voluntariamente causa. Contudo, o arrependimento nem sempre é imediato. Há
Espíritos que se obstinam em permanecer no mau caminho, não obstante os
sofrimentos por que passam. Porém, cedo ou tarde, reconhecerão errada a senda
que tomaram e o arrependimento virá. Para esclarecê-los trabalham os bons Espíritos
e também vós podeis trabalhar.”
O homem perverso
A perversidade nasce da
ignorância das leis e da justiça divina. Se o homem, mesmo nos seus primórdios,
reconhecesse que tudo que ele fizer de mau para os outros, estará fazendo para
si próprio, se abrandaria na sua maneira de agir, certo de que no mundo
espiritual, antes de reencarnar, ele recebeu todas as lições teóricas.
No entanto, como a sua consciência se encontrava ainda no vazio, digamos assim, sem as condições e possibilidades de tudo gravar com todas as particularidades, ele não reteve suas lembranças. A consciência dá seus estímulos para o consciente se inteirar das leis, no entanto, ocorre como à criança, que precisa queimar a mão para aprender que o fogo é quente.
Na profundidade dos assuntos
estudados, o homem não tem culpa das coisas que se passam com ele. Elas foram
feitas assim, e são processos de despertamentos espirituais para todas as
criaturas, da Terra e de outros mundos habitados. Fomos criados pela vontade de
Deus, e Ele, na Sua onisciência, sempre soube de tudo o que iria ocorrer com
todos os Seus filhos e, para tanto, fez as leis para nos corrigir.
Não é com isso que vamos
abandonar nossos esforços de melhorar. O dever de todos os seres é fazer a sua
parte, no tocante à autoeducação. Por que o ser humano é perverso? Todos os
seres passam pelo estágio de perversidade, quando embriões em crescimento. Se
fomos feitos, repetimos, simples e ignorantes, o que se espera do ignorante?
Toda sorte de imperfeições.
Ainda temos muito que
estudar sobre a personalidade da alma. Os teólogos, em tempos idos,
orientadores das velhas religiões, achavam que traçaram os caminhos para a
humanidade, sobre o Céu e a Terra. Como se enganaram! O progresso desfaz tudo
aquilo imprestável para a alma. Hoje, tudo se desfaz e a evolução se apresenta
à criatura de novas formas, mais racionais e com mais amor, mais verdade e mais
tolerância porque, pelos mesmos caminhos trilhados pelos ignorantes de hoje, os
grandes teólogos passaram no passado. Erraram, mentiram, sofreram e foram
igualmente perversos, mas, o tempo, sendo Deus, por amor a Seus filhos, foi
despertando um a um, predispondo-os para a luz da verdade e do amor.
Certamente que todos nós devemos
ajudar ao perverso de hoje, no arrependimento, inspirando-o para a esperança no
porvir. Jesus nos disse que não veio à Terra para os justos, e, sim, para os
pecadores. que o perverso escute a voz do Divino Mestre:
Quem não é por mim, é contra
mim; e quem comigo não se junta, espalha. (Mateus, 12:30)
Estamos falando para um
punhado de homens, a favor de Jesus, nos juntando com Ele e por Ele, na certeza
de que o mundo de amanhã nos mostrará o Mestre em plenas nuvens do nosso
entendimento, dissipando dúvidas e armando entendimento para a pureza dos
nossos corações.
O perverso sempre reconhece
a sua perversidade. Isto pode se dar no espaço ou mesmo quando envolvido no
corpo físico, contudo, de qualquer modo ele se encontra dentro da eternidade e
não é esquecido pelo Criador. O arrependimento não é imediato: é demorado em
todos os Espíritos, mas, sempre vem, e quando aparece pela força da
consciência, deve ser obedecido, por trazer sob a sua égide forças estranhas em
forma de dor e todos os tipos de obstáculos, para despertar a alma, queira ela
ou não. Essa é uma lei impositiva, por ordem d'Aquele que nos criou.
Além da força do
arrependimento que nos ajuda a despertar, existem os benfeitores da eternidade
nos acompanhando, como fizeram com eles outros mais além, em passado que escapa
à nossa lembrança.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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