O livro dos espíritos. Q. 1015

ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES

CAPÍTULO II - PENAS E GOZOS FUTUROS

Paraíso, inferno e purgatório

1015. Que se deve entender por - uma alma a penar?

“Uma alma errante e sofredora, incerta de seu futuro e à qual podeis proporcionar o alívio, que muitas vezes solicita, vindo comunicar-se convosco.” (664)

Alma a penar

Alma a penar, no dizer do Catolicismo, é o Espírito sofredor, que se encontra com a consciência em chamas. Na verdade, isso é processo de despertamento espiritual. Antes parecia o sofrimento sem remissão, mas, com o advento da Doutrina dos Espíritos, a esperança chegou aos corações que tanto sofriam com certos adjetivos que traziam medo para os homens.

As comunicações sérias dos Espíritos elevados são portadoras de alegria e mesmo entusiasmo para o trabalho de recuperação. Não existe dor eterna, nem problemas sem solução. Deus é o Senhor, de onde verte o amor puro para toda a criação. Ele não chora, nem ri; não é violento, nem quieto, é força de equilíbrio que mantém a harmonia em todo o universo.

A alma pena por suas faltas, mas, como lição, de modo a repará-las, sentindo vontade de se conduzir para os caminhos da paz e da harmonia espiritual. A alma errante e sofredora se encontra em situação de desajustamento moral e, em consequência, ela se apega ao bem que lhe pode dar alívio e mesmo diretrizes para a sua própria cura.

As leis naturais nos indicam que devemos fazer mudanças, moralizar nossos costumes. Não pensem os encarnados que nós outros, dos planos imediatos à Crosta, não fazemos mudanças igualmente sem violência. Devemos sempre buscar subindo, como imposição da lei natural da vida maior.

Aos homens que já conhecem a Doutrina dos Espíritos e praticam seus ensinamentos, nós falamos que cuidem das reuniões com mais amor, principalmente no trato com os sofredores. Eles são enfermos morais, que em muitos casos dependem dos encarnados para conselhos, e serão igualmente ajudados pelos benfeitores que eles não podem enxergar, devido à sua situação de desordem moral. Conversem com eles, transmitindo ânimo e força.

As chagas são muito grandes nos corpos espirituais. São feridas que deverão ser curadas e somente as mudanças de hábitos poderão predispô-las para a verdadeira cura. Por isso Jesus, em muitos casos, dizia ao doente que acabava de receber a cura pelas Suas mãos santas: "- Vai, e não peques mais." O Evangelho é força de modificação das criaturas, e pede a elas para esquecerem o ódio, o rancor, a perseguição, a maledicência, o ciúme etc., e levarem a vida mais dentro da fraternidade e da caridade, obediente ao coração que ama, para que a luz possa crescer na intimidade e libertar os sentimentos da inferioridade.

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes. 

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