Faixa de Gaza é um
território palestino composto por uma estreita faixa de terra localizada na
costa oriental do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio, que faz fronteira com o
Egito no sudoeste (11 km) e com Israel no leste e no norte (51 km). O
território tem 41 quilômetros de comprimento e apenas de 6 a 12 quilômetros de
largura, com uma área total de 365 quilômetros quadrados.
A população da Faixa de Gaza é de cerca de 2,4 milhões de pessoas. Apesar da maior parte da população ter nascido na Faixa de Gaza, uma grande porcentagem se identifica como refugiados palestinos, que fugiram para Gaza durante o êxodo palestino que ocorreu após a Guerra árabe-israelense de 1948. A população é predominantemente muçulmana sunita. Com uma taxa de crescimento anual de cerca de 3,2%, a Faixa de Gaza tem a sétima maior taxa de crescimento demográfico do mundo, além de ser um dos territórios mais densamente povoados do planeta. A área sofre uma escassez crônica de água e praticamente não tem indústrias. A infraestrutura é precária, e quase nada foi refeito após os bombardeios israelenses de 2008-2009. A designação Faixa de Gaza deriva do nome da sua principal cidade, Gaza, cuja existência remonta à Antiguidade.
A Faixa de Gaza adquiriu suas fronteiras atuais com o fim dos combates da guerra de 1948, confirmado pelo Acordo de Armistício entre Israel e Egito em 24 de fevereiro de 1949. O Artigo V do Acordo declarou que a linha de demarcação não era para se tornar uma fronteira internacional. Primeiramente, a Faixa de Gaza foi oficialmente administrada por um governo completamente palestino estabelecido pela Liga Árabe em setembro de 1948. A partir da dissolução desse governo em 1959, a Faixa de Gaza tornou-se uma área diretamente administrada por um governador militar egípcio até 1967.
Israel anexou e ocupou a
Faixa de Gaza durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Em conformidade com os Acordos de Oslo,
assinados em 1993, a Autoridade Palestina se tornou o órgão administrativo que
governa os centros populacionais palestinos. Israel manteve o controle do
espaço aéreo, das águas territoriais e das fronteiras, além da fronteira com o
Egito. Em 2005, o governo israelense retirou-se do território ocupado. Desde
julho de 2007, depois das eleições parlamentares palestinas de 2006 e da
Batalha de Gaza, o Hamas
tem controlado de fato a administração da área. Após a desocupação militar e a
retirada dos assentamentos de colonos judeus do território palestino, Israel
bombardeou a Faixa de Gaza em 2008, 2012, 2014, 2021 e 2023 em retaliação a
ataques de mísseis lançados por militantes do Hamas. Os ataques israelenses
resultaram em milhares de mortos palestinos, sobretudo entre a população civil,
além de produzirem graves danos à infraestrutura local, enquanto os mísseis do Hamas foram, em sua
maioria, interceptados pelo eficiente sistema de defesa antiaéreo israelense.
História
A cidade de Gaza foi fundada
aproximadamente no século V a.C. por piratas do Mediterrâneo que se denominavam
Filisteus e chamaram a região de Filisteia. Após diversas invasões (tribos
israelitas, babilônicos, persas e assírios), caiu nas mãos dos macedônios, cujo
processo de imperialização possibilitaram-na o contato com a cultura grega
(helenismo). Quando os romanos invadiram Israel, também submeteram a cidade de
Gaza e região. Por muito tempo ficou em poder dos bizantinos e árabes.
Durante centenas de anos, o
Império Otomano dominou Gaza, até que o território - junto com o restante da
Palestina - passou para o controle dos britânicos, com o final da Primeira
Guerra Mundial (1914-1918).
Mandato
britânico e plano de partilha
O Mandato Britânico da
Palestina foi uma entidade geopolítica sob administração do Reino Unido que foi
criada com a Partilha do Império Otomano após o final da Primeira Guerra
Mundial. A administração civil britânica na Palestina operou de 1920 a 1948.
Em 29 de novembro de 1947, a
Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a sua Resolução 181, que previa uma
plano para a partilha da Palestina, que consistia na partição da banda
ocidental do território em dois Estados - um judeu e outro árabe -, ficando as
áreas de Jerusalém e Belém sob controle internacional. Os Estados árabes
rejeitaram a proposta.
Governo
palestino
Durante a Primeira Guerra
Árabe-Israelense, que conduziu à criação do Estado de Israel, Gaza absorveu um
quarto das centenas de milhares dos refugiados palestinos expulsos das áreas
que hoje fazem parte de Israel.
Em 22 de setembro de 1948,
no final da guerra, o Governo de Toda a Palestina foi proclamado pela Liga
Árabe na cidade de Gaza ocupada pelo Egito. Foi concebido em parte como uma
tentativa da Liga Árabe de limitar a influência da Transjordânia na Palestina.
O governo palestino foi rapidamente reconhecido por seis dos então sete membros
da Liga Árabe: Egito, Síria, Líbano, Iraque, Arábia Saudita e Iêmen, mas não
pela Transjordânia e por nenhum outro membro da comunidade internacional.
Após o fim das hostilidades,
o Acordo de Armistício Israel-Egito de 24 de fevereiro de 1949 estabeleceu a
linha de separação entre as forças egípcias e israelenses e estabeleceu o que
se tornou a atual fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel. Ambos os lados
declararam que a fronteira não era uma fronteira internacional. A fronteira sul
com o Egito continuou a ser a fronteira internacional traçada em 1906 entre o
Império Otomano e o Império Britânico.
Ocupação
egípcia
Após a dissolução do Governo
de toda a Palestina em 1959, Egito continuou a ocupar a Faixa de Gaza até 1967
sob a desculpa do pan-arabismo. O governo egípcio nunca anexou a Faixa de Gaza
formalmente, mas a tratou como um território controlado e administrou-a por
meio de um governador militar. O afluxo de mais de 200 mil refugiados do antigo
Mandato Britânico em Gaza, cerca de um quarto daqueles que fugiram ou foram
expulsos de suas casas durante e após a Guerra Árabe-Israelense de 1948,
resultou em uma diminuição dramática no padrão de vida. Como o governo egípcio
restringiu o movimento de ida e volta para a Faixa de Gaza, seus habitantes não
podiam procurar um emprego lucrativo em outro lugar.
Ocupação
israelense
Em junho de 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, as
Forças de Defesa de Israel capturaram a Faixa de Gaza. Após esta vitória
militar, Israel criou o primeiro bloco de assentamento, Gush Katif, no canto
sudoeste perto de Rafah e da fronteira egípcia em um local onde um pequeno
kibutz existiu anteriormente por 18 meses entre 1946-48. No total, entre 1967 e
2005, Israel estabeleceu 21 assentamentos em Gaza, abrangendo 20% do território
total.
Acordos
de Oslo de 1993
Após uma série de acordos
assinados entre maio de 1994 e setembro de 1999, Israel se comprometeu a
transferir para a Autoridade Nacional Palestina a responsabilidade pela
segurança e pelos civis das áreas povoadas por palestinos na Faixa de Gaza e na
Cisjordânia, o que não ocorreu. Os territórios povoados por palestinos foram
"cercados" pelas colônias judias e os governos israelenses, tanto
trabalhistas quanto likudistas, só fizeram aumentar o número dessas colônias,
inviabilizando de fato a possibilidade de constituição de um Estado palestino.
Isto levou ao fracasso nas negociações para determinar um status definitivo
para os territórios palestinos, e o início da Segunda Intifada, em setembro de
2000, fez com que as forças israelenses reocupassem a maioria das áreas
controladas pelos palestinos.
Retirada
israelense em 2005
Em 2005, o então
primeiro-ministro Ariel Sharon executou um plano de retirada de todos os 8 mil
colonos israelenses da Faixa de Gaza, bem como as tropas que os protegiam. O
plano também previa que Israel continuaria a controlar o espaço aéreo de Gaza,
seu mar territorial e todos as passagens de fronteira. Em setembro, a retirada
israelense foi concluída.
A situação na Faixa de Gaza
começou a se deteriorar depois que o Hamas venceu as eleições legislativas palestinas, obtendo 76 das
132 cadeiras do Parlamento Palestino, em janeiro de 2006.
No entanto, as profundas
divergências políticas entre o presidente Mahmoud Abbas da Autoridade Nacional
Palestina, pertencente ao Fatah, e o primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, do
Hamas, resultaram em violentos confrontos entre militantes das duas facções
rivais na Faixa de Gaza, em 2006 e no início de 2007, com um grande número de
mortos e feridos.
Conflito
Gaza-Israel em 2006
Em junho de 2006, as Forças
de Defesa de Israel lançaram sua primeira grande operação militar contra a
Faixa de Gaza, desde a retirada dos colonos judeus do território palestino.
