ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Expiação
e arrependimento
996. Pois que os Espíritos veem
o mal que lhes resulta de suas imperfeições, como se explica que haja os que
agravam suas situações e prolongam o estado de inferioridade em que se
encontram, fazendo o mal como Espíritos, afastando do bom caminho os homens?
“Assim
procedem os de tardio arrependimento. Pode também acontecer que, depois de se
haver arrependido, o Espírito se deixe arrastar de novo para o caminho do mal,
por outros Espíritos ainda mais atrasados.” (971)
Fraco arrependimento
O arrependimento tem muitas
dimensões de intensidade, as quais poderemos perceber em murtas criaturas. Uns
se arrependem e, com o passar do tempo, voltam a fazer o mesmo que antes. São
almas ainda fracas, por lhes faltar experiências no campo do equilíbrio
espiritual. Notam-se outros que demoram mais, e outros que se arrependem
somente na teoria. Em outros ainda, o arrependimento é firme e a alma muda de
vida, mudando as normas de viver.
Quando és influenciado para o mal, é porque o mal ainda está aceso em teus sentimentos. Houve alguém que o estimulou, no entanto, a culpa é tua porque não te esqueceste de tudo que toca ao mal. O esforço para esse esquecimento deve nascer do teu coração, para o coração da vida, corno marca de luz que glorifica a alma. Entretanto, Deus não pede que tentes o que, por enquanto, é impossível, mas pede que não pares de te esforçar no aperfeiçoamento espiritual.
Haveremos de lutar com as
armas que temos, e estas estão guardadas na nossa intimidade:
Porque as armas da nossa
milícia não são carnais e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas,
anulando sofismas (II Coríntios, 10:4)
É fácil entendermos quais as
armas que deveremos usar, recolhendo valores e mudando entendimentos, de sorte
que a mente sintonize com a harmonia universal de Deus. Aos Espíritos que
conhecem as consequências do mal e continuam nele, falta capacidade de remover
o que existe de inferior dentro de si. Permanecem no Mal pela força maior do
mal, que ainda reside em seus corações. Somente o tempo poderá ajudá-los no
despertamento ria viria e para a vida.
A pedra não pode tornar-se
árvore de um dia para outro; a árvore, do mesmo modo, não irá se transformar em
animal com um passe de mágica, assim como o animal se apresentar como homem.
Somente o tempo, sempre falamos, trará essas mudanças. A maturidade anda a
passos lentos mas, não para.
O progresso é a mão de Deus
que percorre toda a criação com a mesma justiça. Essa é a filosofia da vida.
Ela vai chegando aos ouvidos dos homens na sequencia que esses homens forem
despertando suas qualidades de assimilação. Estuda e medita nestas normas, que
compreenderás o sentido deste que te fala por amor, Espírito, mas atuando, com
muito orgulho, entre os humanos, como sendo um dos mais necessitados de
aprender.
Se o teu arrependimento é
fraco, não esmoreças; continua trabalhando e pensando em fortalecê-lo, que Deus
te ouvirá, dando-lhe assistência pelo Seu amor imensurável. Nada existe, no
mundo, desamparado, nem as próprias pernas. Elas são vivas, na sua dimensão de
vida, e elas gravam, na sua dimensão de entendimento. Assim é tudo na vida.
Ninguém se encontra fora de Deus, do que Ele fez para proteger Seus filhos do
coração.
Se hoje és ignorante de
certas coisas, não o serás amanhã. Esta é a marcha da humanidade e dos
Espíritos desencarnados. Nada existe sem movimento, e vida é movimento.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário