ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Expiação
e arrependimento
995. Haverá Espíritos que,
sem serem maus, se conservem indiferentes à sua sorte?
“Há
Espíritos que de coisa alguma útil se ocupam. Estão na expectativa. Mas, nesse
caso, sofrem proporcionalmente. Devendo em tudo haver progresso, neles o
progresso se manifesta pela dor.”
a) - Não desejam esses
Espíritos abreviar seus sofrimentos?
“Desejam-no,
sem dúvida, mas falta-lhes energia bastante para quererem o que os pode
aliviar. Quantos indivíduos se contam, entre vós, que preferem morrer de
miséria a trabalhar?”
Diversidade
A diversidade, no tocante à
evolução das almas, é enorme, em todo campo de entendimento espiritual e mesmo
físico. Ma natureza não se pode dizer que tudo e todos passam pelos mesmos
caminhos, no que tange aos mesmos processos.
São diversos os caminhos do Espírito, no entanto, o objetivo é o mesmo. No que se refere à profundidade da filosofia espírita, não estamos aqui para inovar nada. As leis são as mesmas, por serem eternas, no entanto, elas se vão dando a conhecer com o crescimento da alma.
Há Espíritos com tendência
para o mal, e que o tempo faz com que eles se convertam para o bem, sendo-lhes
a dor o guia mais seguro. Certamente que existem Espíritos que não se preocupam
em cuidar-se, procurando despertar para a viria maior. Temos de levar em conta
o estado evolutivo das criaturas neste porte. Como exigir da criança o mesmo
pensamento dos adultos? Cada alma é chamada para a renovação de acordo com as
suas forças espirituais. Não existe violência na natureza.
A diversidade, como já
dissemos, é muito grande em todos ângulos da criação, todavia, tudo converge
para o mesmo ponto central da vida, que é Deus. Os reveses pelos quais passam,
as adversidades que as acompanham, as dores, os problemas e infortúnios,
crescem e diminuem, de acordo com as criaturas em pauta. Deus não abençoa a uns
mais que os outros, pois, todos são Seus filhos.
Ainda existem muitos
segredos na vida para serem revelados, esperando mais despertamento dos
Espíritos. Como falar com Espíritos elevados do mesmo modo que se fala aos
ignorantes? Como falar com camponeses da mesma maneira que se fala com
cientistas? Como falar para pseudossábios, como se fala com os sábios? Há
diferença em tudo, de acordo com as necessidades.
Os Espíritos sofredores, mas
mais primitivos, certamente que desejam curar-se, no entanto, quando eles
encontram, na realidade, o método de cura, preferem, por não suportarem o
sacrifício, o mesmo jeito de vida que estavam levando. São muitas as conjunções
que aparecem nos seus caminhos, e são desprezadas. Somente a maturidade poderá
fazê-los interessar-se pela sua paz nascida, em parte, dos seus próprios
esforços. Se eles desejam melhorar e ainda lhes falta energia para tal
empreendimento, é porque não têm ainda maturidade para a mudança de
procedimentos.
Todavia, o amanhã os espera
na glória deste dia de suas decisões, do marco que deve brilhar no seu coração,
dizendo "basta" às suas inferioridades. Ma hora de se reformar, no
momento do arrependimento, sempre aparece um Paulo ou um Apoio para nos mostrar
o caminho, sendo que, no fundo, é o dedo de Deus a nos guiar para a eternidade
da consciência tranquila:
Quem é Apolo? E quem é
Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a
cada um. (l Coríntios, 3:5)
De qualquer maneira, devemos
aceitar a dor como sendo o ponto indispensável para o despertamento da alma, em
quaisquer condições de vida. Ela anda paralela com o progresso em todos os seus
movimentos, mas não podemos esquecer que cada criatura a sofre em dimensão
diferente.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita.
Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10
volumes.
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