Chamada de Operação Chuvas de Verão, a ação de Israel visava a resgatar o
soldado Gilad Shalit - capturado no dia 25 de junho daquele ano em uma operação
conjunta do Hamas e dois outros grupos militantes, que entraram em Israel a
partir da Faixa de Gaza. A captura detonaria uma grande ação militar israelense
na Faixa de Gaza, que resultou nas mortes de mais de cem palestinos em quatro
semanas, além da detenção de 60 dirigentes do Hamas, entre eles vários
ministros e dezenas de deputados.
Em novembro, as forças
israelenses lançaram uma nova e ampla ação militar, batizada como Operação
Nuvens de Outono, desta vez atacando Beit Hanoun, ao norte da Faixa de Gaza. Os
ataques deixaram 56 palestinos mortos, a metade deles civis, e mais 200
feridos. Chegava-se ao quinto mês de operações militares na Faixa de Gaza (com
mais de 400 palestinos mortos), Israel concordou em realizar um cessar-fogo com
o grupo Hamas, desde que este se compromete a não retornar a lançar foguetes
contra o território israelense.
Em abril de 2007, o exército
israelense retomou os ataques à Faixa de Gaza, depois de centenas de foguetes
palestinos disparados desde novembro do ano anterior. No dia 24 daquele mês, o
braço armado do Hamas
proclamou o fim da trégua com Israel. Um mês antes, Abbas e Haniyeh concordaram
em formar um governo de união nacional.
Conflito
entre Hamas e Fatah em 2007
Em junho de 2007, em meio a
intensos conflitos entre militantes das duas facções, o Hamas acabou por
assumir o controle da Faixa de Gaza, expulsando o Fatah, que continuou
dominando a Cisjordânia Com isso, o governo de Israel fechou seu posto de
fronteira com a Faixa de Gaza, alegando que a Fatah não poderia mais garantir a
segurança na região, e impôs um bloqueio ao território palestino, proibindo
todas as exportações e permitindo, unicamente, limitada ajuda humanitária. O
governo do Egito havia também fechado sua fronteira quando os combates mais
intensos entre Fatah e Hamas tiveram início, em 7 de junho de 2007.
Daí em diante, o Fatah
passou a receber os apoios de Israel, dos Estados Unidos e da União Europeia,
enquanto o Hamas
era desconsiderado como interlocutor. Mas, além das disputas com o Fatah,
depois de chegar ao governo palestino, o Hamas teve que enfrentar o boicote
econômico internacional à Faixa de Gaza, principalmente por parte dos Estados
Unidos e da União Europeia, sob a alegação de que o partido não reconhece o
Estado de Israel, não renuncia à violência e desconsidera os acordos firmados
anteriormente por Israel e pela ANP.
Em junho de 2008,
representantes do Hamas e do governo israelense chegaram a um acordo de
cessar-fogo na região, mediado pelo Egito, com duração de seis meses, e que
expirou no dia 19 de dezembro. O grupo palestino decidiu não renová-lo, por
entender que Israel não havia cumprido o compromisso de suspender o bloqueio
imposto à Faixa de Gaza
Conflito
Hamas-Israel
2008-2009
Em 27 de dezembro de 2008,
caças israelenses F-16 lançaram uma série de ataques aéreos contra alvos em
Gaza após o colapso de uma trégua temporária entre Israel e o Hamas. As Forças
de Defesa de Israel disseram que o ministro da Defesa, Ehud Barak, a instruiu a
se preparar para uma operação de seis meses antes do seu início, utilizando
planejamento de longo prazo e de inteligência. Vários lugares que estavam sendo
usados como depósitos de armas foram atingidos: delegacias de polícia, escolas,
hospitais, mesquitas, armazéns da ONU, vários edifícios do governo do Hamas e
outras construções.
Israel disse que o ataque
foi uma resposta aos ataques de foguetes do Hamas ao sul de Israel, que
totalizavam mais de 3 000 até 2008 e que se intensificaram durante as semanas
que antecederam a operação. Equipes médicas palestinas afirmaram que pelo menos
434 palestinos foram mortos e cerca de 2 800 ficaram feridos, sendo muitos
civis e um número desconhecido de membros do Hamas, nos primeiros cinco dias de
ataques israelenses em Gaza. A FDI negou que a maioria dos mortos fossem civis,
fornecendo evidências de que o Hamas deliberadamente escondia suas armas e
combatentes em "mesquitas, pátios de escolas e casas de civis" para
deter um ataque e explorar as regras de combate de Israel. O governo israelense
começou uma invasão terrestre da Faixa de Gaza em 3 de janeiro de 2009 e
rejeitou muitos pedidos de cessar-fogo, até os dois lados declararem um
cessar-fogo unilateral
Cerca de 1 100 e 1 400
palestinos e treze israelenses foram mortos durante os 22 dias de conflito.
