O livro dos espíritos. Q. 1013

ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES

CAPÍTULO II - PENAS E GOZOS FUTUROS

Paraíso, inferno e purgatório 

1013. Que se deve entender por purgatório?

“Dores físicas e morais: o tempo da expiação. Quase sempre, na Terra é que fazeis o vosso purgatório e que Deus vos obriga a expiar as vossas faltas.”

A.K.: O que o homem chama purgatório é igualmente uma alegoria, devendo-se entender como tal, não um lugar determinado, porém, o estado dos Espíritos imperfeitos que se acham em expiação até alcançarem a purificação completa, que os levará à categoria dos Espíritos bem-aventurados. Operando-se essa purificação por meio das diversas encarnações, o purgatório consiste nas provas da vida corporal.

Purgatório

A palavra purgatório, conforme ensinam algumas religiões, seria um determinado lugar na erraticidade, onde os "mortos" em pecado purgam seus males morais. No entanto, não é bem assim; a Doutrina Espírita, revelada pelos benfeitores espirituais, sob a visão de Jesus Cristo, mostra aos homens que esses lugares têm suas raízes na intimidade das criaturas. Eles podem existir, desde quando a sua fonte se encontre na consciência.

Quando os Espíritos inferiores se reúnem em determinado lugar do espaço por sintonia, eis aí o purgatório, ou, se preferes dizer, o inferno para eles. Em quase todos os livros espíritas se notam esses ensinamentos, para que a verdade se faça e todos reconheçam a profundidade do assunto.

As próprias dores físicas não deixam de ser dores morais, porque é o Espírito que sente; quando ele sai da matéria, ela nada sente nem reclama. Tudo se opera na consciência, terreno esse ainda desconhecido mesmo para os espiritualistas. Ainda temos muito que aprender acerca da vida da alma, dos mundos habitados que circulam no infinito e das Leis de Deus que nos dirigem a todos. Falar do Espírito na sua profundidade é, pois, muito difícil, por nos faltarem meios na língua dos homens.

Inferno, purgatório e satanás são alegorias, formas de dizer coisas que em outra época não teriam outras explicações, para o curto entendimento da humanidade, mas, com o conhecimento da verdade mais acentuada, tudo passou a mudar, principalmente com o advento do Espiritismo. A própria verdade tomou formas diferentes para melhor compreensão dos que já se encontram com certa maturidade espiritual.

Podemos dizer que um hospital na Terra é um purgatório, no entanto, nem todos que a!i se encontram estão sofrendo as agressões do ambiente. Se uma casa de saúde somente tem doentes para tratar, existem pessoas sãs que ali se movimentam: médicos, enfermeiros e outros servidores, no entanto, devemos afirmar mais uma vez, cada um tem a sua enfermidade; onde quer que vá, leva seus desequilíbrios.

O que devemos fazer é nos esforçarmos para conquistar o equilíbrio moral e físico, procurando as normas mais acertadas para tal. Tomemos a orientação de Paulo:

Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. (Efésios, 4:3)

A paz, todos sabem, é harmonia, e harmonia é amor, e o amor vem a ser a felicidade da alma no coração e na consciência, inferno, purgatório, satanás e outros nomes afins, são sinônimos de desarmonia, que resulta em sofrimento. O purgatório não é um lugar determinado, como muitos afirmam, mas um grupamento que se forma por almas sofredoras, cuja consciência cobra o reparo.

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.

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