Depois de Israel declarar o cessar-fogo, o Hamas prometeu continuar a batalha se as forças
israelenses não deixassem a Faixa de Gaza.
O conflito danificou ou
destruiu dezenas de milhares de casas, 15 dos 27 hospitais de Gaza e 43 de suas
110 unidades de cuidados primários de saúde, 800 poços de água, 186 estufas e
quase todos as suas 10 mil fazendas familiares; deixando 50 000 desabrigados,
400 000 a 500 000 sem água corrente um milhão sem eletricidade e resultando em
grave escassez de alimentos.[
Em fevereiro de 2009, a
disponibilidade de alimentos voltou aos níveis pré-guerra, mas houve falta de
produtos frescos devido aos danos sofridos pelo setor agrícola.
2012
Em 14 de novembro de 2012 as
hostilidades recomeçaram com o lançamento de centenas de mísseis pelo Hamas
contra o sul de Israel durante quatro dias consecutivos e com o início da
"Operação Coluna de Nuvem", como resposta do governo israelense. Ao
longo do andamento do conflito, Israel respondeu novamente aos ataques de
foguetes. Na operação, o chefe militar do Hamas foi morto.
Em 21 de novembro de 2012,
um cessar-fogo, mediado pelo Egito, foi oficialmente declarado pelo Hamas e por
Israel. Ambos os lados declararam-se vitoriosos nos combates.
De acordo com estimativas do
Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários
(OCHA), em 26 de novembro, 224 israelenses e 1 269 palestinos haviam sido
feridos durante a operação.
2014
Uma escalada de violência
israelense ocorreu após a morte de três adolescentes israelenses na Cisjordânia no final de
junho de 2014. Como “vingança”, um jovem palestino foi queimado vivo em
Jerusalém. Logo após a descoberta dos corpos dos três jovens, Israel iniciou
uma ofensiva contra o Hamas. Aviões de guerra passaram a bombardear Gaza
destruindo casas e instituições e foram realizadas execuções extrajudiciais. Os
ataques israelenses causaram a morte de 1 100 palestinos. O Conselho de
Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou em 23 de julho de 2014 uma resolução
que condena Israel por sua ofensiva militar contra Gaza e também cria uma
comissão própria para investigar crimes e violações do direito internacional na
empreitada. Entre os 47 países-membros do conselho, a resolução foi aprovada
por 29 votos favoráveis — todos os países latino-americanos, incluindo o
Brasil, apoiaram a proposta — e 17 abstenções (Alemanha, Itália, França e Reino
Unido permaneceram neutros). Os Estados Unidos foram os únicos a se opor à
proposta, assinalando que o conteúdo do documento é "destrutivo" e
que em nada contribui para o fim das hostilidades.
2018-2019
Em 2018, protestos na
fronteira de Gaza com Israel de 2018–2019, chamados de Grande Marcha do
Retorno, ocorreram todas as sextas-feiras de março de 2018 até dezembro de
2019. Os manifestantes exigiram que os refugiados palestinos tenham permissão
para retornar às terras de onde foram deslocados no que hoje é Israel. Eles
também protestaram contra o bloqueio de Israel a Gaza e o reconhecimento pelos
Estados Unidos de Jerusalém
como capital de Israel.
As primeiras manifestações
foram organizadas por ativistas independentes, mas a iniciativa foi logo
endossada pelo Hamas, assim como por outras facções importantes em Gaza. Os
ativistas que planejaram a Grande Marcha do Retorno pretendiam que durasse
apenas de 30 de março (Dia da Terra) a 15 de maio (Dia da Nakba), mas as
manifestações continuaram por quase 18 meses até que o Hamas em 27 de dezembro
de 2019 anunciou que seriam adiadas.
2021
Em maio de 2021, ocorreram
confrontos entre manifestantes palestinos e a polícia israelense sobre uma
decisão planejada da Suprema Corte Israelense sobre despejos de palestinos em
Sheikh Jarrah, Jerusalém Oriental. Os confrontos, que coincidiram com os
feriados de Laylat al-Qadr e o Dia de Jerusalém, resultaram em mais de
trezentas pessoas feridas, a maioria delas civis palestinos e mais de vinte
palestinos mortos. Os ataques atraíram condenação internacional para ambos os
lados e resultaram no adiamento da decisão da Suprema Corte em trinta dias,
depois que o procurador-geral de Israel procurou reduzir as tensões. Em 9 de
maio, depois que os palestinos no Monte do Templo estocaram placas, pedras e
fogos de artifício, as forças policiais israelenses invadiram a Mesquita de
Al-Aqsa, um importante local sagrado para os muçulmanos, antes de uma marcha de
judeus nacionalistas que foi posteriormente cancelada, realizada no feriado
israelense do Dia de Jerusalém
Durante as duas semanas de
conflito, grupos palestinos como o Hamas e Jihad Islâmica dispararam mais de 4
000 foguetes contra Israel a partir de Gaza dirigidos primeiramente à região
central israelense, inclusive Jerusalém e Bete-Semes, e depois contra cidades israelenses
fronteiriças, Asquelom e Asdode, e na direção de Telavive, que causaram a morte
de pelo menos onze civis israelenses e um militar, além de dezenas de feridos,
bem como danos de extensões variadas a residências e escolas em Israel. Desde o
início do disparo dos foguetes palestinos, as Forças de Defesa de Israel
empreenderam uma campanha de bombardeios localizados contra as bases militares
e tubos de lançamento de foguetes palestinos, os quais se situam aterrados
dentro da área urbana da Faixa de Gaza, densamente povoada por civis palestinos.
Mais de 230 palestinos foram mortos, incluindo comandantes de organizações
islamitas, operadores de foguetes e civis palestinos, especialmente em Gaza, no
decorrer das hostilidades, como resultado dos bombardeios israelenses e de
centenas de foguetes palestinos que caíram dentro de Gaza, sem chegar ao espaço
aéreo israelense. Em 20 de maio, após onze dias de intensos hostilidades,
Israel e Hamas concordaram com um cessar-fogo, que entrou em vigor na madrugada
do dia seguinte. Naquela altura, mais de 280 pessoas já tinham morrido (a
maioria palestinos).
2023
O conflito israelo-palestino
de 2023, também chamada de Guerra Israel-Hamas, começou em 7 de outubro,
durante uma ofensiva surpresa coordenada por vários grupos militantes
palestinianos contra cidades israelenses próximas, passagens de fronteira da
Faixa de Gaza, instalações militares adjacentes e colonatos civis. Descrito
como uma Terceira Intifada por alguns observadores, as hostilidades foram
iniciadas por um bombardeio de mísseis contra Israel e incursões transportadas
em veículos para o território israelense, tendo sido realizados vários ataques
contra os militares israelenses, bem como contra as comunidades civis
israelenses. A retaliação israelense com bombardeios e incursões militares
contra Gaza foi chamada de Operação Espadas de Ferro.
O ataque foi liderado por
grupos militantes palestinos, incluindo o Hamas, a Jihad Islâmica e a Frente
Popular para a Libertação da Palestina, com o apoio do Irã. O presidente da
Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, apoiou verbalmente o levante, afirmando
que os palestinos tinham o direito de se defenderem contra a ocupação
israelense. O Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no
Oriente Médio, a União Europeia e muitos países membros expressaram condenação
dos ataques e disseram que Israel tinha o direito à autodefesa.
Pelo menos 2 200 mísseis
foram disparados da Faixa de Gaza nas primeiras horas enquanto militantes do
Hamas violavam a barreira Israel-Gaza, matando pelo menos 200 israelenses e
levando o governo de Israel a declarar estado de emergência; o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel "está
em guerra" em um discurso nacional após o início dos ataques. Militantes
palestinos que se infiltraram em Israel invadiram vários kibutz ao redor da
Faixa de Gaza e da cidade israelense de Sderot, com fontes da mídia palestina e
israelense relatando que soldados e civis israelenses haviam sido feitos
reféns. As Forças de Defesa de Israel retaliaram com ataques aéreos na Faixa de
Gaza que mataram centenas palestinos.
Vários países do mundo
ocidental e seus aliados condenaram o Hamas pela violência e chamaram as
táticas utilizadas pela organização de "terrorismo"; enquanto vários
países do mundo muçulmano culparam a ocupação israelense dos territórios
palestinos e a negação da autodeterminação palestina como a causa da escalada
da violência. A Anistia Internacional condenou tanto o Hamas quanto Israel pela
conduta da guerra.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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